Buri em O Mirim, 1939.
Buri no Diário Carioca, 1949.
Buri estreou em O Mirim nº 222 em 1939, obra de Hugo Winkelmann. Um índio solitário, filho de uma índia e um garimpeiro, Burí vive suas aventuras nas florestas do Araguaia, Mato Grosso, às voltas com mulheres lindíssimas e cidades perdidas.
Em 1949 voltou nas páginas do Diário Carioca, creditado apenas a Eduardo Barbosa. Buri continuou suas aventuras nas páginas do jornal Última Hora em 1956, agora novamente com créditos de Hugo Winkelmann.
No Última Hora é novamente contada a origem de Buri, filho de uma índia com um garimpeiro, que após a morte da esposa, leva o garoto para ser educado na cidade. Depois de alguns anos, Burí volta às matas para se tornar "o senhor da lança", líder de todas as tribos.
Eduardo Barbosa, após uma carreira vitoriosa, de longos anos, acabou ficando conhecido pelo triste episódio ocorrido nos anos 1980, quando, em dificuldades financeiras, tentou se passar pelo desenhista de quadrinhos eróticos, Carlos Zéfiro. Essa história é muito bem contada no livro O Deus da Sacanagem, de Gonçalo Júnior da editora Noir - 2018.
Acima, imagens de duas histórias eróticas de Eduardo Barbosa: As três cabras de Lampião e Valdir, o astronauta.
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No Blog do Gutemberg, encontramos a seguinte biografia de Barbosa:
"Eduardo Barbosa: Uma vida em função do quadrinho nacional. Autêntico.
O desenhista, jornalista e arquiteto Eduardo Barbosa (1914-2006), carioca de Bonsucesso chegou em Salvador em 1973 e não voltou mais para sua terra. O batismo de quadrinhos foi com a revista o Tico Tico. De leitor, passou a desenhista no Suplemento Juvenil, de Adolfo Aizen. O segundo batismo foi com Alex Raymond (autor de Flash Gordon, Jim das Selvas e Nick Holmes), seu grande ídolo.
Daí em diante, começou a mudar e a lutar por um quadrinho mais nacional. Chegou a ser relator de uma lei que regulamentava as histórias em quadrinhos no Brasil, no Conselho Nacional de Cultura (no término do Governo de João Goulart). Na oportunidade, reuniram-se vários desenhistas para discutir os problemas do quadrinho nacional. A lei foi engavetada, como aconteceu com todas as outras que a procederam.
Barbosa no jornal Bamba, 1952.
Mesmo sem condições de lançar seus próprios personagens, pois as editoras estavam mais interessadas nos quadrinhos de fora, Barbosa continuou a desenhar. Fez quadrinhos para a Série Sagrada (São Judas Tadeu, Cosme & Damião, N.S.da Penha de França, Bom Jesus da Lapa, São Jorge, Santo Agostinho, N.S.da Conceição) e As Grandes Figuras (Rondom, Raposo Tavares) da Editora Brasil América Ltda (Ebal), os Clásicos Ilustrados, Cavaleiro Negro, Reizinho, Fantasma, da Rio Gráfica Editora, Fuzarca e Torresmo para a La Selva, Tio Patinhas para a Abril, entre outras.
Série Sagrada nº 18 - Ebal - 1955, por Eduardo barbosa.
Em 1958, escreveu um livro sobre Lampião (Lampião, Rei do Cangaço) que serviu de base para um filme de Carlos Coimbra (pelas Cinedite). Publicou também no Gazetas de Notícias, do Rio, em folhetim, o romance Judas Tadeu, além de escrever colunas de artes plásticas, participar de coletivas, fazer xilogravuras, reformar graficamente diversos jornais, inclusive as revistas de Cultura Vozes. Foi secretário de redação do Diário da Manhã (1961), no Maranhão.
No Rio, foi repórter de polícia e política, chefe de reportagem e diagramador. Nos anos 60 ele e mais dois amigos resolveram editar quadrinhos eróticos (os famosos catecismos onde Carlos Zéfiro já fazia sucesso). Em 1979, Ano Internacional da Criança, ilustrou Gato na Lua, de Maria Lúcia Amaral e A Velha Bizunga de Ofélia e Narbal Fontes. Veio para Salvador e atuou no Diário de Notícias, Correio e Jornal da Bahia.
Criou histórias sobre a Força Expedicionária Brasileira (Histórias e Heróis da FEB) que foram publicadas em 1975/1976 no Diário de Notícias de Salvador. Em 1977 produziu uma HQ sobre a Lenda da Lagoa do Abaeté, em homenagem aos 70 anos de Adolfo Aizen. A historieta foi publicada em 1979 no Jornal da Cidade, em Aracaju.
No início dos anos 80 iniciou uma HQ para a França, intitulada Yama – Le Mage, mas não recebeu retorno. Trata-se de uma história de aventuras que envolve uma série de diferentes países: Egito, India, Tibet, Africa nos anos 30. Além das entrevistas dada ao jornal Correio da Bahia, foi destaque numa reportagem publicada no fanzine Na Era dos Quadrinhos. Casado com a jornalista Naira Sodré, Eduardo Barbosa morreu no dia 07 de julho de 2006".
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