sexta-feira, 27 de maio de 2022

Dr. Fred - 1977



Em 1977 o cartunista Miguel Paiva passou a publicar no Jornal do Brasil (RJ) as tiras do Dr. Fred, numa clara alusão ao "pai" da psicanálise, Sigmund Freud (1856 – 1939).

Com um traço intermediário entre seu início de carreira e aquele que viria a lhe consagrar em séries como Radical Chic e Gatão de Meia Idade, Miguel fazia humor com o mundo da terapia e da psicanálise mostrando o Dr. Fred, um psicólogo que estava mais interessado em sua conta bancária do que em tratar seus pacientes.

Para saber mais sobre Miguel Paiva clique aqui.

sexta-feira, 20 de maio de 2022

O Guaraní - 1947

Em dezembro de 1947, terminada a aventura Caça aos Tubarões, Jayme Cortez inicia no Diário da Noite (SP) a quadrinização do romance O Guarani, de José de Alencar, comprovando mais uma vez ser esse o romance da literatura nacional mais transposto para a linguagem dos quadrinhos.

Em um trabalho de fôlego, durante 169 capítulos e 507 quadros, o artista narra, por meio de textos e desenhos, o romance do índio Peri com a jovem Ceci.

Com a estreia do primeiro capítulo foi publicado o seguinte texto: "Em uma historia em quadrinhos exclusiva para o DIÁRIO DA NOITE, o desenhista J. Cortez, já bastante conhecido de nossos leitores, teve a feliz ideia de compor os lances empolgantes e as passagens poéticas da grande fonte de beleza que é o drama máximo de José de Alencar O Guarani. Nessa série de desenhos, o leitor encontrará as figuras imortais de Loredano, Peri, Ceci, Antônio Mariz, Dom Álvaro, Isabel, D. Diogo, os aventureiros, a coragem primitiva e generosa do gentio que tomava contato com os pioneiros. Peri, apaixonado e dotado de um poder de dedicação até o sacrifício; filho audacioso e ágil da natureza agreste, perspicaz, amoroso e exuberante. Ceci, interprete fiel da alma lusitana desabrochando em amor e meiguice, no calor tropical, o coração transbordante de bem-querer; e a trama delicada e sensível que o grande romancista soube traçar, com esses dois personagens; Loredano, minado de ódio e ideias de vingança, sinistro conspirador a criar maldades e perfídias nos porões do castelo das selvas; Dom Antônio Mariz, pai de Ceci, a figura serena e dominadora. E todas as demais personagens dessa obra inesquecível, que assinala uma fase de nossa literatura. J. Cortez, o hábil desenhista revela o quanto e generoso de divulgação das obras-primas do passado por meio de quadrinhos pode servir aos interesses da educação da nossa gente e desvia dos rumos rotineiros e perniciosos da aventura vulgar, em que a violência e o exagero constituem o caraterístico principal.

A começar de hoje, o DIÁRIO DA NOITE publicará, diariamente, três quadros da série, acompanhados de uma síntese do grande poema indianista".

Infelizmente a aventura foi interrompida em setembro de 1948, permanecendo assim, incompleta. Talvez este seja o motivo de nunca ter sido republicada em formato de álbum ou revista.

sexta-feira, 13 de maio de 2022

Caça aos Tubarões - 1947

Recém chegado ao país, vindo de Portugal, Jayme Cortez (1926-1987), após ter realizado algumas charges para o jornal O Dia, estreia sua carreira nos quadrinhos brasileiros com a série Caça aos Tubarões, no jornal Diário da Noite (SP). 

A aventura em 29 capítulos, iniciada em 30 de abril daquele ano, segue a linha das histórias criadas por Cortez em Portugal e publicadas em O Mosquito e conta as aventuras de Faísca e Pedrinho, dois garotos do povo, em luta contra "os tubarões", como eram chamados os contrabandistas e maus comerciantes que ludibriavam a população e aumentavam abusivamente o preço de mercadorias estratégicas naquele período pós-guerra. Os capítulos variavam em colunas com 2, 3 ou até 4 tiras sobrepostas.

No decorrer da história Faísca e Pedrinho, em apuros, são auxiliados por sua professora D. Roberta e pelo investigador Erasmo.

Vale ressaltar os cenários dos quadrinhos onde são retratados paisagens paulistanas como o Mosteiro de São Bento e o edifício Altino Arantes, na época sede do Banespa.

Curiosamente, alguns dias antes da estreia da série, foi publicado o anúncio abaixo fazendo alusão à Guerra aos Tubarões.

sexta-feira, 6 de maio de 2022

Zé Fajuto

Em agosto de 1972 estreava nas páginas do Notícias Populares (SP) o personagem Zé Fajuto.

Criado por F. Caldas, Zé Fajuto apresentava gags descompromissadas muitas delas ligadas à indústria cultural, comentando fatos das próprias histórias em quadrinhos, do cinema, da TV e muitos trocadilhos infames.



O personagem foi apresentado com destaque na capa do jornal.