quinta-feira, 17 de março de 2016

Pesquisa Sobre Quadrinhos - 1978

Pesquisa relativa ao panorama dos quadrinhos no Brasil conduzida pela ECAB (Editora Carneiro Bastos) no ano de 1978, onde se observa a tentativa de organização de uma associação de autores.

LEVANTAMENTO FElTO NO RIO DE JANEIRO JUNTO A DIVERSOS DESENHISTAS

Daniel Azulay
Fortuna
Caulos
Miriam Monteiro
Guidacci
Mollica
Coentro
Rico Lins
Reinaldo

Todos os acima citados trabalham eventualmente com H. Q. sem condlções, na maioria dos casos, de sobreviver apenas como profissionais de H.Q.

Do que foi conversado e tratado, deu pra trazer as seguintes reivindicações e ideias:

1 - Formação de urn grupo que atuasse junto ao governo, defendendo os interesses da classe.
2 - Lei de porcentagem: para jornais, uma parte das tiras nacional. Para editoras, percentagem nas páginas, percentagem nas publicações.
3 – revisão da cessão do direitos. Abolição de recibos com cessão de direitos obrigatória.
4 - Taxação e tabelamento nas bancas para igualar os preços de capa.
5 - Criação de um tabelamento básico para cobrança de cada setor.
6 - Obrigatoriedade de contrato.
7 - Criação de um centro de distribuição.
8 - Solicitação de incentivos fiscais.

Num levantamento feito junto à Rio Gráfica, temos os seguintes dados:

Uma revista estrangeira de H.Q., digamos O Fantasma por exemplo, custa para ser feita, no máximo 10 mil cruzeiros, isso incluindo direitos, tradutor, letrista, material de reprodução, cor e editoração, em 64 páginas.

O Picapau Amarelo, revista que a Rio Gráfica está editando, sai mais ou menos 80 mil, em 48 páginas. São 8 mil por roteiro, 5 por cento do preço de capa pelos direitos, 5600 por desenhista (são 4 desenhistas), mais outros salários, chegam a 40 mil ao todo de salários. Mais encargos e custo operacional. Isso fora o material de desenho, papel, tinta etc, e fora o custo de implantação. A parte industrial é equivalente.