sexta-feira, 24 de outubro de 2025

Hoé - 1975

Com um traço caligráfico na linha de Henfil e Paulo Paiva, o cartunista Carmo criou a série Hoé para ser publicada no Suplemento Quadrinhos da Folha de S. Paulo a partir de abril de 1975 e manteve regularidade até agosto de 1976. 

Com um desenho muito simplificado, mas com boas ideias, a série era protagonizada por cachorros, o principal deles, Hoé, sempre num palanque de caixotes distribuindo sua sabedoria. Hoé sempre teve histórias de uma página no formato horizontal. Em vários números do Suplemento, Hoé teve mais de uma história publicada, principalmente no final de sua participação no jornal. O nº 218, de 15/08/1976, o último em que Hoé foi publicado, teve 4 histórias da série. 

Com a perda do espaço Carmo, aparentemente, abandonou os quadrinhos.

quinta-feira, 9 de outubro de 2025

Niko-Niko - 1977

Niko-Niko foi criado em 1977 pelo cartunista Jal (José Alberto Lovetro - 1955) em 1977. 

Sobre o personagem o próprio Jal explica:

"De 1975 a 1977 trabalhei na revista Arigatô editada pelo Jornal Paulista da colônia japonesa. Eu estava na faculdade de jornalismo e na revista fazia alguma reportagem na área de quadrinhos e era crítico de cinema. Ilustrava as páginas da revista e criei este personagem Niko-Niko (Sorridente) para a última página da revista. Sorridente porque ele nasceu quando caiu a bomba atômica em Hiroshima. Ao invés de chorar riu. Desde então começou a questionar a desinteligência humana.

Quando criamos eu, o Gual e a Januária Cristina a turminha Sport Gang no final dos anos 90, fiz um novo desenho do personagem com o mesmo nome.

Quando foi lançado o Senninha em 1994 tinha um japonezinho também chamado Niko na turminha. Eu pedi para o Ridaut mudar e ele me atendeu".

O Jornal Paulista foi fundado com o objetivo de se posicionar contra as ideias “vitoristas”, que não aceitavam a derrota do Japãp na 2ª Guerra Mundial, e esclarecer a população sobre os acontecimentos da guerra, mostrando-se mais incisivo em suas colocações. O editorial da primeira edição do Jornal Paulista, publicado em 1º de janeiro de 1947 e intitulado “Começando...”, deixa clara a sua posição e a nova dinâmica que conduziria a imprensa nipo-brasileira. Esclarece que a ideia é que o Jornal Paulista servisse aos interesses da colônia japonesa para que, posteriormente, pudesse “integrar-se na grande família da imprensa brasileira”.

Para saber mais sobre o Jornal Paulista clique aqui.

Para saber mais sobre o Jal clique aqui.

terça-feira, 30 de setembro de 2025

Humor - 1988

Contrastando com seu desenho anatomizado, a série Humor, de Adrovando Claro, caracteriza-se pelo seu texto humorado, cheio de chistes e situações engraçadas. A série fez parte da iniciativa Contra Ataque, de Natal - RN, que tinha por objetivo distribuir tiras em quadrinhos de artistas nordestinos para todos os jornais do Brasil.

Sobre a iniciativa Contra Ataque o folheto promocional esclarecia: 

"O CONTRA ATAQUE é uma iniciativa de alguns desenhistas Nordestinos que se organizam, numa experiência de comercialização de seus trabalhos. Este catálogo vem mostrando as mais diversificadas séries de tiras de histórias em quadrinhos, são criações tropicalistas, simples, baratas e surgidas da própria cultura regional contemporânea, com muita imaginação e bom gosto.

Nossos lançamentos reunem trabalhos inéditos com ingredientes proporcionais ao gênero, acrescentando algumas surpresas na variação de temas ou personagens, pois cada autor é livre para explorar sua criatividade. Todo o material é oferecido por remessa postal, impresso o em papel couchê no formato original para ser adaptado a qualquer tamanho de publicações e impressos em geral.

Nosso sincero desejo é que você, amigo cliente, ofereça oportunidades as nossas criações, ficando inteiramente a vontade para escolher e combinar os trabalhos que mais lhe agradam. Enfim, tirar o máximo de proveito para enriquecer o espaço de lazer, atraente do público, no seu veículo impresso".

Atualmente Adrovando dedica-se à fotografia.

Sobre o autor: "Adrovando Claro é desenhista ilustrador, professor de Artes formado pela UFRN e repórter-fotográfico da Assessoria de Imprensa da Secretaria Municipal de Educação de Natal. A partir de 1991, concluiu o curso de artes na UFRN e entra na área de fotografia, colaborando com o jornal Gazeta de Macau(RN), do qual ajudou a fundar, tornando-se repórter-fotográfico filiado a Fenaj três anos depois. Criou o jornal de fotografia O Foco com o jornalista e fotografo Fernando Pereira e o repórter fotográfico Canindé Soares, que circulou impresso de julho de 1992 a janeiro de 1997. Com a fotografia participou de várias exposições e articulou a oficina de fotografia do Sesc/RN em 1994, que se transformou num curso anual por mais de dez anos. Em 1999, recebeu uma menção honrosa no II Salão Nacional de Fotografia de Sorocaba(SP), Primeiro Lugar no concurso “Um olhar sobre a gente de Natal”(fotos publicadas) em comemoração aos 400 anos de Natal(RN) e o Terceiro Lugar no II Prêmio Euzébio Rocha do Sindpetro/RN. Em 2000, participou do projeto “Redescobrindo o Brasil” da Ong TerrAmar, produzindo fotos em Salvador(BA), Recife(PE), Olinda(PE), Baía da Traição(PB) e Natal(RN) para o livro de mesmo título, em comemoração aos 500 anos do Brasil, incluindo uma mostra fotográfica. Em 2002, realizou a oficina de fotografia do Unicef/Terramar no bairro de Felipe Camarão, zona leste de Natal e as fotos do livro “Um olhar sobre o CEDUC” com 50 alunos da rede publica de ensino. Ainda publicou fotos nas revistas potiguares da Rede Andi (A Criança e o adolescente na mídia potiguar-2002; Jovens na construção do futuro, no presente-2003; A criança e o adolescente na mídia potiguar – 2004) organizadas pela Terramar. Tomou parte da diretoria da Associação Potiguar de Fotografia da qual ajudou a fundar em 2008. Fez parte da monitoria em cursos básicos periódicos de fotografia do Sesc-RN de 1994 até 2005. Participou da diretoria do Sindicato dos Jornalistas do Rio Grande do Norte.

 

É fundador do banco de imagem Prisma Stock Photo (www.prismastockphoto.com), arquivo fotográfico  com fotos de Natal e do Rio Grande do Norte".

Sobre sua retirada do mundo dos quadrinhos Adrovando declarou:

“Em 1989, através do contato com o escritor e roteirista Júlio Emilio Braz (RJ), tomei conhecimento que havia um agente belga, chamado Piet de Lombardi, selecionando desenhistas para publicar no mercado europeu e principalmente divulgando esses autores nas feiras de quadrinhos da França, Itália e Espanha. Como já tinha material publicado a nível nacional por pequenas editoras de São Paulo, me dispus a fazer um portfólio do material de terror, policial e erótico que já havia publicado e enviei ao Júlio para que o agente avaliasse o nível de desenho. Recebi resposta positiva quanto ao quadrinho erótico porque havia demanda pra esse mercado editorial europeu e o retorno seria mais rápido financeiramente. Criei dois álbuns em 1990, com contos eróticos de minha autoria, utilizando temas como futebol, carnaval e paisagens típicas do litoral do Rio Grande do Norte onde moro. 

Desenhei o Ibiza em quatro meses em pranchas enormes (que até hoje guardo como relíquia, pois foram os únicos originais que tive de volta) em 45 paginas. Foi publicado na Holanda e recebi na época US$ 2.500,00 pelo trabalho. Alem desta HQ, criei outra com 11 paginas intitulada Fim de festa (La fin du plaisir) publicada na Bede X na França, recebi mais US$ 1.000,00 parcelados. E só, nunca mais recebi direitos autorais pelo material. Depois os colaboradores brasileiros descobriram que houve má fé do agente que vendia o material pelo dobro e embolsava tudo, dando apenas uma pequena quantia, que aparentemente era os 50% de representação da venda para editoras europeias. Isso já me deixou bastante frustrado. 

Como o contrato com o belga já tinha sido anulado pelas condições de vendas que não davam retorno, conseguir ainda publicar o Ibiza na Eros Comics (EUA) e recebi até certo tempo os direitos autorais sobre a venda. Depois o editor mudou e nunca mais recebi nada pelas vendas. Inclusive, através do roteirista e escritor Luiz Antonio Aguiar vendemos ainda uma outra HQ erótica, mas também sofremos calote, recebemos uma parte dos direitos autorais e nada mais. Quem me forneceu as revistas impressas foi o Flávio Calazans, porque na época “IBIZA” só chegava apenas ao mercado das livrarias de São Paulo. Pelos dois materiais cheguei a receber pouco mais de 500 dólares e nada mais. 

Depois destas experiências já em 1993, desisti de continuar na área de quadrinhos. Passei para o fotojornalismo do qual estou trabalhando até hoje. Faço esporadicamente uma ilustração vez por outra para ilustrar livros de amigos, mais nada. Decepcionei-me com os quadrinhos, principalmente por essa questão do mercado editorial passar por cima do autor. E hoje ainda esta pior, com advento da internet vejo meu material ser vendido na internet, sem receber nada de direitos autorais".  

(Cartilha de Direito Autoral da AQC-SP - Segunda edição atualizada e ampliada - 2018 - © Dr. Flávio Mário de Alcântara Calazans).

Carnaval in Rio, Scala Erotic collection, Holanda, 1990, por Adrovando.

quinta-feira, 25 de setembro de 2025

Mutant's - 1986

"Um grupo de policiais persegue mafiosos se envolvendo com criaturas do século XXI, que são obstáculos em sua busca. Uma aventura no ano 2015 D.C.". Esta é a premissa de Mutant's, criada pelo jovem desenhista Carlos Alberto de Oliveira, de Natal - RN em 1986, que na época contava apenas 16 de idade (1967) e cursava o segundo grau.

Nesse período, Carlos Alberto fazia parte do chamado Grupehq (Grupo de Pesquisa em História em Quadrinhos), publicava Epopeia Potiguar e participava da revista  Maturi, referência dos quadrinhos potiguares.

A tira fez parte da iniciativa Contra Ataque, de 1988, que visava distribuir material nordestino de quadrinhos para jornais de todo país.

Para saber mais clique aquiaqui e aqui.

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sexta-feira, 29 de agosto de 2025

Histórias da História do Rio - 1956

Série didática publicada na versão carioca de jornal Última Hora durante o ano de 1956, Histórias da História do Rio contava casos curiosos da História do estado fluminense. 

Produzida por Eduardo Barbosa em seu estilo realista, era composta por quadros desenhados com textos inseridos nos rodapés. Publicada em destaque no jornal, ocupava toda a largura da página do periódico

Para saber mais sobre Eduardo Barbosa clique aqui.

sexta-feira, 22 de agosto de 2025

Pedro Paulo - 1962

Provavelmente inspirado por seu trabalho na revista Enciclopédia em Quadrinhos da RGE, Rio Gráfica e Editora, que circulou por 16 números entre abril de 1956 e julho de 1957, Gutenberg Monteiro criou em novembro de 1962 a tira do repórter Pedro Paulo para O Jornal (RJ). Com um viés didático, a série dava noções de física, matemática, história e das últimas descobertas científicas da astronomia, enquanto acompanhava as aventuras do repórter Pedro Paulo.

Inicialmente sem assinatura, com o passar dos capítulos Gutenberg passa a assinar as tiras.

Na história, o jornalista namorava Lina, neta do dono do jornal. Lamentavelmente, a garota estava nas tiras apenas como contraponto cômico devido à sua ingenuidade e pouca inteligência.

Para saber mais sobre Gutenberg Monteiro clique aqui.

sexta-feira, 15 de agosto de 2025

Diz, Logotipo! - 1977

Diz, Logotipo!, foi lançada em 1977 no suplemento Folhetim, da Folha de São Paulo, criada pelo cartunista Fortuna (Reginaldo José Azevedo Fortuna, São Luís, 21 de agosto de 1931 — São Paulo, 5 de setembro de 1994). 

Segundo o autor, o que deu origem à Diz, Logotipo! "foi quando vi uma seta indicada para cima, contendo uma seta indicando para baixo. Quando bati os olhos lembrei da famosa frase de porta de elevador: 'Sobe? Não, desce', respondem. Bem, naquela seta vi a a essência da seção que eu iria criar, aplicando o cotidiano geral, as frases, as expressões que herdamos, outras da cultura popular, frases feitas. Tudo em confronto com essa arte tão olímpica, tão perfeccionista, tão significante no sentio semiótico, e ao mesmo tempo tão hermética para os olhos dos que detêm esse acervo cultural de nossas frases do dia-a-dia."

Diz, Logotipo!, depois de dois anos de Folhetim (onde teve forte colaboração dos leitores), foi para a página Gol e depois passou a semanal. Em 06 de janeiro de 1983 ganhou sua publicação diária, junto com a versão diária de Chiclete com Banana do cartunista Angeli. 

Fortuna previa “uma espécie de seção de horóscopo ou palavras-cruzadas, atemporal, que vai continuar existindo até epois que eu morrer”. Planejada para três símbolos em média, por dia, apresentando logotipos variados, nacionais ou estrangeiros.

“Fiz uma pesquisa em livros especializados em design e, no dia-a-dia, estarei funcionando como o cartola do time, que dá o pontapé inicial, contando que os leitores entrem em campo. O Diz, logotipo! é um filão inesgotável, funciona como uma espécie de 'Teste de Roscharch' (teste psicológico realizado a partir da interpretação de manchas), feito com régua e compasso. Para seu criador, o segredo da durabilidade da série está na renovação dos leitores, pois nunça ninguém lê a mesma coisa num logotipo. Fortuna dá o exemplo da Caderneta de Poupança Delfin: “Ele não diz nada do que está acontecendo com a Delfin, mas eu posso, com o logotipo, dar um toque do que aconteceu lá."

Os tipos possíveis de exploração no “Diz, Logotipo!” foram desde os primitivos até os acadêmicos pois, como afirmava, “em qualquer manitestação formal há sempre brecha para tirar um sarro, uma vez que nunca são o que são e sim algo que pretendem ser”.

Diz, Logotipo! saiu também em O Pasquim em 1990 e foi reunida em livro pela editora Kraft no mesmo ano.

Fortuna foi um das grandes expoentes do cartum brasileiro. Começou bastante cedo a desenhar e aos quinze anos, ao se mudar para o Rio de Janeiro, teve desenhos impressos na revista Sesinho, publicação do Serviço Social da Indústria sob o pseudônimo de Ricardo Forte. Durante os primeiros anos de ditadura militar, tornou-se conhecido por suas charges políticas no jornal Correio da Manhã. Algumas dessas charges foram publicadas no livro "Hay Gobierno?" com Jaguar e Claudius.

Passou por publicações da grande imprensa e imprensa alternativa, dentre as quais A Cigarra, O Cruzeiro, Pif-Paf e Revista da Semana. Foi um dos fundadores do jornal Pasquim. Editou e dirigiu a revista de "cartuns e quadrinhos não enlatados" O Bicho. Foi o responsável pelo projeto gráfico do suplemento Folhetim, do jornal Folha de S. Paulo, editado por Tarso de Castro. Com Tarso também revisitou a revista "Careta". Fez capas para livros, para a revista "Veja" e participou de antologias de humor. 

Criou a personagem de quadrinhos nonsense "Madame e Seu Bicho Muito Louco". Lançou três livros solos: "Aberto Para Balanço" (charges do Correio da Manhã), "Diz, Logotipo!" (legendas sobre logotipos existentes) e "Acho Tudo Muito Estranho (já o prof. Reginaldo, não) - (textos de humor e ilustrações). Fortuna morreu de infarto aos 63 anos.

quinta-feira, 17 de julho de 2025

Julieta, a descasada - 1987

Na mesma época em que emplacou seu personagem Romeu, o descasado, Gilberto Maringoni criou para a revista Claudia, da editora Abril, a sua contraparte feminina, Julieta, a descasada.

Abordando as dificuldades da mulher contemporânea, como os desafios no trabalho, a dupla jornada e a criação dos filhos, praticamente sozinha, Julieta conseguia tirar humor dessa difícil situação.

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sexta-feira, 11 de julho de 2025

Dona Beja - 1978

Com o sucesso obtido pelo estilista de moda Clodovil Hernandes respondendo sobre Dona Beja no quiz show "8 ou 800", transmitido ao vivo pela rede Globo entre 1976 e 1977 e apresentado pelo ator Paulo Gracindo foi resgatada para o grande público essa controversa figura histórica.

Ana Jacinta de São José, conhecida como Dona Beja (Pains, 2 de janeiro de 1800 – Estrela do Sul, 20 de dezembro de 1873) foi uma personalidade brasileira do século XIX, conhecida por ser influente na região de Araxá, Minas Gerais.

Por conta disso o editor Atanagildo Côrtes e o desenhista João Batista Baldisseri Jr. passaram a publicar semanalmente a partir de 20 de maio de 1978 a série Dona Beja no jornal Correio de Araxá, com o apoio da Divisão de Educação da Prefeitura Municipal.

Baldisseri, aqui desenhando, ficou mais conhecido por seus roteiros em revistas como Mestres do Terror da editora D-Arte; Choque da editora Nova Sampa e Vampiro da Press editorial e por organizar, em maio de 1988, junto com Domingos Guimarães, o Encontro das Histórias em Quadrinhos, que reuniu os grandes nomes das HQs brasileiras de então na histórica cidade mineira.

sexta-feira, 4 de julho de 2025

Aventuras do Philomeno - 1928

Um pobre coitado que vive de bicos à espera da sorte grande. Este é o mote das Aventuras do Philomeno publicadas semanalmente na Folha da Noite, atual Folha de São Paulo, em 1928, .

As histórias eram assinadas simplesmente por LCFFE.

sexta-feira, 27 de junho de 2025

A Mosca - 1987

Convivendo com lixo, bactérias, outros insetos e até com um pernilongo impotente, A Mosca criticava a sociedade humana, a corrupção política e os problemas sociais com um humor direto e contundente. Criada em início de carreira por Custódio Rosa, ele mesmo esclarece: 

"A Mosca foi uma tentativa de fazer uma mistura de uma mosca com Mafalda. Quase um David Cronenberg. Fiz pra distribuir em jornais, o personagem era da época da adolescência, mas era um pontinho apenas. Essa versão humanizada foi indicação de um professor quando eu devia ter uns 20 anos".

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Sobre o autor: Custódio Rosa (José Custódio Rosa Filho), nascido em São Paulo em 1967, é cartunista, escritor e roteirista. Desde 1988 fez charges, personagens, tiras e animações para agências de publicidade, sindicatos, revistas, jornais e canais de TV. É um dos maiores licenciadores de tiras e cartuns para livros didáticos (www.tirasdidaticas.com.br).

Tem 10 livros publicados. No Brasil, é autor do Manual do Sexo Virtual– (Nova Alexandria, 2000), Anita Garibaldi, o Nascimento de uma heroína (2010), Alma, a história da arena esportiva mais antiga do país (com Fernandes- 2012), Selena (com Jinnie Pak- 2015), Sete gatas e uma Vida (com Jinnie Pak- 2017), Marisa, a brisa (2019) e Belo, o fio de cabelo (2023).

Na Itália publicou pela Editora Verba Volant os livros Anita Garibaldi, la nascita de una eroina (2016) e o livro infantil Bello, storia di un capello (2018).

Em parceria com a psicóloga Dina Azrak publicou o livro A Fada da Fala (2018).

Pela Agência Estado, entre 2002 e 2006 publicou charges em 55 jornais no Brasil  e um do exterior. Entre 2010 e 2012 fez cartuns animados semanalmente sobre a cidade de São Paulo para a TV Câmara.

Foi premiado nos salões de humor de Volta Redonda, Amazônia, Brasília e recebeu o Prêmio de Excelência no National Press Club do Canadá. Venceu o Prêmio de Tiras do Jornal Estado de São Paulo em 2008. Foi vencedor, individual ou em dupla, dos ProAC 2008, 2011, 2013 e 2015 na categoria quadrinhos, 2018 e 2021 em Literatura Infantil.



sexta-feira, 20 de junho de 2025

Zé Entorna o Caldo & Silvinha Malagueta - 1987

Depois de mostrar a versão dos professores em Cileuza, a dupla Eva Funari e Edmir Perroti resolveu apresentar o outro lado, o dos alunos e sua visão da escola, na série Zé Entorna o Caldo e Silvinha Malagueta, também na revista Nova Escola da antiga Fundação Victor Vivita em 1987. Os dois alunos eram muito espertos e se viam às voltas com a professora Donaninha, apesar de, às vezes, se mostrarem bastante atrapalhados.

Para saber mais sobre o autores clique aqui.

sexta-feira, 13 de junho de 2025

Cileuza - 1986

Com desenhos da ilustradora e escritora Eva Funari e roteiros do professor Edmir Perrotti, Cileuza é uma professora que, junto ao diretor da escola, Dr. Janjão, mostra com bom humor e singeleza o dia a dia escolar. Foi publicada na primeira fase da revista revista Nova Escola da antiga Fundação Victor Civita em 1986.

Para saber mais sobre Eva Funari clique aqui.

Sobre o autor: Edmir Perrotti possui graduação em Letras Português e Francês (1971), mestrado em Ciências da Comunicação (1984) e doutorado em Ciências da Comunicação pela Universidade de São Paulo (1989). Atualmente é professor aposentado da mesma universidade. Tem experiência na área de Ciência da Informação, com ênfase em Biblioteconomia, atuando principalmente nos seguintes temas: leitura, Biblioteca e Educação (Biblioeducação). Biblioteca e Memória, Mediação de Leitura e de Cultura Escrita; Infoeducação, Biblioteca, Educação e Cultura

sexta-feira, 6 de junho de 2025

Ei, cara! - 2000

Outra ótima criação do cartunista e publicitário Sérgio Martins, Ei, cara! faz humor utilizando, basicamente, o diálogo entre seus dois personagens. Foi publicada no início dos anos 2000 em diversos jornais de Campinas (SP) e região.

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sexta-feira, 30 de maio de 2025

Bruxinho - 2000

Aventuras de um feiticeiro atrapalhado, Bruxinho foi criado por Sérgio Martins e mostra as experências frustadas do personagem. Publicada no início dos anos 2000 em jornais de Campinas (SP) e região.

Sérgio é publicitário e cartunista, fez parte da APP-Sudeste (Associação dos Profissionais de Propaganda, Campinas - Capítulo Sudeste) juntamente com J. J. Tannus Jr, participou do Salão Internacional de Humor de Piracicaba e publicou quadrinhos em diversos jornais do interior do estado de São Paulo. 

sexta-feira, 23 de maio de 2025

Bruxinha - 1982

Em dezembro de 1981 a escritora e ilustradora Eva Funari iniciou sua colaboração com a Folhinha de São Paulo. Apresentando histórias em quadrinhos geralmente sem palavras. Destinadas às crianças em idade de alfabetização as historinhas eram muito divertidas e criativas, sem personagens fixos ou com Os Trapalhudinhos. Em março de 1982 ganharam o título fixo de Histórinha. Nesse mesmo ano estreia a personagem Bruxinha, que toma conta do título até se tornar ela mesma a titular do espaço. Bruxinha tornou-se a personagem mais famosa de Eva e ganhou várias compilações em livros como A Bruxinha Encantadora, Edições Paulinas, 1983, apresentada por Gregório, seu admirador secreto e A Bruxinha Atrapalhada, Global Editora, 1988. As publicações no jornal perduraram por três anos.

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Sobre a autora: Eva Furnari (Roma, 15 de novembro de 1948) é filha de Francesco Furnari, siciliano, e Irma Steinfatt, nativa do Tirol Austríaco, mudou-se para o Brasil em 1950, quando tinha apenas dois anos. Cresceu na nova pátria, formando-se em Arquitetura pela Universidade de São Paulo e eventualmente, naturalizando-se brasileira.

A partir de 1976 dedicou-se inicialmente a livros com ilustrações, sem texto.

"A Bruxinha, hoje famosa, foi um personagem que surgiu na Folhinha de São Paulo, de uma forma muito espontânea. A primeira história é uma pequena bruxa que encontra uma flor, transforma essa flor em bruxa e essa, que era originalmente flor, transforma a bruxinha anterior em flor. Então eu acho que a origem da bruxinha, é que ela já foi uma flor um dia!".

sexta-feira, 16 de maio de 2025

Rips - 1973

Com uma temática muito próxima à sua série, Leopoldo, o cartunista e hoje publicitário Márcio Pitliuk apresentou-nos outra tira: Rips.

Com um discurso ligado à contracultura, à crítica ao consumismo e à ecologia, Rips esbanjava bom humor e inteligência diariamente na Folha da Tarde (SP), em 1973.

Para saber mais sobre Pitliuk clique aqui e aqui.

sexta-feira, 9 de maio de 2025

Dom Ináfio - 2003

Inicialmente chamada de O Reino Encantado de Dom Ináfio Calamari da Filva I, a série Dom Ináfio foi uma das melhores criações do cartunista Ota (Otacílio Costa d'Assunção Barros, 1954 – 2021).

Sátira aos dois primeiros governos do presidente Lula (2003-2011), à moda das tiras de O Mago de Id, a série foi produzida no início de 2003 para O Pasquim 21 e chegou a ocupar uma página inteira do semanário no ano seguinte.

Como fim do tabloide, Dom Ináfio migra para o Jornal do Brasil, onde passa a sair diariamente, contabilizando cerca de mil tiras publicadas entre 2005 e 2008. 

Aliando seu humor afiado, sua compreensão do cenário político da época, apresentando a língua presa do Presidente, o publicitário Duda Mendonfa e o ministro Manteiga, e um domínio impecável da narrativa quadrinística, Ota produziu uma poderosa charge política diária em formato de tira de humor, isenta de discursos de ódio ou ressentimentos.


Dom Ináfio no JB em 2007.

Para saber mais sobre Ota clique aqui e aqui.


sexta-feira, 2 de maio de 2025

Manoel Ferreira (1930 - 1998)

O relato acima, O Frade Misterioso, foi publicado na revista X-9, da RGE, em abril de 1959. Dezenas de histórias de mistério como essa, atribuídas aos leitores, foram publicadas na revista durante sua existência. Sua execução coube a Manoel Ferreira, um excepcional artista dos nossos quadrinhos, infelizmente e injustamente, um pouco esquecido em nossos dias.

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Abaixo uma entrevista concedida ao nosso blog por seu filho Eduardo Torres que nos conta um pouco mais sobre a vida deste grande autor.

Tiras Memory: Qual a data e o local de nascimento do Manoel?

Eduardo Torres: Rio de Janeiro, 23 de julho de 1930, batizado Manoel Antonio Ferreira.

TM: Seu pai gostava de quadrinhos quando jovem?

Eduardo Torres: Sim, da revista O Tico-Tico e do Suplemento Juvenil de O Globo. Lembro que citava HQs de Flash Gordon, Mandrake, Fantasma e Tarzan que lia quando criança e adolescente. 

TM: O Manoel teve algum estudo formal de desenho?  Em qual escola?

Eduardo Torres: Sim. Formado desenhista em nível médio pelo Liceu de Artes e Ofícios do Rio de Janeiro e depois formado em Desenho pela Escola Nacional de Belas Artes da Universidade do Brasil (hoje Escola de Belas Artes da UFRJ). Mas já exercia a profissão de desenhista freelancer quando ingressou na Escola Nacional de Belas Artes.

TM: Como ele começou a colaborar com as revistas da RGE.

Eduardo Torres: No primeiro quartel dos anos 50, após formado em Desenho pela ENBA, procurou emprego na RGE e foi contratado. Tinha uma prancheta lá na sede da RGE, no bairro do Rio Comprido, na Zona Norte do Rio de Janeiro. Entre outros trabalhos, desenhava HQs para a revista X-9 (com destaque para  a série "Assombrações") e a seção da terceira capa da revista (maravilhas da natureza, ciências, artes e arquitetura), que ele não só desenhava exclusivamente, como pesquisava o tema e escrevia o texto. Trabalhava com nanquin e guache de modo geral, mas também fazia aquarelas e desenhos a lápis e carvão. Foi amigo do Flávio Colin e seu colega na antiga Rio Gráfica Editora.

TM: Onde trabalhou após deixar a RGE?

Eduardo Torres: Atuou na RGE até o final dos anos 50, mas fazia, e continuou fazendo, trabalhos freelancer e foi contratado para ilustrar os livros didáticos  da serie A Mágica do Saber (das professoras Thereza Neves da Fonseca e Icles Marques Magalhães, editora Cadernos Didáticos), o que fez por alguns anos.

No final dos anos 50 fez concurso para trabalhar como ilustrador do SENAI-DN (Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial - Departamento Nacional), e não foi funcionário público, como alguns sites têm divulgado, o que lhe deu mais estabilidade financeira, mas continuou fazendo trabalhos de desenho freelancer por alguns anos.

Entre o final dos anos 60 e final dos 70 desenhou mais no SENAI,  reduzindo as atividades de desenho freelancer.

TM: Como foi a volta dele aos quadrinhos nos anos 1980? E depois disso, que outros trabalhos fez?

Eduardo Torres: Em 1977 a revista Spektro convocou vários desenhistas veteranos dos tempos da RGE e da X-9 para desenharem suas HQs. Meu pai foi um deles. Desenhou lá até o fim da revista em 1982. Enquanto trabalhava como freelancer pra Spektro ele continuava como ilustrador do SENAI, conciliando as duas atividades.

Aposentou-se do SENAI no início dos anos 90 e depois disso teve poucos trabalhos de desenho profissionais, mas gostava de desenhar em casa, com lápis e papel, como lazer.

Morreu em 11 de agosto de 1998, aos 68 anos, completados três semanas antes.

Manoel Ferreira no livro A Técnica do Desenho, de Jayme Cortez, editora Bentivegna, década de 1960.

Em 2016 foi feita uma exposição de originais em homenagem a Manoel Ferreira no corredor central da SIQ-UFRJ (Semana Internacional de Quadrinhos da Universidade Federal do Rio de Janeiro), em evento promovido por Octávio Aragão.

sexta-feira, 25 de abril de 2025

Turminha do Céu Azul - 1985

Depois do seu início com o personagem Tortuga, para o suplemento Quadrinhos, da Folha de S. Paulo, Júlio Vendramini Júnior (Júlio Jr.), criou, em 1985, a Turminha do Céu Azul, uma série infantil centrada nos personagens Dentuço, Joca, Pitico, General Bicotorto, Lalau, Guigo, Tuca, Saporenga, Gagolume, Isca, Leleia e Sapelvis (um sapo roqueiro).

A Turminha do Céu Azul foi publicada na revista infantil Cuca pela editora Maltese/OESP em 1986 e em revista própria em 1985 pela editora Três e em 1990 pela editora Tribuna.

Para saber mais sobre o autor clique aqui.


sexta-feira, 18 de abril de 2025

Tortuga - 1974

Para o suplemento Quadrinhos, da Folha de S. Paulo, Júlio Vendramini Junior produziu a série Tortuga, uma tartaruga em conflito com um senhor de óculos, talvez seu primeiro trabalho. Publicou dezenas de histórias entre setembro de 1974 e maio de 1976. Mesmo depois do suplemento ter mudado para o formato meio tabloide horizontal, continuou produzindo as histórias no formato vertical e publicando duas páginas reduzidas em cada página do jornal. No final de 1975, no nº 171, o desenho de Tortuga foi feito por Adilson Borges dos Santos. Tortuga continuou a ser publicado por mais meio ano novamente no traço de Júlio Vendramini Junior.

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Júlio Vendramini Junior fez longa carreira nas histórias em quadrinhos, tanto produzindo roteiros para o estúdio Disney quanto com produções próprias. Criou a Turminha do Céu Azul, que teve revistas pela editora Três (3 números) e Tribuna (2 números), com desenhos de Paulo Borges e Moacir Torres. Também produziu livros infantis com os personagens e ilustrou livros de outros autores, como O Diário de Luizinho, de 1998, e O Sonho de Patrícia, de 2000.

sexta-feira, 11 de abril de 2025

Hora da Boia - 2010

“Como nem só de trabalho vive o trabalhador brasileiro a série de tiras Hora da Boia foi criada para ser um espaço leve e descontraído dentro do jornal 'Visão Trabalhista' do Sindicato dos Metalúrgicos de Osasco e Região. E na Hora da Boia que os amigos Tião, Josué, Barnabé e Maceió encaram o rango do seu Manel e colocam o papo em dia”.

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Sobre o autor: Rice Araujo (Ricardo César de Araújo) é nascido em São Vicente, SP. Iniciou-se na área do desenho gráfico aos 12 anos e em 1984 iniciou-se em  criação publicitária, que é atualmente a sua atividade principal. Como cartunista e caricaturista, trabalhou para um sindicato de Osasco (Sindicato dos Metalúrgicos de Osasco), onde participou da publicação de “IlustrAction”, uma retrospectiva de 30 anos de ilustração na imprensa sindical e do livro “Vítimas” que retrata acidentes de trabalho. 

Destacam-se suas participação em salões de humor, como o Humor at the Falls, Ecocartoon, Bienal Internacional de Quadrinhos do Rio entre outros e premiações como dois primeiros lugares nos Festivais de Humor de Santos, 2º lugar em caricatura no Festival de Humor de Paraguaçu Paulista, duas vezes primeiro colocado nas mostras de humor de Mauá, primeira colocação nas categorias charge e cartum, menção honrosa em caricatura e o prêmio Portifólio Especial no Salão Universitário de Humor de Piracicaba.

Em 2005 criou uma vinheta de passagem para a Rede Globo e em 2006 outra, com o tema “Inclusão social pelo esporte”. Participou também das publicações "Ziraldo 85", "Tiras de Letra Agora ou Nunca", "Brasil do Bem", "Revista Picles" e outras. 

Rice faleceu em 05 de abril de 2025.

sexta-feira, 4 de abril de 2025

Otakoo Saloon Cartoon - 2006

Em abril de 2006 o desenhista Jan Limpens venceu o 3º Concurso Folha de S. Paulo de Ilustração e Humor na categoria Tiras (1º lugar) com a série Otakoo Saloon Cartoon, o que permitiu ao autor passar a colaborar com o jornal. As tiras são povoados por seres estranhos como homens insetos e homens batata e com um tipo de humor bastante peculiar.

A série havia sido publicada no site da TV austríaca estadual, ORF, baseado nas personagens recorrentes nos teatros, sketches e filmes do grupo de performance vienense Casa del Kung Fu.

Para saber mais sobre Limpens clique aqui e aqui.

sexta-feira, 28 de março de 2025

El Pablo X El Diablo - 2007

Aparecendo mensalmente nas páginas do Folhateen, suplemento jovem da Folha de S. Paulo, a partir de julho de 2007 e uma das séries mais criativas dos anos 2000,  El Pablo X El Diablo contava as desventuras de dois lutadores mexicanos de luta-livre apreciadores fanáticos de jazz.

Criada pelo desenhista Jan Limpens e pelo autor austriáco Peter Waldeck, as histórias apresentavam um desenho bastante moderno e textos hilários que beiravam o nonsense

Mas o humor corrosivo da dupla não passou incólume pelos leitores, como podemos ler na seção de cartas de 26 de novembro de 2007: 

"Quadrinhos de mau gostoMeus pais assinam a Folha desde que eu era criança, o que significa uns 40 anos ATRÁS. Cresci lendo a Folhinha e depois os demais cadernos do jornal, que sempre respeitei muito. Hoje tenho dois filhos, de 8 e 10 anos, e já mostro algumas reportagens pra eles lerem e discutirmos em família, como a matéria que saiu no Folhateen há uns 15 ou 20 dias, falando sobre os males da bebida no corpo humano, especialmente do adolescente. Contudo, no Folhateen de 19/11, a história em quadrinhos da contracapa, um tal de Invincible Claw, de Jan Limpens e Peter Waldeck, é terrível, de um mau gosto profundo, horrorosa, chegando mesmo a incitar a violência. Fica aqui registrado o meu desgosto, desaprovação e total repulsa por tal publicação, em meu nome e no de meus pais.

JOSMARA MOLINA"

"Quadrinhos de mau gosto 2Gostaria de manifestar minha decepção com a Folha no que se refere à tirinha do Folhateen de 19/11. Como mãe e hebiatra [médica de adolescentes), tenho certeza de que os jovens precisam de mensagens de respeito e amor ao próximo, e não histórias de violência gratuita sem objetivo, situações infelizmente vividas no nosso dia-a-dia.

ANDREA HERCOWITZ"

A única pessoa a sair em defesa do trabalho foi a cartunista Laerte, em 03 de dezembro, com a seguinte resposta:

"Em defesa de Jan LimpensSou colega e admirador do Jan Limpens e quero dizer que o trabalho dele é de alto nível. Certos hebiatras (médico de adolescentes), pais e mães, no afã de proteger os jovens como se eles fossem repolhos sob ataque de gafanhotos, tentam blindar suas mentes e canalizar toda essa inquietação e curiosidade da adolescência para o que se considera sadio, elevado, de bom gosto etc. Isso é censura, e, na verdade, é exatamente o que incita à violência. Apelo a esses educadores para que abram os olhos para a inteligência, a arte e a audácia da criação. E outra coisa: acho que o Folhateen erra ao titular as cartas com “quadrinhos de mau gosto”, como se fosse essa a condição do trabalho e não apenas uma opinião. Obrigado! Beijo.

LAERTE COUTINHO (colaborador do Folhateen), 56, São Paulo, SP".


El Pablo X El Diablo perdurou até 2009.

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Jan Limpens-Doenraedt nasceu em Viena, Áustria em 1971. Ainda jovem começou a trabalhar como autor, ator e diretor de peças e filmes. Neste período ele começou a aventurar-se em terras desconhecidas — Índia, China, Paquistão e o oriente médio. Assim também veio parar no Brasil e fixou sua residência em São Paulo, onde passou a desenhar histórias em quadrinhos e ilustrar livros, revistas e outras publicações nacionais e estrangeiras. Além disso, passou a ser colaborador do jornal Folha de S. Paulo quando venceu o 3ª Concurso Folha de Ilustração e Humor em 2006 com a tira Otakoo Saloon Cartoon e faz parte do Quadrão da Ilustrada nos domingos com a série Pepita e Pipo. Seus livros receberam prêmios nacionais, indicações de instituições como a FNLIJ e participaram nas seleções brasileiras da feira de Bolonha.


sexta-feira, 21 de março de 2025

Quase nada - 2009

Já consagrados no meio das artes gráficas, os irmão gêmeos Gabriel Bá e Fábio Moon idealizaram em 2009, para a seção de quadrinhos da Folha de S. Paulo, a série Quase Nada. Publicada semanalmente aos sábados, as tiras duplas tinham desenhos estupendos, como é comum aos gêmeos, e roteiros que variavam do poético ao filosófico, sempre sem se fixar em personagens.

Sobre os autores: "Fábio Moon e Gabriel Bá - São irmãos gêmeos e nasceram em 1976, em São Paulo. Publicaram seu primeiro fanzine de quadrinhos em 1993. Formados em Artes Plásticas, criaram em 1997 o fanzine 10 Pãezinhos, que recebeu o prêmio HQ Mix de melhor fanzine e de artistas revelação em 2000, ano em que lançaram seu primeiro livro, O Girassol e a Lua. Há quase vinte anos, os dois têm produzido quadrinhos para o mercado brasileiro e internacional e seus trabalhos já foram publicados em doze idiomas. Em 2008, O alienista, sua adaptação do clássico de Machado de Assis, recebeu um prêmio Jabuti.

Seu último livro, Daytripper, estreou em primeiro lugar na lista de mais vendidos do New York Times, foi escolhido como uma das melhores graphic novels de 2011 pela revista Publishers Weekly e pela Amazon, e ganhou os prêmios Eisner Award e Harvey Award (Estados Unidos), o Eagle Award (Reino Unido), o prêmio de melhor HQ no festival Les Utopialles, em Nantes, e entrou na seleção oficial do Festival International de la Bande Dessinée d’Angoulême, 2013 (França)".

sexta-feira, 14 de março de 2025

Al'Hanat - 2014

Yuri Al’Hanati - (1986): Yuri publicou entre 2014 e 2017 uma tira diária com tintas biográficas e sem título no jornal Gazeta do Povo. Foi convidado para fazer o trabalho quando estava em viagem pelo continente europeu. Sobre a experiência, apresenta o seguinte depoimento:

“Lembro que liguei para o Benett em busca de algum tipo de conselho profissional ou benção, e ele apenas me disse que o importante era que eu me divertisse. Levei esse conselho como uma máxima pelos três anos que trabalhei como cartunista, até a Gazeta extinguir o espaço junto com a versão impressa do jornal. Não posso negar que em algumas semanas o trabalho foi trabalho. Mas, na maior parte do tempo, o dia que eu separava para fazer as tirinhas da semana era um dia de diversão. Fui feliz, se não me engano. Já os leitores da Gazeta não pouparam ofensas e críticas ao meu traço mal feito e ao meu senso de humor esquisito. Mesmo assim, em nenhum momento o jornal interferiu no meu trabalho, nem o censurou de qualquer forma. Acho que isso tende a ser uma raridade nos grandes veículos de comunicação”.*

*Narrativas gráficas curitibanas / José Aguiar - Curitiba, PR - Secretaria da Comunicação Social e da Cultura: Biblioteca Pública do Paraná, 2019.

Yuri Al'Hanati nasceu em Angra dos Reis (RJ), em 1986, e reside em Curitiba desde 2004. Formado em Jornalismo pela Universidade Federal do Paraná (UFPR), é cronista e crítico literário. Fundou, em 2010, o Livrada!, plataforma multimídia voltada à literatura, e mantém uma coluna semanal desde 2015 no portal A Escotilha. É o autor do livro de crônicas Bula para uma vida inadequada (2019) e participou da antologia Fake Fiction: contos sobre um Brasil onde tudo pode ser verdade (2020).