sexta-feira, 30 de setembro de 2022

Luluzinha Teen - 2009

Com o sucesso da Turma da Mônica Jovem dos estúdios de Mauricio de Sousa a editora Pixel Media/Ediouro resolve lançar em junho de 2009 Luluzinha Teen e sua Turma, baseada nos personagens criados pela cartunista norte-americana Marge (Marjorie Henderson Buell, 1904-1993) em 1935. Emulando o estilo dos quadrinhos japoneses, os mangás, a série guardava poucas semelhanças, pelo menos visualmente, com a original, mas gozou de razoável sucesso, sobrevivendo por 65 edições e vários especiais.

Como parte do grande investimento em marketing da editora nesse projeto, Luluzinha Teen teve também sua série de tiras para jornal, estreando  n'O Globo em maio de 2010.

Anúncio da revista Luluzinha Teen, jornal Destak, 15 de março de 2010.

A parte de criação ficou por conta dos estúdios Labareda Comunicação e Design. No expediente das revistas constavam como desenhistas Allan Alex, Daniela Folador, José Carlos e Wiliam Côgo e como roteirista Renato Fagundes.

Acima, a Luluzinha original de 1935. Com gags em painel único a personagem só ganhou os quadrinhos posteriormente.

sexta-feira, 23 de setembro de 2022

Beto Carrero - 1985

Beto Carrero, o cowboy brasileiro, é um personagem criado em 1955 por João Batista Sérgio Murad (1937-2008) inspirado nas andanças rurais de seu pai, Alexandre "Carrero" Murad, para programas radiofônicos.

Sérgio Murad foi artista, apresentador, músico sertanejo, locutor de rodeios, agente de talentos, publicitário e empresário brasileiro, conhecido pela performance de cowboy e por ser idealizador do parque Beto Carrero World, localizado no município de Penha, no litoral norte do estado de Santa Catarina e manteve por muitos anos a Sérgio Murad Propaganda.

Em 1985, a editora CLUQ, lançou a revista em quadrinhos "As Aventuras de Beto Carrero" com arte de Eugênio Colonnese (1929-2008) e roteiros de Gedeone Malagola (1924-2008) e Hélio do Soveral (1918-2001). A revista teve 5 números em formato grande, capa colorida e miolo preto e branco. Embora baseada nos faroestes, na HQ Beto não usava arma de fogo e sim seu chicote para combater o crime.

As aventuras de Beto Carrero nº 01, editora CLUQ, 1985.

A CLUQ, nessa época, distribuiu aos jornais uma página de tiras para serem publicadas gratuitamente como forma de promover a revista e também visando a criação de uma futura série de aventuras em capítulos diários. Embora não formassem uma aventura completa, as tiras davam uma boa ideia da dinâmica e da ação pretendidas pela obra. Infelizmente as tiras não tiveram continuação, privando a todos de apreciar o trabalho de Colonnese em formato diário.

O editor da CLUQ, Wagner Augusto, explica: "Durante o lançamento enviamos para centenas de jornais no Brasil um impresso juntamente com um exemplar da revista. Alguns atenderam e houve até quem publicasse na íntegra, de uma só vez. A intenção era, além de divulgar a revista, criar possibilidades para a distribuição de tiras".

Beto Carrero teve também sua versão infanto-juvenil, lançada em novembro de 2006 pela JB World Entretenimentos S/A, empresa de Carrero, juntamente com a Belli Studio Ilustração e Animação, na revista "As Aventuras do Betinho Carrero", com oito edições lançadas. O personagem título é um menino fã de Beto Carrero que se veste como o próprio.

As Aventuras de Betinho Carrero nº 01, editora Jb World, 2006.


Eugenio Colonnese nasceu na Calábria em 1929, aos dois anos de idade, mudou-se para o Brasil com os pais, em busca de maiores oportunidades de emprego e renda. 

Já no país, eles se estabeleceram na cidade de Santo André, em São Paulo, e alguns anos depois se mudaram para Montevidéu, no Uruguai. 

Na adolescência Eugenio se mudou para Buenos Aires, na Argentina. Iniciou a carreira no humor gráfico, aos 13 anos de idade, publicando em uma revista de piadas do Chile.

Em 1948 venceu um concurso de histórias em quadrinhos no Clube Social de La Boca, no ano seguinte, publicou na revista El Tony, na capital argentina, uma quadrinização da novela de Robert Louis Stevenson, "La Resaca", logo em seguida ilustrou uma quadrinização de "La Estrella de la Araucania" de Emilio Salgari, na revista Fantasia. Também trabalhou com o personagem Ernie Pike de Héctor Germán Oesterheld na revista Hora Cero.

Em 1955, conheceu o roteirista e desenhista argentino Osvaldo Talo, formaram uma parceira em diversas histórias publicadas entre 1955 e 1963, a dupla dividiu o pseudônimo "Cota" (Colonnese-Talo) em trabalhos publicados. Em 1957, em visita à mãe em Santo André, Eugenio aproveita a viagem para apresentar seus trabalhos para EBAL de Adolfo Aizen, encomenda a ele uma quadrinização de Navio Negreiro de Castro Alves, a história foi publicada na revista Álbum Gigante em Julho de 1957. Em 1961, colaborou com a editora inglesa Fleetway Publication (responsável pela revista 2000 AD) na revista Tide War. 

Mudou-se para o Brasil em 1964 e fixou-se em São Paulo. Já morando no país, iniciou seus trabalhos com quadrinhos românticos pela Ediex (Editormex), editora de origem mexicana. Nesse mesmo ano volta a trabalhar o parceiro argentino Osvaldo Talo, que havia decidido morar no Brasil. Na época o gênero mais popular de quadrinhos no Brasil eram as histórias de terror (seguindo uma tendência mundial, já que as histórias de terror, que eram importadas dos Estados Unidos, pararam de ser produzidas após a criação do Comics Code Authority). Por isso seu primeiro personagem de sucesso foi Mirza, a mulher vampiro, criada em 1967 criada para editora Jotaesse. No mesmo ano e na mesma revista criou o Morto do Pântano, que mais tarde dividiria histórias com Mirza.

Além do gênero terror, Colonnese criou os super-heróis X-Man, Superargo, Pele de Cobra, Gato e Mylar.

Para a Editora Prelúdio, uma editora especializada em literatura de cordel, ilustrou cordéis e as histórias de Juvêncio, o justiceiro do sertão, baseado em um programa da Rádio Piratininga no início dos anos 60, Juvêncio, um típico nordestern (um western ambientado no Nordeste brasileiro).

Em meados da década de 1960, ao lado do argentino Rodolfo Zalla (que também conheceu enquanto morava na Argentina). Fundou o Estúdio D-Arte, que, em 1981 tornou-se uma editora, entre os títulos da editora estavam as revistas Calafrio e Mestres do Terror.

Colonnese veio a falecer a 8 de agosto de 2008, em São Paulo, por falência múltipla dos órgãos devido a problemas de saúde ocasionado por um AVC que ele teve em junho, decorrente do consumo intenso de cigarros.

Para saber mais sobre Beto Carrero clique aqui.

Para saber mais sobre Eugenio Colonnese clique aqui.


Agradecimentos ao amigo e editor Wagner Augusto.

sexta-feira, 16 de setembro de 2022

Super Elói - 1995

Publicado na revista Herói Gold, das editoras ACME (atual Conrad) e Nova Sampa, Super Elói é uma criação, texto e desenhos, de Fábio Cobiaco. Estreando em capítulos no nº 45 a aventura seriada se estendeu até o volume 49 da revista.

Super Elói é office boy da própria editora que recebe superpoderes ao roubar numa aposta um relógio do misterioso Dr. X. Na aventura em questão o vilão pretende dominar a cidade usando robôs gigantes, numa homenagem aos seriados live-action japoneses.

Nessa fase o desenho de Cobiaco, já bastante evoluído, lembra o de Flávio Colin (1930-2002). 

Sobre o autor, no Guia dos Quadrinhos: "Fábio Cobiaco - Nascido em 1969, na Praia Grande, em São Paulo, Cobiaco publicou sua primeira tira na seção dos leitores da revista Chiclete com Banana, em 1986. Ele então aproveitou os anos seguintes para aprender os fundamentos da profissão, trabalhando em estúdios e redações de jornal. A partir daí, lançou-se no mercado no início dos anos 90. De lá para cá, publicou diversos quadrinhos e ilustrações em revistas e livros das maiores editoras brasileiras e dos EUA, como Cityzen Press, Terra Major e Dark Horse. Enquanto isso, colaborava numa série de curtas e longas de animação como Diretor de Arte e Artista de Conceito.

No final de 2012, lançou, em parceria com os escritores Eric Acher e Ronaldo Bressane, a graphic novel V.I.S.H.N.U, pelo selo de quadrinhos na Cia. Das Letras. Atualmente, Cobiaco mora no litoral paulista e divide com o filho Pedro, também quadrinista, o selo independente Oficina Cobiaco. O primeiro lançamento foi a revista LOKI, assim como o novo trabalho de Fabio: a revista Sociedade Lunar".

Agradecimentos ao amigo Quim Thrussel.



sexta-feira, 9 de setembro de 2022

Um Homem, Uma Maçã - 1988


Um Homem, Uma Maçã foi uma série de tiras criadas pelo cartunista Nivaldo (José Nivaldo Pereira de Souza).

Publicadas no Diário Popular (SP) em 1988, girava em torno de um mesmo tema: um homem e uma maçã.

O curioso dessas tiras é que elas apresentavam o copyright do "Studio Ota", demonstrando que o editor e cartunista Octacilio D'Assunção Barros (1954-2021) teve um dia a intenção de criar uma distribuidora de quadrinhos para a imprensa.

Para saber mais sobre Nivaldo, clique aqui.

sexta-feira, 2 de setembro de 2022

Flip Book Stories - 1996



Flip Book Stories estreou no nº 28 da revista Heróis do Futuro (editora Press Talent) em 1996. Criada pelo desenhista José Marcio Nicolosi, o Zé Marcio, se propunha a ensinar os rudimento básicos do desenho animado por meio de uma história em quadrinhos seriada que era publicada ao longo dos números da revista. O anfitrião da série era o animador Patto Scorpio, uma espécie de alter ego de Nicolosi e seus três assistentes, os Umbíguos, ideias que viviam nas gavetas do estúdio do desenhista.

Os Umbíguos também tiveram tiras solo nas páginas da revista.

A série foi republicada no ano 2000 nas páginas da revista Comix Book Shop da editora Escala.

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Sobre o autor: 

No seu antigo site encontramos a seguinte biografia de Zé Marcio: "(José) Marcio Nicolosi, nasceu em São Paulo - SP em 06 de novembro de 1958. Incentivado pelo pai (1º desenhista que conheceu) publicou seus desenhos em 1963, aos 5 anos, na Folhinha de São Paulo, suplemento infantil da Folha comandado pela “Tia Lenita” (Lenita Miranda de Figueiredo).

Mais tarde em 1974, aos 16 anos, viria a ilustrar esse mesmo suplemento já como funcionário dos Estúdios de Maurício de Sousa onde permaneceu até 1984 ilustrando e fazendo quadrinhos da Turmas da Mônica, Pelezinho, Penadinho e tantos outros. Nessa época conheceu o grande ilustrador e quadrinhista luso-brasileiro Jayme Cortez, então diretor de Arte do estúdio, que teve profunda influência em sua carreira mostrando novos caminhos e incentivando-o a experimentá-los. Foi assim que participou em 1978 do 2º Salão Mackenzie de Humor e Quadrinhos, onde recebeu seu primeiro prêmio como autor de quadrinhos com a história : “2º Domingo de Maio”.

Ainda sob incentivo de Cortez, um mestre das HQs de Terror, produziu 16 ilustrações para “O Livro Negro de São Cipriano”. Publicação inédita mas que teve os originais expostos na galeria de arte do Senac-SP. Muitos profissionais visitavam os estúdios de Maurício, eram amigos comuns dele e do próprio Cortez, gente ilustre como: Álvaro de Moya, Reinaldo de Oliveira, Will Eisner, Joe Kubert, Moebius, Salinas, Brescia, Le Blanc entre outros.

Era muito estimulante ouvir e vê-los de perto afinal, eram a história viva dos quadrinhos nacional e internacional . Alguns deles, incluindo o próprio Cortez, inspirariam futuros personagens de Fetichast. Em 1977 trocou definitivamente um curso de Física na USP pelos Quadrinhos, Ilustração e Animação. No início dos anos oitenta, o estúdio MSP começou a produzir desenhos animados, trabalhou então como layoutman dos dois primeiros longas metragens. Foi onde começou a tomar contato com o mundo da animação brasileira.

Em 1984, Nicolosi parte para uma carreira de animador freelancer e até o início dos anos noventa animou centenas de comerciais de TV para conceituadas produtoras de São Paulo, mas sua maior produção se concentrou em duas delas: a de Daniel Messias e de Luís Briquet. Campanhas com animações de personagens de grande apelo popular como: Bond Boca, Frango Sadia, Turma do Charlie Brown e Snoopy, Pernalonga, Pantera cor-de-rosa, o Mexicano, Freud, Ermitão, Mágico, Político, da Série Tostines (Vende mais porque é fresquinho...) e muitos mais.

Em 1990, pensando contribuir para ampliar o mercado de trabalho no Brasil, deixa o tradicional e restrito mercado publicitário e volta aos Estúdios de Maurício de Sousa para criar séries de animação para vídeo (os Vídeos-gibis) da turma da Mônica e Chico Bento patrocinados pela Publifolha, a ideia básica era fazer com os desenhos animados o que já era feito com os quadrinhos ou seja, produzi-los como indústria.

Apesar do grande desafio, nunca abandonou de vez os quadrinhos e enquanto planejava e animava os filmes, produziu nas horas disponíveis as 96 páginas da 1ª Novela Gráfica: “ Fetichast - Províncias do Desejo”. Uma alegoria de um país fictício videotizado. Lançada em 1991 pela Nova Sampa, recebeu o prêmio HQ-MIX daquele ano. Ainda em 91, participa da I Bienal Internacional de Quadrinhos, realizada no Rio de Janeiro.

Em 1996 começa a publicar na revista Heróis do Futuro, “Flip Book Stories” uma série em quadrinhos sobre Animação e seus princípios básicos. Ilustrou cartazes e libretos para peças de teatro infantil: “Guaiú, a ópera das formigas” e  “Chimbirins Chimbirons”, capas de CD e livro de Lendas Brasileiras. Integrou o grupo de Quadrinhistas do II Festival Internacional HQ Mix 96 - “Amazônia 3000”, onde cada autor mostrava sua visão do futuro da floresta amazônica.

Ainda em 96 participou da edição “Brasilian Heavy Metal”, maior coletânea de autores de HQ brasileiros. Em 97 produz: “Memória - um conto que custou uma fábula”, publicada pela Metal Pesado, onde apresentava sua versão para o estranho caso PC Farias, um crime que agitou os meios políticos na época.

Ainda em 1997, animou clipes musicais para MTV de Marcelo D2 e dos Titãs. Em 1998, ainda apostando na ampliação do mercado de trabalho para animadores brasileiros, assume a direção do núcleo de animação da MSP, que então fechava com a TV Globo um longo contrato para produção de novos desenhos. O Núcleo produziu até 2005, vinhetas, comerciais, curtas especiais para TV e 2 longas metragens para cinema e DVD (os Cine Gibis 1, 2, 3 e 4) lançados pela Paramount. Atualmente prepara material para o Cine Gibi 5 para DVD e trabalha na pré-produção do 1º filme de longa metragem do pequeno dinossauro Horácio".

Nicolosi desenhou várias tiras do Penadinho e do Pelezinho para a MSP.

Agradecimentos ao amigo Quim Thrussel.