sexta-feira, 29 de março de 2019

Alan Bik - Notícias Populares - 1985

Alan Bik é uma criação do cartunista (Mário) Brito para o jornal Notícias Populares em 1985.

Alan faz parte do enorme rol de personagens pinguços das nossas histórias em quadrinhos. Embora possa parecer um pouco politicamente incorreto aos olhos de hoje, Alan Bik era muito engraçado!
O personagem teve histórias em forma de páginas publicadas em 1989 na revista Papa-Anjo da editora Ninja.
O cartunista Brito também publicou, em 1986, desenhos e quadrinhos nas páginas da revista católica Alô Mundo, da editora Ave Maria.

sexta-feira, 22 de março de 2019

Buteco Teco - Coisa Nostra - 1976

Segundo Ionaldo Cavalcanti em seu livro O Mundo dos Quadrinhos, editora Símbolo, 1977: "Buteco Teco - série humorística assinada por Lessa, é publicada no suplemento A Coisa, da Tribuna da Bahia, de Salvador. As piadas giram em torno de frequentadores de bares e sua filosofia".

Em seu blog, o jornalista baiano Gutemberg Cruz, explica: " (A Coisa) surgiu em agosto de 1975, enfrentando diversos problemas com a censura e, por motivos internos do jornal, A Coisa foi reduzida a uma página até sumir, em março de 1976. Saíram 32 números, com muito humor, quadrinhos e informações. Durou oito meses, tempo suficiente para a reunião dos cartunistas e discussão de novas idéias e projetos. Em junho surgiu o nanico Coisa Nostra, com texto, cartuns e quadrinhos. 'O importante - diziam os editores - é que o riso não fique na boca. Ele tem de dar uma chegadinha na consciência'. Coisa Nostra durou apenas quatro números".

Agradecimentos ao amigo João Antonio Buhrer.

sexta-feira, 15 de março de 2019

Laserman - Notícias Populares - 1985

Criado por Ricardo Andrade de Ponte, Laserman é um super-herói de origem extraterrestre que se propõe a defender nosso planeta. Desiludido com a falsidade humana, Laserman deixa a Terra, mas acaba voltando por amor a seus amigos humanos.
Foi publicado pelo jornal Notícias Populares em 1985. 

Ponte, seu autor, atualmente atua no ramo das arte gráficas. Em sua página nas redes sociais, ficamos sabendo que: "Trabalhei mais de 20 anos em Empresas de Sinalização Industrial e Comunicação Visual, produzi folders e catálogos. Anteriormente, publiquei tiras diárias em jornal de grande circulação, como freelancer. Possuo conhecimento em softwares gráficos como Corel Draw (avançado), pacote Adobe: Photoshop, Illustrator e Indesign, modelagem 3D no Autodesk 3d Studio Max, além de ser desenhista artístico. Desenhista de Produtos Gráficos e Ilustrador. Santo André, São Paulo, Brasil".
Ao blog, o autor, Ricardo, deu o seguinte depoimento: 

"Fiz Laserman e depois O Guardião, além de cartuns para o Notícias Populares.  Na verdade eu era funcionário do jornal e entrei lá poe meio da colaboração com tiras. Era adolescente ainda e deslumbrado com o mundo dos super-heróis. Uma época difícil para brasileiros, né? Hoje o gênero está em alta nas telonas (os gringos). Não fiquei rico com quadrinhos, mas foi mais uma realização pessoal de ver meus desenhos publicados. Se fosse fazer hoje rebutaria tudo e faria de uma forma diferente, mas ainda não tive coragem de recomeçar e já ensaiei até mangá. O problema é a vida cotidiana de um adulto. Mas valeu por lembrar. Meus quadrinhos eram desenhados em sulfite normal e às vezes em papel Westerprint, com Nankin (caneta Rotring) ou caneta preta Hidrográfica. O material amarelou e perdi os originais. Quando era garoto eu recortava as tiras e o jornal fazia negativo delas e virava uma bagunça, estragando muitos originais. As aventuras ainda guardo na memória".

sexta-feira, 8 de março de 2019

Luiz Carlos Salgueiro - Entrevista - 2018/2019

O vetereno ilustrador Luiz Carlos Salgueiro, dono de um desenho de excepcional qualidade, em seu início de carreira desenhou várias tiras para jornais de São Paulo. Leia na entrevista a seguir, realizada por meio digital entre dezembro de 2018 e janeiro de 2019, um pouco dessa história.

Luigi Rocco: Seu nome completo, local e data de nascimento?

Salgueiro: O meu nome é completo. Tudo bem? Nasci em 7 de julho e hoje vivo em Santa Rita do Passa Quatro, SP.

LR: Quando criança, você lia quadrinhos? Quais os seus preferidos?

Salgueiro: Não. Não tinha acesso à nenhuma publicação. Nasci em 1935, pobre.

LR: Qual sua formação artística? Como pensou em fazer quadrinhos?

Salgueiro: Desenhei na parede de meu quarto. Meu pai pintava quadros e igrejas. Por osmose, desenhei...
Salgueiro caricaturava seus colegas de estúdio.

LR: Qual sua primeira publicação? Em que ano?

Salgueiro: Minha mãe cortava cabelo e fazia permanentes. Conheceu assim o sr. Adolfo, chefe de um departamento da Cia Melhoramentos. Ela consegui um emprego para mim na Cia Melhoramentos como boy de estúdio, em julho de 1953. Conheci o (Oswaldo) Storni, grande ilustrador em bico de pena. Foi tudo por meio da esposa do sr. Adolfo. Eu limpava godês, mexia nos guaches, lavava pincéis. Na folga fazia caricaturas dos colegas do estúdio.
Capa de livro ilustrada por Salgueiro. As ilustrações do miolo são de Oswaldo Storni. Editora Melhoramentos, 1968.

LR: A figura abaixo é uma página desenhada por você. Fale um pouco sobre ela. Lembra onde foi publicada? Quem era o Jatobá que assina a página com você?
Salgueiro: Ilustrei algumas histórias do Luiz Jatobá, famoso na época. É Aloísio Jatobá se não me engano!

LR: Você desenhou a série Bolão e Bolacha (figura abaixo) em meados de 1960 para a editora La Selva. Fale um pouco sobre ela.

Salgueiro: Por falta de trabalho criei minha primeira HQ: Bolão e Bolacha. Um fracasso. A ideia era contar a vida de uma jovem empregada de cor. Ela seria a personagem principal, mas mudaram o foco.

LR: Bolão e Bolacha foram desenhados também pelo Izomar. Você pode falar sobre isso?

Salgueiro: Não sei. Virei funcionário público e larguei a coisa.

Bolão e Bolacha por Izomar, na década de 1960 na editora La Selva (revista Varinha Mágica) e na década de 1970 na editora Trieste (revista Sobrinhos do Capitão).

LR: Em 1964 você publicou a série levanta Poeira F.C. (abaixo) no Diário Popular. Fale um pouco sobre ela.

Salgueiro: Não no Diário. Foi num jornal que pertenceu ao Jânio Quadros*. Criei Levanta Poeira Futebol Clube. Molecada de rua não tinha bola, a de meia acabava logo. A dona da bola, na época, era minha sobrinha Thelma. Ela teria mandado no clube. Tentei reviver essa HQ então troquei minha sobrinha por minha neta Lara.
*Provavelmente o tabloide A Nação, que circulou entre 1963 e 1964.

O Levanta Poeira FC reformulado.

LR: Como era seu relacionamento com o jornal? Como você chegou até lá? Quem te atendia?

Salgueiro: Quem publicou no Diário Popular foi o ladrão que também se chamava Luiz (Sanches). O fez sem meu conhecimento. Acabou aí essa aventura pois não tinha como continuar. Soube que ele publicou também em Jundiaí, se não me engano. Matou a vontade! Falei até com advogados. No jornal disseram que eu poderia ganhar, mas se perdesse, teria que pagar as custas do processo. Este é um país de MERDA. Morreu aí!!!

LR: Fale um pouco sobre a série Giló e Pitanga (abaixo), publicada no mesmo jornal.

Salgueiro: Era a história da Galinha Doroteia, as voltas com a panela da empregada. Eram tiras. 

LR: Fale sobre a série Vovô e Vivinho, publicada também no Diário Popular. Há algo de autobiográfico na série?

Salgueiro: Vovô e Vivinho! O guri era mais sabido que o avô ao ler jornal. Vovô e Vivinho também foi roubada e publicada no Diário Popular. Nunca trabalhei para esse jornal. A história era para um jornal do Jânio! Esse jornal faliu e fechou. Quem cuidava da área publicou, sem eu saber, no Diário Popular. Daria processo, mas... matou a idéia! Parei com essa cagada depois do primeiro roubo. Cheguei a modificar a série e chamei de Vovó, Vivi e Vivinho. Era publicidade para uma revista que faliu em seguida (abaixo).

LR: Levanta Poeira foi publicada em 1966 no Álbum Encantado* (figura abaixo), da editora Pan Juvenil / Edrel. Como isso aconteceu? Como era seu relacionamento com Minami Keizi, o editor do Álbum? 

Salgueiro: Nunca soube disso.Que cambada de FILHOS DA PUTA.

*Segundo Gonçalo Silva Jr. em seu livro Maria Erótica e o Clamor do Sexo, Minami criou suas primeiras revistas a partir dos clichês de Sanches.

LR: Você desenhou outras séries em quadrinhos que não foram relacionadas anteriormente?

Salgueiro: Não...

LR: Você poderia falar um pouco sobre a sua carreira depois desse período nos quadrinhos?

Salgueiro: Tem muita coisa na minha trajetória. A pior parte como empregado em lojas de varejo. Desenhar geladeira a traço. Uma merda! Mesbla, Pirani, Eletroradiobraz e por aí vai.
Autocaricatura de Salgueiro.

Para conhecer trabalhos recentes de Salgueiro, clique aqui.

Agradecimentos ao ilustrador Angelo Bonito.

sexta-feira, 1 de março de 2019

Kika - revista Querida - 1991


Concebida pelo cartunista Airon Barreto de Lacerda, o Airon, Kika era uma adolescente típica dos anos 90 e foi lançada na revista Querida da editora Globo, voltada à essa faixa etária.

Quando da estreia da personagem, a revista publicou o seguinte texto: 

"Este é um número pra lá de especial. É nele que estreia Kika, a amiguinha que vai estar conosco todos os meses. É uma garota que, como você, tem família, escola, tchurma, paqueras, planos e... problemas. 

Voluntariosa como toda ariana, ela fala o que quer e faz tudo o que lhe dá na cabeça ­o que, claro, cria inúmeras confusões. Kika foi criada pelo ilustrador Airon Barreto de Lacerda, um paulista de 31 anos que já trabalhou com Mauricio de Sousa e que hoje faz um monte de coisas nas áreas do desenho e das histórias em quadrinhos. "A Kika é a filha que eu quero ter", diz ele, com ar de "pai" coruja. Airon só não pode opinar na hora de batizar a garota. A "madrinha" foi a leitora Tissyana Helena P. Ferreira, que mora em Toledo, no Paraná. Bom, agora é curtir nossa nova amiguinha. Tomara que você goste!".

Sobre Kika, Airon deu o seguinte depoimento: "Apresentei à revista Querida, da editora Globo, o projeto de uma página de história em quadrinhos de humor sobre uma adolescente. Várias revistas, de diversos seguimentos, já costumavam trazer quadrinhos ou cartuns temáticos em suas páginas. A proposta foi bem recebida e aprovada pela editora-chefe. Ficou acertado que o nome da personagem (que era outro) seria escolhido pelas leitoras! Foi um sucesso! Depois de muitas cartinhas (sim, não tinha e-mail, na época!) ela foi batizada de KIKA. Começou então a ser publicada na edição 28, em dezembro de 1991.

Com o tempo foram surgindo outras personagens para complementar o universo da garota. Vieram as melhores amigas, o crush, a mãe, a irmã caçula...

A proposta do quadrinho era mostrar uma adolescente típica! As mudanças do seu corpo, suas inseguranças, as “responsabilidades”...

Kika foi publicada na Querida até o final dos anos 90, quando a revista foi cancelada... Uma década inesquecível, aonde adquiri experiência profissional e conheci pessoas muito legais!

A convite de amigos, Kika também foi publicada em alguns jornais, em formato tira e/ou tabloide".

Para conhecer outras aventuras de Kika, visite o fotoblog oficial da personagem clicando aqui.