sexta-feira, 31 de janeiro de 2020

Draculino - Notícias Populares - 1978

Draculino é uma sátira às lendas de vampiro, particularmente às histórias do Conde Drácula.

Criada por Natanael Fuentes (Natan e posteriormente Nathan) para o jornal Notícias Populares em 1978.
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Natan no Almanaque Combate nº 4-A, 1973.

Natanael Fuentes (Nathan) nasceu em 1946 em Marília-SP, grande fã dos trabalhos de Jayme Cortez, mudou-se para a cidade de São Paulo com cerca de 20 anos de idade no final dos anos 1960.
Foi aluno de Ignácio Justo, junto a outros artistas como Pedro Mauro e Aparecido Cocolete, dentre tantos outros. Lá trabalhou como quadrinista, desenhando histórias de guerra, e passou por várias agências de publicidade produzindo ilustrações e storyboards. Trabalhou na Young & Rubicam de 1982 a 84 como ilustrador. Em meados de 2003 foi morar na cidade de Franca, interior de SP, onde veio a falecer em 08/09/15 em decorrência de grave pneumonia.
O Justiceiro da Estrada, personagem promocional da Scania-Vabis, publicado em 1970 em revista própria e produzido pela SSB, tem sua criação creditada a Natan.

Storyboard produzido por Nathan. 

Autorretrato de Nathan.


sexta-feira, 24 de janeiro de 2020

Uma viagem a Saturno - O Estado - CE - 1941

Em 1941, o pioneiro dos quadrinhos cearenses, Rubens de Azevedo, publicou no suplento infantil do jornal O Estado, a aventura espacial Uma viagem a Saturno

Em 51 capítulos, exibe uma viagem espacial que se inicia em Los Angeles no observatório do professor Kronc Rans, junto com o comandante Buster Koolins e Orlandes Cook, que acabam entrando em conflito com os saturnianos.

A aventura foi posteriormente reunida em álbum pelo autor e editada pelo jornal O Estado. Por conter algumas propagandas comerciais o mesmo foi recolhido pela ditadura do Estado Novo sob a alegação de que "publicações particulares não poderiam conter anúncios".

Em 1961, morando em São Paulo, Rubens de Azevedo publicou a aventura de ficção científica Os prisioneiros de Hyperion no Almanaque Aventuras da editora La Selva (abaixo).
Para saber mais, leia o livro de Gledson Ribeiro de Oliveira, Quadrinhos no Ceará, editora Marca de Fantasia.

sexta-feira, 17 de janeiro de 2020

Sacha, o detetive - O Estado - CE - 1937

Um dos pioneiros dos quadrinhos no Ceará, Rubens de Azevedo, criou, ainda muito jovem em 1937, aos 17 anos, para o suplemento infantil O Jornal dos Nossos Filhos, do jornal O Estado, o detetive Sacha Dontorate.

Apaixonado por quadrinhos, Azevedo realizou uma sátira ás histórias de detetive. Sacha é careca, narigudo e dirige um velho calhambeque. Medroso e desajeitado e sempre se livra por acaso das encrencas onde se meteu.

Entre 1937 e 1945 desenhou mais de 150 tiras para o suplemento, criando ainda outros personagens, como o inspetor Garnier e o professor Pancrácio. Com o passar do tempo Rubens foi utilizando paisagens de Fortaleza em suas histórias.

Sobre Rubens, seu irmão Miguel Nirez Azevedo, escreveu em sua página nas redes sociais a seguinte biografia: 
"Meu irmão mais velho chamava-se Rubens de Azevedo e era nascido em 1921, treze anos mais velho que eu.

Era um sujeito fora do comum. Era desenhista, pintor, escritor, estudioso de astronomia, conhecia profundamente as mitologias grega e romana, foi ator de teatro, conhecia música clássica como ninguém, além de pioneiro de história em quadrinhos no Ceará.

Mas sua melhor função era fazer amizades. Enquanto ele morou em Fortaleza e mesmo em São Paulo sua casa era sempre cheia de amigos.
Cresci num ambiente que foi prá mim uma escola bem melhor que as oficiais. Cada conversa entre meu pai e ele era prá mim uma aula da maior importância.
Nos anos 1940 ele começou a colaborar no jornal “O Estado”, dirigido por Alfeu Aboim. Escrevia sobre astronomia e sobre mitologia, além de desenhar. Criou primeiramente o personagem Sacha Dontorate e publicava diariamente seus quadrinhos. Logo em seguida passou a desenhar um aventura chamada “Uma Viagem a Saturno” que depois imprimiu formando um livro. Foi o primeiro trabalho em quadrinhos feito no Ceará e um dos primeiros do país.
Fundou, em 1948 a primeira associação astronômica do país, chamada Sociedade Brasileira dos Amigos da Astronomia – SBAA da qual foi dirigente até 1951 quando mudou-se para São Paulo. Em São Paulo publicou vários livros sobre geografia, astronomia, heráldica e até um de quadrinhos Os prisioneiros de Hyperion.

Rubens era formado em geografia e história pela Faculdade de Filosofia de Fortaleza. Casou-se com a escritora Jandira Carvalho. Enquanto ele trabalhava como fiscal de ensino ela era fiscal de consumo.

Falar sobre Rubens de Azevedo em uma crônica de apenas uma lauda não é possível. Voltarei ao assunto enfocando-o em cada atividade.

Rubens nos deixou em 2008 deixando uma profunda e irreparável lacuna".

Para saber mais leia o livro de Gledson Ribeiro de Oliveira: Quadrinhos no Ceará da editora Marca de Fantasia.

Agradecimentos ao amigo João Antonio Buhrer.

sexta-feira, 10 de janeiro de 2020

Grilo Caetano - revista Alegria e Cia - 1984

O Grilo Caetano foi publicado em forma de história em quadrinhos em 1984 na revista Alegria e Companhia da editora Abril.

O personagem surgiu por volta de 1976 como parte de um projeto da Embrafilme para a coprodução daquele que seria o quarto longa-metragem brasileiro de animação, junto com a Abracan (Associação Brasileira dos Artistas de Cinema de Animação). 
A concepção inicial dos personagens.

O longa contaria com três histórias de 23 minutos cada. Uma seria Pifft, o morceguinho, do animador Clóvis Vieira; a outra seria a aventura em um circo, com a participação dos elefantes Elifas e Dante e das cegonhas Frico e Teddy, produzida por Luís Briquet e a terceira seria justamente O Grilo Caetano, do animador Walbercy Ribas Camargo.

Devido à demora burocrática e à inflação galopante do período, a verba concedida pela entidade governamental tornou-se insuficiente para a realização da película.

Com o fim do projeto, cada animador seguiu seu rumo, tentando realizar suas animações por meios próprios.

A animação de Walbercy contaria a história de um reino habitado somente por insetos. Um reino triste, porque o rei Maledeto não gosta de música e também é muito ambicioso, a ponto de confundir estrelas com pedras preciosas. A trama giraria em torno da Joaninha, da borboleta Juliana, dos besouros Bituquinha e Passoquinha, da centopeia Bacaninha e do caracol Carolino, liderados pelo Grilo Caetano, um poeta "misto de Caetano Veloso e Vinícius de Morais".
O álbum e as figurinhas, editora Saravan.

Sempre no intuito de angariar fundos para finalizar sua obra, que a está altura já havia se tornado um longa-metragem único do grilo, Walbercy mais de uma vez, emprestou sequencias de seu desenho animado para comerciais dos produtos Sharp (a primeira em 1985. Assista aqui); lançou um álbum de figurinhas pela editora Saravan entre 1986 e 1989, pois o preço está em Cruzados; lançou um compacto vinil pela editora Rio Gráfica em 1981 e histórias em quadrinhos na revista Alegria e Companhia em 1984.
O disco vinil pela editora Rio Gráfica.

Finalmente, já batizado de Grilo Feliz, o longa metragem de animação foi lançado em 2001, com produção da Start Desenhos Animados de Walbercy. Em 2009 ganhou uma sequência em 3D: O Grilo Feliz e os Insetos Gigantes.

Para assistir a uma entrevista com Walbercy clique aqui.

Agradecimentos aos amigos Quim Thrussel e João Antonio Buhrer pela colaboração.




segunda-feira, 6 de janeiro de 2020

A Vida de Ivon Curi - Radiolândia - 1958

Em 1958 a revista Radiolândia, da Rio Gráfica e Editora (RGE), publicou em quadrinhos A Vida de Ivon Curi
Foram onze capítulos de três páginas cada com textos do jornalista Nelson Batinga e desenhos de Getúlio Delphin, e posteriormente de Gutenberg Monteiro, contava a infância e as primeiras experiência artísticas do cantor.

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Segundo a Wikipedia: "Ivo José Curi, conhecido como Ivon Curi, (Caxambu, 5 de junho de 1928 — Rio de Janeiro, 24 de junho de 1995) foi um cantor, compositor e ator brasileiro. Passou a infância e parte da adolescência em sua cidade natal. Era filho de José Kalil Curi e de Maria Curi, e irmão do famoso locutor esportivo Jorge Curi e do locutor noticiarista Alberto Curi, ambos também falecidos. Foi batizado na Igreja Matriz de Caxambu, em 29 de março de 1929, pelo monsenhor José João de Deus, tendo como padrinhos Assad Safade e sua irmã mais velha, Jenny Curi, a qual passaria a criá-lo depois da morte de sua mãe, em 1936. No início dos anos 1940 mudou-se para o Rio de Janeiro. Trabalhou inicialmente na Pan American Airlines em terra.

Iniciou sua carreira artística como cantor em 1947, contratado como cantor principal da orquestra do maestro Zaccarias, do Hotel Copacabana Palace. Notabilizou-se também por suas participações como ator e cantor em inúmeras chanchadas da Atlântida durante a década de 50. Em 1960, gravou, ao lado de Elizeth Cardoso, um jingle para a campanha vice-presidencial de João Goulart".
Getúlio Delphin em 1952 na revista Enciclopédia em Quadrinhos, RGE.

Sobre Getúlio Delphin: "Getulio Delphin (nascido no Rio de Janeiro) é um quadrinista e ilustrador brasileiro. Começou sua carreira aos 15 anos na Rio Gráfica Editora como desenhista de diversas revistas de história em quadrinhos, tais como O Fantasma, Mandrake, Cavaleiro Negro, Capitão Marvel, logo depois trabalhou para a editora Garimar, onde ilustrou quadrinhos baseados na série de televisão brasileira O Falcão Negro e histórias ambientadas na Segunda Guerra Mundial.

Aos 18 anos, passou a trabalhar nas editoras Outubro e La Selva. Seu trabalho de maior destaque foi como desenhista das HQs do Capitão 7 e Jet Jackson. Para a CETPA (Cooperativa e Editora de Trabalho de Porto Alegre-RS) publicou no início da década de 1960, a revista Aba Larga que retratava um membro da Polícia Montada do Rio Grande do Sul). Para a O Cruzeiro, adaptou Charlie Chan e continuou o cartum O Amigo da Onça após o suicídio do criador Péricles.

Em 1994, ganhou o Prêmio Angelo Agostini na categoria "mestre do quadrinho nacional". Já em 2000, ganhou o 12º Troféu HQ Mix na categoria "grande mestre".
Gutenberg Monteiro na revista Ciência em Quadrinhos, RGE, 1952

Sobre Gutenberg Monteiro: "Gutenberg Monteiro (Faria Lemos, 4 de dezembro de 1916 - 10 de Dezembro de 2012) foi um ilustrador de histórias em quadrinhos brasileiro. Também conhecido nos Estados Unidos como Goott. Começou a fazer ilustrações na década de 1940. Atuou tanto no Brasil como no mercado norte-americano.

Gutenbert foi descoberto por Adolfo Aizen. Era filho de seu motorista. Iniciou a carreira nos últimos tempos da revista Suplemento Juvenil. Foi o principal capistas des revistas em quadrinhos (Gibi Mensal e O Globo Juvenil Mensal) e policiais (X-9, Meia-Noite) da Rio Gráfica Editora, de Roberto Marinho. Um desenhista que tinha traço próprio, (não se limitava a decalcar desenhos, como faziam a maioria dos outros capistas) ilustrou várias matérias de apenas uma página e vários romances que foram quadrinizados. O primeiro deles foi "A Moreninha" para a Edição Maravilhosa. produziu histórias de terror para a editora Outubro e para a editora Garimar adaptou o histórias do seriado O Falcão Negro. Para a Rio Gráfica Editora ilustrou capas e histórias de O Fantasma. Em 1964, recebeu um convite para trabalhar nos Estados Unidos, lá desenhou tiras de jornal de O Fantasma, Batman e Tom e Jerry (pranchas dominicais), revistas em quadrinhos de Gasparzinho, Riquinho, Brasinha entre outros. Gutenberg faleceu no dia 10 de Dezembro de 2012, vítima de uma isquemia cerebral".
Tom e Jerry de Gutenberg Monteiro e Stan Kay.