sexta-feira, 31 de julho de 2020

Pedrinho, Gibi e Nairzinha - O Jornal - 1932


Em outubro de 1932, Francisco Acquarone, o Acqua, passou a produzir semanalmente para o Suplemento Infantil de O Jornal, diário carioca, as aventuras de Pedrinho, Gibi e Nairzinha. Histórias ingênuas contando as aventuras de crianças travessas. 

Além do menino Pedrinho, da menina Nairzinha e do menino preto Gibi, participavam dos capítulos outros personagens como o menino Jacyntho, o cão Maciste, a prima Eunicinha e alguns outros heróis de uma única aventura.


Em dezembro de 1933 Acquarone passa a batuta para o jovem desenhista Alceu Pena, figura abaixo.

 
Em 1939 Alceu Pena ainda colaborava coma as aventuras de Pedrinho, Gibi e Nairzinha para O Jornal, como podemos ver abaixo. É surpreendente notarmos a íncrivel evolução do traço do desenhista, apresentando um amadurecimento gráfico que já prenunciava os desenhos que viriam a ser apresentados nas revistas O Cruzeiro e A Cigarra, em seções como As Garotas do Alceu.

 

terça-feira, 28 de julho de 2020

O Marido de Madame - A Cigarra - 1948


Criada por Álvaro Armando (pseudônimo da cronista Helena Ferraz) e Alceu Penna para a revista A Cigarra em 1948 a série O Marido de Madame narrava o cotidiano de um casal classe média alta, Lolita e Gonçalo.

Apesar dos texto singelo, em versos rimados, e do desenho espetacular e gracioso de Alceu Penna o obra retratava assuntos sérios de um relacionamento a dois, como o desgaste da rotina do casal e traições conjugais, por parte do homem e também da mulher.

Devemos destacar o espetacular trabalho de Alceu no desenho das letras do título, que variava a cada número.

A série acabou em 1953 para dar lugar a outro trabalho de Alceu Penna: Mocinha.

Sobre Alceu, a própria revista publicou em 1954: "Alceu de Paula Penna, mineiro de Curvelo, já aos 11 anos fazia um curso de pintura (com o escultor, seu conterrâneo, Amedée Peret) e logo após, de mudança para o Rio, passou a estudar Arquitetura na Escola de Belas-Artes. Mas não se dedicou nem à pintura, nem à Arquitetura, iniciando-se na imprensa, em 1933, por intermédio do Suplemento Infantil de “O Jornal”, onde publicou o seu primeiro trabalho, que lhe rendeu um muito obrigado. 

Dotado de um harmonioso senso de Composição, fineza de traço e grande sensibilidade, logo tornou-se um ilustrador dos mais requisitados. Tais qualidade  forçosamente o levariam a dedicar-se go desenho de figurinos, gênero em que cada vez mais se afirma. As suas Garotas, criadas para O CRUZEIRO há bem uns vinte anos, continuam sempre deliciosas, embora ele as considere quase balzaquianas. Alceu, que tem o pudor de declarar a idade, adiantou-nos apenas que nasceu num primeiro de janeiro, o que não deixa de ser uma bela maneira de inaugurar um ano".

Alceu, com textos de Nelson Rodrigues no Globo Juvenil, 1937.

sexta-feira, 24 de julho de 2020

Super Júnior - Diário de Pernambuco - 1972


Em 1972 o suplemento Júnior do Diário de Pernambuco passa a publicar o personagem Super Júnior,
de autoria de Vital Bertino dos Santos (Timbaúba - PE, 1950-2012).

As aventuras do herói, até em virtude do momento histórico com a Guerra do Vietnã ainda em andamento, giravam em torno de temas pacifistas, com reiterados pedidos de paz mundial.

A figura do personagem era fortemente calcada no Tupãzinho de Minami Keize.



Em 1976, Super Júnior ganha a companhia de Indiolino, este com a figura baseada no coadjuvante Bolha da tira Touro Sentado do cartunista norte americano Gordon Bess.

terça-feira, 21 de julho de 2020

Zerovírgula - Diário de Pernambuco - 1970

Em outubro de 1970, o hoje conceituado artista plástico Ricardo Cavani Rosas passa a colaborar, no cargo de ilustrador, com o suplemento infantil Júnior do Diário de Pernambuco. Para tanto, cria uma turma de garotos que serão usados em ilustrações, passatempos e tiras em quadrinhos.

Os  personagens da turma são: Suzi, Gaguinho, o menino Zuza, as meninas Nane e Meroca e os cachorros Pixilinga e Zerovírgula. As aventuras são inocentes e geralmente tratam do tema da semana como a semana da Pátria, o carnaval e as festas juninas.


O traço de Rosas tem uma estilização muito pessoal e uma qualidade fora de série. Cavani colabora assiduamente também com a edição normal do jornal fazendo charges (figura abaixo) e passatempos até meados de 1973.

Sobre o autor, em sua página nas redes sociais: "Nasceu em PE em 1952. É pintor, escultor e desenhista. Tem seu atelier aberto à visitação, em Recife".

sexta-feira, 17 de julho de 2020

Frederico, o detetive - Diário de Pernambuco - 1975

Com apenas 11 anos de idade o desenhista Sergio Cariello estreou no suplemento Júnior do Diário de Pernambuco em novembro de 1975 com a série Frederico, o detetive.

Com uma máscara de Spirit, Frederico resolvia, ou não, casos de roubo e assalto, usando muito da metalinguagem.

Frederico em 1978, com o traço mais desenvolvido.
 
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Sobre o autor:

Na Wikipedia - Sergio
Lemos Cariello (Recife, 23 de abril de 1964) é um quadrinista brasileiro. Ao longo de sua carreira, trabalhou para as principais editoras de histórias em quadrinhos, incluindo Marvel Comics e DC Comics, assim como para empresas independentes como CrossGen e Dynamite Entertainment. É irmão de outro quadrinista famoso, Octavio Cariello.

Sergio Carriello já queria ser um quadrinista desde os cinco anos de idade. Aos onze anos criou "Frederico, o Detetive", uma tira cômica semanal para um jornal local. Ele escreveu e desenhou a tira inteira sozinho. Foi publicada até quando Cariello completou quatorze anos de idade.


Cariello trabalhou em sua primeira história em quadrinhos, Dagon, the Worlds of HP Lovecraft, enquanto era aluno da Joe Kubert School of Cartoon and Graphic Art. Durante seu segundo ano nesta escola de desenho, Virginia Romita o contratou como letrista na Marvel. Enquanto ele estava trabalhando lá fez trabalhos a lápis para o Demolidor e em Marvel Comics Presents: Spellbound.

Quando Pat Garrahay saiu da Marvel e foi trabalhar na DC Comics, ofereceu trabalhos a Cariello em Deathstroke. Na DC ele fez desenhos para as os quadrinhos de Batman, Mulher Maravilha, Lanterna Verde, Flash, Azrael, dentre outros.

Também trabalhou como professor de desenho na Kubert School, onde ministrou diversos cursos por mais de sete anos. Ilustrou histórias do Cavaleiro Solitário para a Dynamite Entertainment. Ele recentemente finalizou a série Son of Samson com o escritor Gary Martin para a Zondervan. Também ilustrou a Bíblia em Ação da David C. Cook Publishing, uma quadrinização da Bíblia (inspirada na Picture Bible), lançada no mercado editorial em 1 de setembro de 2010.


Frederico com o visual atualizado. Sergio Cariello, 2020.

Conheça a página de Sergio no facebook clicando aqui.

terça-feira, 14 de julho de 2020

Kiko - Diário de Pernambuco - 1976


Em abril de 1976, Tête Portela (Maria de Fátima Portela), irmã de Wilde e Watson Portela, passa a publicar no suplemento Júnior do Diário de Pernambuco.

Seu primeiro personagem é Kiko, um garoto que vive situações engraçadas em torno do seu cotidiano. Inicialmente assinando como Fafá, rapidamente assume seu pseudônimo definitivo, Tête.


Além de Kiko, Tête criou outros personagens como: Simone, Zicão e Potó. Todos com temáticas infantis.


quarta-feira, 8 de julho de 2020

Crispim - Diário de Pernambuco - 1975

Crispim, um cangaceiro atrapalhado que fazia parte do bando de Lampião, surgiu em fevereiro de 1975 no suplemento Júnior do Diário de Pernambuco, criado por Watson Portela. O personagem acompanhou seu autor nas páginas do Diário até 1976 quando Watson deixou de colaborar com o jornal para ir brilhar no sul/sudeste.


Em março desse mesmo ano a tira foi uma das selecionadas pela revista Gibi Semanal da editora RGE  no concurso que buscava autores brasileiros de quadrinhos para participar da publicação com o título de 1923 (para saber mais clique aqui). No final desse mês, chegou a ser anunciado que Watson  deixaria de colaborar com o suplemento, pois havia sido contratado pela Rio Gráfica, mas a tira acabou não tendo continuidade na revista semanal, provavelmente porque havia outro personagem cangaceiro entre os selecionados: Chico Peste de Munhoz.

Talvez por desilusão com o ocorrido, Watson matou Crispim (ou alguém muito parecido com ele) em um duelo com um cowboy (muito parecido com The Lone Ranger, o Zorro) em uma das tiras, chamada O duelo sacânico (abaixo).

A série, no princípio, era publicada sem título algum, somente em junho de 1976 foi publicada com o nome do personagem principal, Crispim. Muitas vezes o próprio Virgulino Ferreira, o Lampião, participou das tiras (abaixo).



Em 1976 houve uma tentativa de se lançar uma revista com o personagem, mas infelizmente não se concretizou (abaixo).

sábado, 4 de julho de 2020

Livro Tiras Brasileiras - Luigi Rocco

Devido ao seu caráter noticioso e à fragilidade de seu suporte, jornais e revistas, mensais ou semanais, são descartados assim que vai às bancas a próxima edição. E com isso, desaparecem também os quadrinhos nelas publicados. Salvo alguma coletânea ou livro impresso com esse material, por iniciativa das editoras ou dos próprios autores, a maioria dessas tiras acaba desaparecendo com seus veículos.

Neste livro procuramos resgatar algumas dessas histórias para que não caiam no completo esquecimento. O objeto principal são os jornais diários, mas revistas e suplementos também estão contemplados. Estão presentes movimentos regionais de São Paulo, Rio de Janeiro, Ceará, Bahia e outros estados que se preocuparam em produzir material para seus periódicos e também distribuidoras de material jornalístico que incluíram as tiras de quadrinhos em seu portfólio.

O Tico-Tico e A Gazetinha, ancestrais dos nossos gibis, apesar de apresentarem muitos quadrinhos, devido à sua raridade, fragilidade ou importância de seus autores, também estão aqui contidos, comprovando que artistas importantíssimos passaram pelas tiras de jornal ou nelas ergueram suas carreiras.

172 páginas. Formato: 21 X 28 cm. Disponível a partir de 20/07/2020 aqui.



sexta-feira, 3 de julho de 2020

Scorpius 2001 - Diário de Pernambuco - 1975

Em abril de 1975, terminada a saga de Guaracy, o Guerreiro do Amazonas, o Diário de Pernambuco, em seu suplemento Júnior, passou a publicar a série Scorpius 2001, ambas produzidas por Watson Portela. O desenho apresenta uma qualidade excepcional, talvez com alguma influência de Russ Manning, e podemos notar também que alguns personagens tem sua fisionomia inspirada na figura dos Beatles.

Aventura de ficção futurista, conta a história do jovem João Carlos Tiago, preso injustamente pelo assassinato do ecologista Paulo. Na verdade o chefe do departamento ecológico foi morto pelo inescrupuloso empresário Zuery que teve o seu pedido de construção de um cassino em uma reserva ambiental negado. Com a ajuda de seu pai Sílvio e do diretor prisional Danel na fuga, João tem 48 horas para provar sua inocência antes de se entregar novamente. Conseguirá? A pergunta ficou sem resposta com a interrupção repentina da série.