sexta-feira, 30 de dezembro de 2022

Vida, Paixão e Drama do Deputado Tenório - 1954

Natalício Tenório Cavalcanti de Albuquerque (1906 — 1987) conhecido como o "Homem da Capa Preta" ou Tenório Cavalcanti, foi um advogado e político brasileiro com base eleitoral no Estado do Rio de Janeiro, principalmente na Baixada Fluminense e no distrito de Duque da Caxias, possuindo um estilo político agressivo, muitas vezes violento. Nascido em Alagoas, sua infância foi humilde, na maior parte passada no sertão nordestino. Mudou-se jovem, com 19 anos, para o Estado do Rio de Janeiro fixando-se no atual município de Duque de Caxias, na época então distrito de Nova Iguaçu, no fim dos anos vinte.

Tenório andava sempre ao lado de sua "Lurdinha", uma submetralhadora MP-40 de fabricação alemã, similar àquela utilizadas por soldados nazistas durante a Segunda Guerra Mundial.

Em 1954 fundou o jornal A Luta Democrática, que usaria como ferramenta de propaganda política, especialmente para atacar desafetos e adversários, entre eles Getúlio Vargas. O jornal, de forte apelo sensacionalista, chegou a ser o terceiro maior do Rio de Janeiro nos anos 60.

Já nos primeiros números, o terceiro, A Luta Democrática passou a publicar a biografia de Cavalcanti em forma de tiras diárias: Vida, Paixão e Drama do Deputado Tenório ou Vida, Drama e Paixão de Tenório. As histórias abordam inclusive o famoso "Caso Imparato", onde um delegado paulista, Albino Imparato, convocado pelas elites de Duque de Caxias para controlar as ações violentas de Tenório, foi assassinado com  comprovada participação direta de Cavalcanti no crime.

A série era contada com imagens sobrepostas a versos, como num livreto de cordel, com certeza para cativar o vasto eleitorado nordestino que habitava a Baixada Fluminense, base eleitoral de Tenório.

O versos ficaram por conta de Zé Alagoano e os desenhos sob responsabilidade de Arno Voigt e posteriormente Walter Peixoto. Peixoto chegou a desenhar algumas aventuras de O Falcão Negro para a editora Garimar no final da década de 1950.


Abaixo o Falcão Negro nº 01 por Walter Peixoto - editora Garimar, 1958.

sexta-feira, 23 de dezembro de 2022

Bocage

Bocage, o poeta português Manuel Maria Barbosa l'Hedois du Bocage (Setúbal, 15 de setembro de 1765 – Lisboa, Mercês, 21 de dezembro de 1805) apesar de ter sido, possivelmente, o maior representante do arcadismo lusitano, acabou tornando-se conhecido por seus textos provocativos e muitas vezes de caráter erótico. Por ter morado no Brasil por alguns anos a partir de 1786 seu trabalho desenvolveu um interesse especial em nosso país.

Com o passar do tempo e com sua obra caindo em domínio público, dezenas de editoras populares acabaram publicando livros com o título genérico de Piadas ou Anedotas do Bocage, com fatos atribuídos à biografia do autor e outros sem a menor relação com sua obra, muitos agrupando piadas de salão e atribuindo sua autoria ao escritor.

Pequenas editoras como a Livraria Império (Rio de janeiro, 1956) e a Livraria A Barateira (Lisboa, 1954) lançaram edições como essas, mas as que nos interessam particularmente são duas editoras brasileiras que lançaram versões em quadrinhos do personagem:

Editora O Livreiro - depois de ilustrar vários livros com literatura de cordel, narrando fatos engraçados ou pitorescos atribuídos a Bocage e usando uma figura de nariz proeminente como sendo o autor lusitano, a editora lançou várias edições com quadrinhos ou cartuns com esse modelo, no traço de João Batista Queiroz e Nico Rosso.

Nas figuras abaixo o Bocage narigudo da editora Luzeiro no traço de Nico Rosso e João Batista Queiroz.

Saber / Super-Plá/ Savério Fittipaldi - as várias editoras da família Fittipaldi, tradicionais editores paulistanos, também têm sua a versão ilustrada do Bocage, estas sempre realizadas pelo desenhista Edú (Eduardo Carlos Pereira), assíduo colaborador dos Fittipaldi e lançadas a partir de meados dos anos 1970 em revistas formato livro tais como: Bocage, Piadas do Bocage e Piadas em Quadrinhos. Edú tinha duas versões gráficas do poeta, uma mais jovem e de cabelos escuros e outra um pouco mais velha, usando uma peruca branca. Ambas vestiam roupas de época, mas frequentemente viviam suas aventuras na atualidade.

Abaixo os dois Bocages de Edú em Anedotas e Piadas do Bocage (Editora Super-Plá) e O Gozador (Editora Savério Fittipaldi).

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Sobre Queiroz na Wikipedia: João Batista Queiroz é um quadrinista e ilustrador brasileiro. Começou sua carreira trabalhando como ilustrador nas revistas do grupo La Selva. Nos anos 1950, foi responsável pelas revistas em quadrinhos de personalidades populares à época, como as duplas de palhaços Arrelia & Pimentinha e Fuzarca & Torresmo e os atores Grande Otelo e Oscarito. Nos anos 1970, criou o personagem infantil Zuzuca para a publicação Álbum Infantil. Nos anos 1980, trabalhou com o gibi do grupo humorístico Os Trapalhões. Em 1988, ele ganhou o Prêmio Angelo Agostini de Mestre do Quadrinho Nacional".

Para saber mais sobre Edú clique aqui.

sexta-feira, 16 de dezembro de 2022

Ensaio Sobre a Bobeira - 2010

Em 22 de janeiro de 2010, uma sexta-feira, estreava no jornal O Estado de S. Paulo a série Ensaio Sobre a Bobeira, de Lourenço Mutarelli.

Afastado dos quadrinhos por quase 5 anos, Mutarelli, que já era um artista multimídia nessa época, retomava sua produção justamente com uma tira de jornal. No dia anterior à publicação o jornal declarou: "uma experiência gráfica cheia de non-sense e estranhamento, um tipo de comentário visual sobre a natureza humana". 

Usando o personagem Bob, "uma brincadeira com bobo", que mudava de aparência a cada aparição, o autor explicou assim o processo criativo do material: "Às vezes faço um desenho e, a partir do desenho, crio algum diálogo, algum texto, que é o processo inverso de você fazer um roteiro de quadrinhos. Você cria uma imagem e vê o que essa imagem quer dizer, complementa ela com alguma frase". "E tem esse ensaio, uma homenagem ao Zéfiro, essas mulheres com bifes sobre o rosto, que é só para eu ser perseguido pelas feministas (risos)".

A série teve curta duração, sobrevivendo por poucas semanas, mas foi reunida no livro Sequelas da editora Comix Zone em 2023.

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Sobre o autor, na Wikipedia:

"Lourenço Mutarelli (São Paulo, 18 de abril de 1964) é escritor, ator, professor, dramaturgo e autor de histórias em quadrinhos brasileiro. Forçado pelo seu pai, cursou a Faculdade de Belas Artes. Durante três anos, trabalhou na Maurício de Sousa Produções, no começo como intervalador e depois como cenarista.

Entusiasmado pelo grande número de revistas que surgiram na década de 1980, tentou publicar suas histórias sem sucesso - foram consideradas muito "estranhas". Também fez humor criando o personagem "Cãozinho sem pernas" que ainda hoje, é lembrado com saudade por seus leitores. 

Iniciou sua produção em histórias em quadrinhos por meio dos fanzines, distribuídos pelo próprio autor. Seus dois títulos, Over-12 (1988) e Solúvel (1989) tiveram 500 exemplares impressos pela extinta Editora Pro-C, de Francisco Marcatti, importante nome nos quadrinhos underground na década de 80, e hoje são raridades.

Publicou ainda tirinhas e histórias de uma página na revista Animal – publicação mensal sob a editoração de Rogério de Campos, Fabio Zimbres, Priscila Farias e Newton Foot que publicava, entre materiais nacionais, um leque de autores europeus – e em outros títulos da Editora Vidente – de Gilberto Firmino. Com Marcatti e Glauco Mattoso editou dois números da revista "Tralha", também publicada pela Vidente.

Recebeu vários prêmios e é aclamado por sua participação no cinema e no teatro. Criador da arte do filme Nina, dirigido por Heitor Dhalia, autor do romance O Cheiro do Ralo, adaptado para o cinema, dirigido por Heitor Dhalia e estrelado por Selton Mello. O protagonista, que tem o nome velado no romance, no cinema recebe a alcunha do autor do livro.

Seu romance O Natimorto foi adaptado para o teatro pelo dramaturgo Mário Bortolotto e ganhou as telas em 2011 com Mutarelli no elenco.

A maior parte de suas publicações aconteceram por intermédio da Devir Editora e pela Companhia das Letras. Compartilhou seu cotidiano no seu blog (durante 2007) e na revista Piauí Nº 35 em uma matéria desenhada.


sexta-feira, 9 de dezembro de 2022

Marcello Quintanilha - 2010

A partir de 22 de janeiro de 2010, Marcello Quintanilha começou a publicar uma tira em quadrinhos no Caderno 2, do jornal O Estado de S. Paulo.

Seguindo o trabalho que o autor já desenvolvia em seus álbuns, sem um título específico e sem personagens fixos, Quintanilha nos contava semanalmente uma espécie de crônica em quadrinhos, abordando os dramas cotidianos das periferias, com seus dramas, amores e situações pitorescas da população brasileira. Infelizmente a série teve curta duração.

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Sobre o autor, no site Cultura Niterói:

"Nascido em Niterói (RJ) em 1971 e radicado em Barcelona, Marcello Quintanilha, também conhecido pelo pseudônimo Marcello Gaú, é um famoso quadrinista brasileiro, autor de diversos livros que retratam o cotidiano brasileiro em crônicas visuais.

Seu primeiro trabalho em quadrinhos foi publicado em 1988. Ainda adolescente, ele desenhou histórias de artes marciais para a revista Mestre Kim, da Bloch Editores. Na época, assinava como Marcello Gaú, por acreditar que as histórias em quadrinhos não poderiam servir como profissão.

Aos 18 anos, tendo concluído o Segundo Grau, começou a trabalhar como animador para uma escola de inglês. Passou sete anos no emprego, usando o tempo livre para desenvolver seus projetos pessoais. A convite de Rogério de Campos, diretor da Editora Conrad, passou a colaborar com as revistas General e General Visão, nas quais publicou histórias como “Granadilha” e “Dorso”. No mesmo período, criou trabalhos também para as revistas Nervos de Aço, Metal Pesado, Zé Pereira e Heavy Metal.

Sua primeira graphic novel foi publicada em 1999. “Fealdade de Fabiano Gorila” era uma história baseada na vida de seu pai, que foi jogador de futebol do Canto do Rio na década de 1950. No mesmo ano,durante a primeira edição do Festival Internacional de Quadrinhos de Belo Horizonte, conheceu o francês François Boucq, que se interessou pelo seu trabalho e convenceu-o a enviar seus desenhos para editoras europeias. Em 2003, publicou La promesse (A promessa), primeiro volume da série Sept balles pour Oxford (Sete balas para Oxford), pela editora belga Le Lombard, com roteiro do argentino Jorge Zentner e do espanhol Montecarlo. A série teve, ao todo, sete volumes, que foram publicados no período entre 2003 e 2012.

O contrato com a editora belga levou Quintanilha a mudar-se para Barcelona, para ficar mais próximo dos roteiristas da série. Passou a publicar também ilustrações nos jornais espanhóis El País e Vanguardia.

Ao mesmo tempo, continuou produzindo álbuns para o público brasileiro. Em 2005, publicou “Salvador”, na coleção Cidades Ilustradas da editora Casa 21. Seguiram-se “Sábado dos meus amores” (2009, troféu HQ Mix de melhor desenhista nacional) e “Almas públicas” (2011). Em 2016, recebeu o prêmio Fauve Polar SCNF do Festival de Angoulême, principal premiação francesa das histórias em quadrinhos, pela HQ “Tungstênio”.

Entre suas princinpais obras, podem ser citadas: “Fealdade de Fabiano Gorila” (Conrad, 1999); “Salvador” (Casa 21, 2005); “Sábado dos Meus Amores” (Conrad, 2009); “Almas Públicas” (Conrad, 2011); “Ateneu” (Ática, 2012); “Tungstênio” (Veneta, 2014); “Talco de Vidro” (Veneta, 2015) e “Hinário Nacional” (Veneta, 2016), além da série de sete volumes “Sept Balles Pour Oxford” (2003-2012). Também inclui em seu currículo a arte do disco “A invasão do sagaz homem fumaça” (2000), do Planet Hemp e animações para o filme espanhol “Chico & Rita” (2010), que foi indicado ao Oscar em 2012."


sexta-feira, 25 de novembro de 2022

As Aventuras de Jabuca - 1961

As aventuras de Jabuca, tira em quadrinhos de J.C.Lobo, que começou a ser publicada em 9 de agosto de 1961, no suplemento A Tribuninha, do jornal A Tribuna de Santos (SP).

Jabuca iniciou como integrante das Aventuras de Patolo e Patilda do jornalista Hamleto Rosato, editor de A Tribuninha e que foi publicado em capítulos semanais no jornal a partir de 24 de agosto de 1960 e posteriormente reunidos em livro, mas ao contrário dos seus companheiros de texto as tiras de Jabuca tiveram vida efêmera.

Junto com seus amigos Soneca, Vareta e Desbotado, Jabuca vivia aventuras simples de caráter ético e moral.

Jabuca também era a apelido do Jabaquara Atlético Clube, time santista que existente até nossos dias.

sexta-feira, 18 de novembro de 2022

Conquistadores do Espaço - 1952

A série Conquistadores do Espaço estreou em 16 de novembro de 1952 no Jornal do Dia (RS). Ocupando a Página Infantil do periódico, era publicada geralmente aos domingos. Com roteiros de Marcomiro Jr. (Marcomiro Leite Filho) e desenhos de Adão F. Gonçalves a tira conta a história do Dr. Márcio César formado na Universidade de Estudos Cósmicos e que trabalha na construção da espaçonave Centúria. Ele; Tânia, a copiloto, e o cinegrafista Rui; pretendem alcançar o planeta Órbiton.

As aventuras foram interrompidas no capítulo 22 de maio de 1953.

Marcomiro Jr., jornalista pernambucano, veio do Jornal do Comércio, de Recife, e foi contratado pelo Jornal do Dia, onde dirigia a Página Infantil com o pseudônimo de Tio Lucas, além de trabalhar no Departamento de Publicidade e colaborar com o Suplemento Internacional.

Adão F. Gonçalves cursou artes plásticas e foi contratado pelo jornal aos 24 anos fazendo ilustrações e trabalhando no Departamento de Publicidade do veículo.

Ilustração de Adão F. Gonçalves para o Jornal do Dia em 1952,

Agradecimentos ao amigo Francisco Dourado. Para ler a série completa dos Conquistadores do Espaço clique aqui.

sexta-feira, 11 de novembro de 2022

Armação Ilimitada - 1986

Aproveitando o nome da série de grande sucesso da Rede Globo, Armação Ilimitada fazia uma crítica contundente à política social e econômica do governo do presidente José Sarney (1985-1990).

Foi publicada no jornal Sindiluta, do Sindicato dos Químicos e Farmacêuticos de São Paulo. Sempre em tom de denúncia, mas nunca esquecendo o bom humor, os personagens Navalha, Baiano, Zenaide, Fuinha e Seu Otávio representavam um microcosmo do ambiente operário da época.

A série foi produzida pelos cartunistas Bira Dantas e Francisco Marcatti.

Sobre sua experiência na imprensa sindical Bira Dantas escreveu: "Desde 1980 eu exercia a atividade de chargista em paralelo à de quadrinhista. Em abril de 1982 fui contratado pelo Sindicato dos Químicos e Farmacêuticos de SP. Na época eu ainda era desenhista do Gibi dos Trapalhões da Bloch produzido no estúdio Ely Barbosa em SP. Em 1980 eu havia produzido charges e quadrinhos para a Chapa de Oposição Sindical. Os boletins eram redigidos pelo jornalista Valdeci Verdelho. Quando ganharam a eleição no sindicato, convidaram o Valdeci a montar um departamento de imprensa. Ele convidou Joaquim de Carvalho para diagramação e projetos gráficos, Maria Módolo para digitação e eu como chargista. De cara, criou o Sindiluta, um boletim informativo diário formato A4, frente e verso, 2 cores, com tiragem de 8 mil exemplares. Depois o departamento foi ampliado com a contratação do diagramador Dimaz Pimenta e mais a jornalista Eliane. Em 1983, Marcatti cobriu minhas férias fazendo as charges do Sindiluta (escreveu um depoimento com esta experiência pro Fanzine Quadrix de Worney). Em 1984, Valdeci saiu e foram contratados os jornalistas Rui Costa Pimenta, César Nogueira, o diagramador Wagner Pinto de Rocha e o quadrinhista Francisco Marcatti, que produziu ilustrações e cartazes pro Sindicato. Em 1985 Marcatti editou a coletânea "Bira, quem diria, você é um subversivo!" com charges publicadas no Sindiluta, onde publicamos duas séries em Quadrinhos "Armação Ilimitada" e "Arrocho Salarial", roteirizada por mim e desenhadas por nós dois. Marcatti foi trabalhar no departamento de imprensa da CUT SP e acabou nos deixando. Logo depois foi contratada a jornalista Elizete e o cartunista Paulo Monteiro que criou a série de tiras da Mimi (personagem que ele publicava como "Mimi a metaleira" no Sindicato dos Metalúrgicos de Santo André), Meia-Noite, entre outros. Paulo Monteiro saiu e o Sindicato contratou o cartunista Custódio. Deixei o Sindicato em 1988".

sexta-feira, 4 de novembro de 2022

Garota Dourada - 1983

Garota Dourada foi um longa-metragem brasileiro produzido em 1983 com direção de Antônio Calmon e é uma continuação do filme Menino do Rio de 1981, também de Calmon.

Na história, depois de ser abandonado por sua esposa, o surfista Ricardo Valente (André de Biase) decide ir para o litoral catarinense na companhia de sua filha e do astro de rock Zeca (Sergio Mallandro). Lá ele se apaixona por Diana (Bianca Byington) e desperta fúria do inescrupuloso Betinho (Roberto Bataglin), também apaixonado pela moça. Os dois travarão uma disputa pelo coração de Diana, a "garota dourada".

Duas semanas antes da estreia em 25 de dezembro, foram lançados nos joranis anúncios de página inteira em que algumas sequencias do filme eram contadas em forma de tiras em quadrinhos, como em um trailer desenhado. No último anúncio, no Natal de 1983, o público era convidado a ver o restante das aventuras nos cinemas.

Nos anúncios, produzidos pela agência de propaganda Esquire, os atores eram retratados com bastante fidelidade e os desenhos foram produzidos pelo ilustrador argentino radicado no Brasil desde 1968 Alberto Garcia, na época funcionário da agência.

Auto-retrato de Alberto Garcia.


sexta-feira, 28 de outubro de 2022

Betão & Cia - 1988


Baseado em suas experiências pessoais, nos amigos e colegas de escola, o artista Fernando Marques criou em 1977, quando ainda era muito jovem, Betão e seus amigos. Os personagens passaram a ser publicados em 1988 em um jornal de Petrópolis (RJ), com argumento de Vichi, e foram os primeiros a figurar em uma tira diária em um veículo daquela cidade. 

Em 1990, Betão & Cia (Guto, Lela, Lucky e outros) migraram para o suplemento Tribuninha, da Tribuna de Petrópolis, produzido por Fernando, Vichi, Robson Theobald e George Silva. Na Tribuninha Fernando publicava também outra produção sua, a Turma da Gatinha Tatá.

Em 1992 as tiras do Betão passaram a ser publicadas também em um jornal mensal em Petrópolis, o Jornal Cultural Obelisco. De 2009 até 2014 as tiras do Betão apareceram também no suplemento Diarinho, do jornal Diário do Vale, em Volta Redonda. Em 2013 o suplemento Tribuninha, com 8 páginas, deixou de ter esse formato. Foi reduzido para apenas meia página do jornal tradicional. E assim ficou até 2020, quando o jornal físico deixou de existir e a Tribuninha então acabou. Nesse meio tempo todo, Betão e seus amigos tiveram suas tiras publicadas em jornais informativos no Espírito Santo, São Paulo e em Portugal, tudo isso nos anos 90. Atualmente, além de aparecer nas páginas do autor nas principais redes sociais, eles também são publicados num jornal brasileiro nos Estados Unidos, o Brazilian Press, que é distribuído em 6 cidades americanas; e também no jornal Notícias em Português, no Reino Unido.

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Sobre o autor: Roberto Fernando Marques nasceu em maio de 1963, e desde pequeno gostava de quadrinhos e desenhos animados. Em 1974 criou seus primeiros personagens e seu primeiro caderno de histórias. O primeiro trabalho como ilustrador foi em 1977, quando ilustrou o livro Dicas Úteis para sua Cozinha, da Ediouro. Em 1986, elaborou o cartão de Natal da rede Transamérica de Rádio. Em 1989, criou algumas capas para os cadernos de uma indústria de papéis de Petrópolis. Foi onde a gatinha Tatá apareceu pela primeira vez. Depois disso dedicou-se mais à Tribuninha até que, em 1993, fez sua primeira revista em quadrinhos. Pegou o texto de um livro da escritora Stella Carr, adaptou para seus personagens e publicou a revista “O Segredo do Museu Imperial”. Lançou-a independente na Bienal do Livro de São Paulo, em 1994, que teve a participação da autora e do pessoal do stand da Editora Moderna. O suplemento Tribuninha acabou em 2020, circulando por cerca de 30 anos. O Diarinho, publicado semanalmente no jornal Diário do Vale, na região sul do interior do Estado do Rio de Janeiro circulou de 2009 a 2014.

Hoje, além das redes sociais, suas tirinhas são publicadas no jornal Brazilian Press, nos Estados Unidos; e também no jornal Notícias em Português, no Reino Unido.

Para conhecer mais clique aqui e aqui.

sexta-feira, 21 de outubro de 2022

Menina Infinito - 2004

Menina Infinito retrata o cotidiano de Mônica, uma garota urbana ligada em filmes, livros e música da cena independente, e também o de seus amigos Pedro e Malu. Sem tiros ou explosões, a qualidade da série é justamente narrar e retratar a vida de pessoas comuns, que podem estar ao nosso lado em um vagão de metrô, passeando num parque ou numa casa noturna, seus amores e contradições.

Fabio Lyra (1976) criou a Menina Infinito em 2002, mas ela só estreou pra valer em 2004 nas páginas da revista independente carioca Mosh e no fanzine Alter(fan)nativo. Com um traço limpo e claro Menina Infinito ganhou um livro em 2008 pela editora Desiderata.

Menina Infinito também teve sua série no formato tiras, publicada aos domingos no jornal O Globo (RJ) a partir de maio de 2010 (imagens acima). Em 2015 ganhou uma revista em quadrinhos semestral pela editora Beleléu.

Paraconhecer outros trabalhos de Fábio Lyra clique aqui.



sexta-feira, 14 de outubro de 2022

O Crânio - 1988

O Crânio, criado por Francinildo Sena (1968), é um super-herói brasileiro bastante popular no meio independente. Surgiu em 1988 no fanzine Mini-HQ e foi publicado nas páginas do jornal Tribuna do Alto Oeste (RN), com desenhos de Marcelo Salaza, Rodrigo Fernandes e Mark Novoselic.

A Edu Manzano, Francinildo declarou: "Sim, é verdade O Crânio saiu em tiras no jornal Tribuna do Alto Oeste entre maio e outubro de 2009. Sempre nas segundas-feiras. A história da última tira ficou incompleta porque o jornal saiu de circulação antes da conclusão".

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Sobre O Crânio, no Guia dos Quadrinhos: "HARAN era um Príncipe do planeta Stron juntamente com o seu irmão KROK. Eles eram gêmeos, mas, totalmente opostos. KROK era um admirador declarado dos jogos violentos, enquanto HARAN era um pacifista nato que acabou pagando caro por isso. Na adolescência KROK tramou premeditadamente a morte do pai, o Imperador, e convenceu o Conselho de Justiça que HARAN teria sido o assassino e assumiu o poder.

Prendendo HARAN, KROK mandou fazer uma lavagem cerebral no irmão e o baniu. HARAN foi lançado no espaço em uma cápsula e vagou pelo universo por incontáveis ciclos até que a cápsula desgovernada caiu na terra. Mais precisamente na floresta Amazônica, no Brasil.

Descoberto pelas forças armadas do Governo Brasileiro, ele passou a ser caçado como um animal, e após algum tempo passou a ser rotulado pela imprensa como CRÂNIO. Devido a sempre escapar das investidas contra ele.

O CRÂNIO tem o poder de lançar raios pelas mãos e pelos olhos, além de voar. São dons naturais de todos os Stronianos (ou Stronamos) que não sofreram qualquer tipo de alteração pela atmosfera terrestre".

sexta-feira, 7 de outubro de 2022

Senninha - 1994

Apesar de ter sido lançada pela editora Abril e pela Ayrton Senna Promoções em fevereiro de 1994, poucos meses antes da morte do piloto Ayrton Senna (1960-1994), tanto o personagem Senninha quanto a revista em quadrinhos Senninha e sua Turma alcançaram grande sucesso. A revista em formatinho durou 99 edições, sendo publicada até abril de 1999, além de sair por outras editoras como Brainstore (1999) e HQ Maniacs (2008). O personagem e sua turma também participaram de muitas edições e campanhas educativas e sociais.

Senninha também teve sua série de tiras publicadas em vários jornais, como a Gazeta do Povo (PR) em 2002 (imagens acima).

A concepção visual do personagem ficou por conta de Ridaut Dias Jr e Rogério Martins. Nos créditos da revista constavam como desenhistas e argumentistas Assis Basso, Mário Mattoso, Marco A. Cortez, Alexandre Montandon, Dong Han Yi, entre outros.

Senninha e sua Turma nº 01, editora Abril, 1994.

Siga o Senninha - S.O.S. para o Trânsito - O Globo, 1998.

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Sobre os autores, nas redes sociais encontramos: "Ridaut possui 35 anos de experiência no mercado de animação e quadrinhos e já trabalhou nos mais renomados estúdios do Brasil. Criador do Personagem Senninha e sua Turma, trabalhou com Ayrton Senna no desenvolvimento do Estúdio Senninha. Hoje trabalha no Estúdio Ridaut com criação, produção e desenvolvimento de personagens e quadrinhos.

Ridaut morou em Lins até os 9 anos , depois mudou-se para São Paulo.

O desenhista ganhou projeção nacional logo no início de sua carreira quando começou a trabalhar com  Mauricio de Sousa, mas o destaque maior foi quando participou da elaboração do desenho do piloto de F1, Ayrton Senna o "SENNINHA". 

Senninha é um personagem de história em quadrinhos inspirado no piloto de Fórmula 1 Ayrton Senna, que foi fruto de admiração de seus criadores, Rogério Martins, que era publicitário e Ridaut Dias Júnior que era desenhista da Mauricio de Sousa Produções e o personagem surgiu em 1994. Depois do lançamento do personagem, montaram uma equipe com desenhistas, ilustradores e coloristas. Entre eles, estava o ilustrador Marco Antonio Cortez.

O desenhista Linense também é o autor do desenho criado para o campeão mundial de natação Cesar Cielo, ele criou o Cielinho".

sexta-feira, 30 de setembro de 2022

Luluzinha Teen - 2009

Com o sucesso da Turma da Mônica Jovem dos estúdios de Mauricio de Sousa a editora Pixel Media/Ediouro resolve lançar em junho de 2009 Luluzinha Teen e sua Turma, baseada nos personagens criados pela cartunista norte-americana Marge (Marjorie Henderson Buell, 1904-1993) em 1935. Emulando o estilo dos quadrinhos japoneses, os mangás, a série guardava poucas semelhanças, pelo menos visualmente, com a original, mas gozou de razoável sucesso, sobrevivendo por 65 edições e vários especiais.

Como parte do grande investimento em marketing da editora nesse projeto, Luluzinha Teen teve também sua série de tiras para jornal, estreando  n'O Globo em maio de 2010.

Anúncio da revista Luluzinha Teen, jornal Destak, 15 de março de 2010.

A parte de criação ficou por conta dos estúdios Labareda Comunicação e Design. No expediente das revistas constavam como desenhistas Allan Alex, Daniela Folador, José Carlos e Wiliam Côgo e como roteirista Renato Fagundes.

Acima, a Luluzinha original de 1935. Com gags em painel único a personagem só ganhou os quadrinhos posteriormente.

sexta-feira, 23 de setembro de 2022

Beto Carrero - 1985

Beto Carrero, o cowboy brasileiro, é um personagem criado em 1955 por João Batista Sérgio Murad (1937-2008) inspirado nas andanças rurais de seu pai, Alexandre "Carrero" Murad, para programas radiofônicos.

Sérgio Murad foi artista, apresentador, músico sertanejo, locutor de rodeios, agente de talentos, publicitário e empresário brasileiro, conhecido pela performance de cowboy e por ser idealizador do parque Beto Carrero World, localizado no município de Penha, no litoral norte do estado de Santa Catarina e manteve por muitos anos a Sérgio Murad Propaganda.

Em 1985, a editora CLUQ, lançou a revista em quadrinhos "As Aventuras de Beto Carrero" com arte de Eugênio Colonnese (1929-2008) e roteiros de Gedeone Malagola (1924-2008) e Hélio do Soveral (1918-2001). A revista teve 5 números em formato grande, capa colorida e miolo preto e branco. Embora baseada nos faroestes, na HQ Beto não usava arma de fogo e sim seu chicote para combater o crime.

As aventuras de Beto Carrero nº 01, editora CLUQ, 1985.

A CLUQ, nessa época, distribuiu aos jornais uma página de tiras para serem publicadas gratuitamente como forma de promover a revista e também visando a criação de uma futura série de aventuras em capítulos diários. Embora não formassem uma aventura completa, as tiras davam uma boa ideia da dinâmica e da ação pretendidas pela obra. Infelizmente as tiras não tiveram continuação, privando a todos de apreciar o trabalho de Colonnese em formato diário.

O editor da CLUQ, Wagner Augusto, explica: "Durante o lançamento enviamos para centenas de jornais no Brasil um impresso juntamente com um exemplar da revista. Alguns atenderam e houve até quem publicasse na íntegra, de uma só vez. A intenção era, além de divulgar a revista, criar possibilidades para a distribuição de tiras".

Beto Carrero teve também sua versão infanto-juvenil, lançada em novembro de 2006 pela JB World Entretenimentos S/A, empresa de Carrero, juntamente com a Belli Studio Ilustração e Animação, na revista "As Aventuras do Betinho Carrero", com oito edições lançadas. O personagem título é um menino fã de Beto Carrero que se veste como o próprio.

As Aventuras de Betinho Carrero nº 01, editora Jb World, 2006.


Eugenio Colonnese nasceu na Calábria em 1929, aos dois anos de idade, mudou-se para o Brasil com os pais, em busca de maiores oportunidades de emprego e renda. 

Já no país, eles se estabeleceram na cidade de Santo André, em São Paulo, e alguns anos depois se mudaram para Montevidéu, no Uruguai. 

Na adolescência Eugenio se mudou para Buenos Aires, na Argentina. Iniciou a carreira no humor gráfico, aos 13 anos de idade, publicando em uma revista de piadas do Chile.

Em 1948 venceu um concurso de histórias em quadrinhos no Clube Social de La Boca, no ano seguinte, publicou na revista El Tony, na capital argentina, uma quadrinização da novela de Robert Louis Stevenson, "La Resaca", logo em seguida ilustrou uma quadrinização de "La Estrella de la Araucania" de Emilio Salgari, na revista Fantasia. Também trabalhou com o personagem Ernie Pike de Héctor Germán Oesterheld na revista Hora Cero.

Em 1955, conheceu o roteirista e desenhista argentino Osvaldo Talo, formaram uma parceira em diversas histórias publicadas entre 1955 e 1963, a dupla dividiu o pseudônimo "Cota" (Colonnese-Talo) em trabalhos publicados. Em 1957, em visita à mãe em Santo André, Eugenio aproveita a viagem para apresentar seus trabalhos para EBAL de Adolfo Aizen, encomenda a ele uma quadrinização de Navio Negreiro de Castro Alves, a história foi publicada na revista Álbum Gigante em Julho de 1957. Em 1961, colaborou com a editora inglesa Fleetway Publication (responsável pela revista 2000 AD) na revista Tide War. 

Mudou-se para o Brasil em 1964 e fixou-se em São Paulo. Já morando no país, iniciou seus trabalhos com quadrinhos românticos pela Ediex (Editormex), editora de origem mexicana. Nesse mesmo ano volta a trabalhar o parceiro argentino Osvaldo Talo, que havia decidido morar no Brasil. Na época o gênero mais popular de quadrinhos no Brasil eram as histórias de terror (seguindo uma tendência mundial, já que as histórias de terror, que eram importadas dos Estados Unidos, pararam de ser produzidas após a criação do Comics Code Authority). Por isso seu primeiro personagem de sucesso foi Mirza, a mulher vampiro, criada em 1967 criada para editora Jotaesse. No mesmo ano e na mesma revista criou o Morto do Pântano, que mais tarde dividiria histórias com Mirza.

Além do gênero terror, Colonnese criou os super-heróis X-Man, Superargo, Pele de Cobra, Gato e Mylar.

Para a Editora Prelúdio, uma editora especializada em literatura de cordel, ilustrou cordéis e as histórias de Juvêncio, o justiceiro do sertão, baseado em um programa da Rádio Piratininga no início dos anos 60, Juvêncio, um típico nordestern (um western ambientado no Nordeste brasileiro).

Em meados da década de 1960, ao lado do argentino Rodolfo Zalla (que também conheceu enquanto morava na Argentina). Fundou o Estúdio D-Arte, que, em 1981 tornou-se uma editora, entre os títulos da editora estavam as revistas Calafrio e Mestres do Terror.

Colonnese veio a falecer a 8 de agosto de 2008, em São Paulo, por falência múltipla dos órgãos devido a problemas de saúde ocasionado por um AVC que ele teve em junho, decorrente do consumo intenso de cigarros.

Para saber mais sobre Beto Carrero clique aqui.

Para saber mais sobre Eugenio Colonnese clique aqui.


Agradecimentos ao amigo e editor Wagner Augusto.

sexta-feira, 16 de setembro de 2022

Super Elói - 1995

Publicado na revista Herói Gold, das editoras ACME (atual Conrad) e Nova Sampa, Super Elói é uma criação, texto e desenhos, de Fábio Cobiaco. Estreando em capítulos no nº 45 a aventura seriada se estendeu até o volume 49 da revista.

Super Elói é office boy da própria editora que recebe superpoderes ao roubar numa aposta um relógio do misterioso Dr. X. Na aventura em questão o vilão pretende dominar a cidade usando robôs gigantes, numa homenagem aos seriados live-action japoneses.

Nessa fase o desenho de Cobiaco, já bastante evoluído, lembra o de Flávio Colin (1930-2002). 

Sobre o autor, no Guia dos Quadrinhos: "Fábio Cobiaco - Nascido em 1969, na Praia Grande, em São Paulo, Cobiaco publicou sua primeira tira na seção dos leitores da revista Chiclete com Banana, em 1986. Ele então aproveitou os anos seguintes para aprender os fundamentos da profissão, trabalhando em estúdios e redações de jornal. A partir daí, lançou-se no mercado no início dos anos 90. De lá para cá, publicou diversos quadrinhos e ilustrações em revistas e livros das maiores editoras brasileiras e dos EUA, como Cityzen Press, Terra Major e Dark Horse. Enquanto isso, colaborava numa série de curtas e longas de animação como Diretor de Arte e Artista de Conceito.

No final de 2012, lançou, em parceria com os escritores Eric Acher e Ronaldo Bressane, a graphic novel V.I.S.H.N.U, pelo selo de quadrinhos na Cia. Das Letras. Atualmente, Cobiaco mora no litoral paulista e divide com o filho Pedro, também quadrinista, o selo independente Oficina Cobiaco. O primeiro lançamento foi a revista LOKI, assim como o novo trabalho de Fabio: a revista Sociedade Lunar".

Agradecimentos ao amigo Quim Thrussel.



sexta-feira, 9 de setembro de 2022

Um Homem, Uma Maçã - 1988


Um Homem, Uma Maçã foi uma série de tiras criadas pelo cartunista Nivaldo (José Nivaldo Pereira de Souza).

Publicadas no Diário Popular (SP) em 1988, girava em torno de um mesmo tema: um homem e uma maçã.

O curioso dessas tiras é que elas apresentavam o copyright do "Studio Ota", demonstrando que o editor e cartunista Octacilio D'Assunção Barros (1954-2021) teve um dia a intenção de criar uma distribuidora de quadrinhos para a imprensa.

Para saber mais sobre Nivaldo, clique aqui.

sexta-feira, 2 de setembro de 2022

Flip Book Stories - 1996



Flip Book Stories estreou no nº 28 da revista Heróis do Futuro (editora Press Talent) em 1996. Criada pelo desenhista José Marcio Nicolosi, o Zé Marcio, se propunha a ensinar os rudimento básicos do desenho animado por meio de uma história em quadrinhos seriada que era publicada ao longo dos números da revista. O anfitrião da série era o animador Patto Scorpio, uma espécie de alter ego de Nicolosi e seus três assistentes, os Umbíguos, ideias que viviam nas gavetas do estúdio do desenhista.

Os Umbíguos também tiveram tiras solo nas páginas da revista.

A série foi republicada no ano 2000 nas páginas da revista Comix Book Shop da editora Escala.

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Sobre o autor: 

No seu antigo site encontramos a seguinte biografia de Zé Marcio: "(José) Marcio Nicolosi, nasceu em São Paulo - SP em 06 de novembro de 1958. Incentivado pelo pai (1º desenhista que conheceu) publicou seus desenhos em 1963, aos 5 anos, na Folhinha de São Paulo, suplemento infantil da Folha comandado pela “Tia Lenita” (Lenita Miranda de Figueiredo).

Mais tarde em 1974, aos 16 anos, viria a ilustrar esse mesmo suplemento já como funcionário dos Estúdios de Maurício de Sousa onde permaneceu até 1984 ilustrando e fazendo quadrinhos da Turmas da Mônica, Pelezinho, Penadinho e tantos outros. Nessa época conheceu o grande ilustrador e quadrinhista luso-brasileiro Jayme Cortez, então diretor de Arte do estúdio, que teve profunda influência em sua carreira mostrando novos caminhos e incentivando-o a experimentá-los. Foi assim que participou em 1978 do 2º Salão Mackenzie de Humor e Quadrinhos, onde recebeu seu primeiro prêmio como autor de quadrinhos com a história : “2º Domingo de Maio”.

Ainda sob incentivo de Cortez, um mestre das HQs de Terror, produziu 16 ilustrações para “O Livro Negro de São Cipriano”. Publicação inédita mas que teve os originais expostos na galeria de arte do Senac-SP. Muitos profissionais visitavam os estúdios de Maurício, eram amigos comuns dele e do próprio Cortez, gente ilustre como: Álvaro de Moya, Reinaldo de Oliveira, Will Eisner, Joe Kubert, Moebius, Salinas, Brescia, Le Blanc entre outros.

Era muito estimulante ouvir e vê-los de perto afinal, eram a história viva dos quadrinhos nacional e internacional . Alguns deles, incluindo o próprio Cortez, inspirariam futuros personagens de Fetichast. Em 1977 trocou definitivamente um curso de Física na USP pelos Quadrinhos, Ilustração e Animação. No início dos anos oitenta, o estúdio MSP começou a produzir desenhos animados, trabalhou então como layoutman dos dois primeiros longas metragens. Foi onde começou a tomar contato com o mundo da animação brasileira.

Em 1984, Nicolosi parte para uma carreira de animador freelancer e até o início dos anos noventa animou centenas de comerciais de TV para conceituadas produtoras de São Paulo, mas sua maior produção se concentrou em duas delas: a de Daniel Messias e de Luís Briquet. Campanhas com animações de personagens de grande apelo popular como: Bond Boca, Frango Sadia, Turma do Charlie Brown e Snoopy, Pernalonga, Pantera cor-de-rosa, o Mexicano, Freud, Ermitão, Mágico, Político, da Série Tostines (Vende mais porque é fresquinho...) e muitos mais.

Em 1990, pensando contribuir para ampliar o mercado de trabalho no Brasil, deixa o tradicional e restrito mercado publicitário e volta aos Estúdios de Maurício de Sousa para criar séries de animação para vídeo (os Vídeos-gibis) da turma da Mônica e Chico Bento patrocinados pela Publifolha, a ideia básica era fazer com os desenhos animados o que já era feito com os quadrinhos ou seja, produzi-los como indústria.

Apesar do grande desafio, nunca abandonou de vez os quadrinhos e enquanto planejava e animava os filmes, produziu nas horas disponíveis as 96 páginas da 1ª Novela Gráfica: “ Fetichast - Províncias do Desejo”. Uma alegoria de um país fictício videotizado. Lançada em 1991 pela Nova Sampa, recebeu o prêmio HQ-MIX daquele ano. Ainda em 91, participa da I Bienal Internacional de Quadrinhos, realizada no Rio de Janeiro.

Em 1996 começa a publicar na revista Heróis do Futuro, “Flip Book Stories” uma série em quadrinhos sobre Animação e seus princípios básicos. Ilustrou cartazes e libretos para peças de teatro infantil: “Guaiú, a ópera das formigas” e  “Chimbirins Chimbirons”, capas de CD e livro de Lendas Brasileiras. Integrou o grupo de Quadrinhistas do II Festival Internacional HQ Mix 96 - “Amazônia 3000”, onde cada autor mostrava sua visão do futuro da floresta amazônica.

Ainda em 96 participou da edição “Brasilian Heavy Metal”, maior coletânea de autores de HQ brasileiros. Em 97 produz: “Memória - um conto que custou uma fábula”, publicada pela Metal Pesado, onde apresentava sua versão para o estranho caso PC Farias, um crime que agitou os meios políticos na época.

Ainda em 1997, animou clipes musicais para MTV de Marcelo D2 e dos Titãs. Em 1998, ainda apostando na ampliação do mercado de trabalho para animadores brasileiros, assume a direção do núcleo de animação da MSP, que então fechava com a TV Globo um longo contrato para produção de novos desenhos. O Núcleo produziu até 2005, vinhetas, comerciais, curtas especiais para TV e 2 longas metragens para cinema e DVD (os Cine Gibis 1, 2, 3 e 4) lançados pela Paramount. Atualmente prepara material para o Cine Gibi 5 para DVD e trabalha na pré-produção do 1º filme de longa metragem do pequeno dinossauro Horácio".

Nicolosi desenhou várias tiras do Penadinho e do Pelezinho para a MSP.

Agradecimentos ao amigo Quim Thrussel.

sexta-feira, 26 de agosto de 2022

Brasão - 1993

Brasão é um desses dragões que soltam fogo pela boca e que tradicionalmente habitam o imaginário ocidental. Basicamente, suas aventuras abordam as situações cômicas que aconteceriam caso um desses seres imaginários vivesse nos dias atuais.

Criado pela cartunista Rosana Munhoz Silva (1963 - 1996), foi publicado no tabloide infanto-juvenil Kid News.

Kid News era um jornal distribuído gratuitamente nos colégios de São Paulo. Era publicado pela editora Bingo no início dos anos 1990 e editado pelo desenhista Paulo José.

Rosana Munhoz Rosana Munhoz é considerada uma das grandes artistas (desenhista e roteirista) da Mauricio de Sousa Produções (MSP) e também a mais jovem a ingressar na equipe. Destacou-se por seus desenhos detalhados, especialmente nas histórias do Papa-Capim e da Magali.

Rosana visitou os estúdios da Mauricio de Sousa Produções aos 9 anos de idade, ao lado de sua mãe e foi contratada como desenhista aos 14 anos, em 1977. Em 1988, se casou com o desenhista Airon Barreto de Lacerda, também da Mauricio de Sousa Produções.

Com apenas 32 anos, Rosana Munhoz Silva morreu em 14 de janeiro de 1996. Ela sofreu afogamento durante uma excursão de esportes radicais, ao cair do bote.

Rosana foi vencedora na 16ª edição do Salão Internacional de Humor de Piracicaba, em 1989 (acima).

Para saber mais sobre Rosana clique aqui.

sexta-feira, 19 de agosto de 2022

Bigail - 1987


Bigail é uma garota de seus sete anos que vive interagindo com os adultos. Questionadora, tem um humor sarcástico e corrosivo, uma mistura de Mafalda de Quino com o Rango de Edgar Vasquez.

A personagem estreou em 1989 nas páginas de A Tribuna de Santos (SP), ainda com o nome de Cacilda, criada pelo cartunista Seri (Sergio Lemos), natural de São Vicente, cidade vizinha à Santos.

Em 2003 Bigail já aparecia em cores nas páginas do Diário do Grande ABC, onde Seri trabalha como ilustrador.

Sobre o autor: Formado em jornalismo, Seri iniciou-se profissionalmente na Cooperativa dos Jornalistas de Santos. Em 1987 ingressou em A Tribuna como chargista e ilustrador. Em 2001 transferiu-se para o Diário do Grande ABC onde até hoje presta seus serviços.

Em 1991 Bigail aparece na revista Bigail - Estatuto da Criança e do Adolescente, em tiras ilustrando cada um dos parágrafos (acima).

Charge de Seri para A Tribuna (1989).

Para saber mais sobre Seri clique aqui.