quinta-feira, 26 de março de 2020

Mais uma do Papagaio - Jornal das Moças - 1946

Kalloff (Edésio Esteves Aguiar Nascimento) já colaborava com o Jornal das Moças com ilustrações e com a página de humor, Troças e Traços, com textos e cartuns seus, quando criou Mais uma do Papagaio para essa revista.

Amoral, imoral e muitas vezes moralista, O Papagaio era bastante parecido com O Amigo da Onça, de Péricles, até mesmo na formatação em painel único.

Ilustração de Kalloff para o Jornal das Moças, 1946.

Sobre Kalloff, a página Itaú Cultural esclarece: "Edésio Esteves Aguiar Nascimento (Rio de Janeiro, Rio de Janeiro, 1916). Pintor, desenhista, caricaturista e ilustrador. Colabora para a revista infantil O Tico-Tico, incentivado por Raul Pederneiras (1874-1953) por volta de 1927. Na década de 30, viaja para Paris, França, e estuda História da Arte na Université Panthéon-Sobonne e nos ateliês de J. Martins Terriére, J. B. Grumm e Sejos Kaparafv. De volta ao Brasil, estuda na Escola Nacional de Belas Artes, Enba, no Rio de Janeiro. De 1942 a 1953, mantém contato com a boêmia carioca, tornando-se amigo de artistas populares como Grande Otelo (1915-1993), Braguinha (1907 - 2006), Jamelão (1913), Silvio Caldas (1908-1998), entre outros. Em 1943, realiza sua primeira mostra individual no Hotel Cassino de Sabará, Minas Gerais. Em paralelo às artes plásticas, produz charges políticas para vários jornais e revistas do Rio de Janeiro e de Minas Gerais, dentre eles O Globo, O Malho, Diário Carioca, Tico-Tico, Fon-Fon e Estado de Minas".
A seção de humor Troças e Traços, Jornal das Moças, 1946.

Kalloff em O Malho, 1951.

Óleo sobre tela de Edésio Esteves.
 


quinta-feira, 19 de março de 2020

Xeno e Meg - Zero Hora (RS) - 1969

Xeno e Meg, dois jovens exploradores espaciais, viajam pelas galáxias em aventuras sem precedentes, encontrando planetas onde o seres inteligentes são animais, voltando ao passado por obra da de um equipamento chamado Memória do Tempo e conhecendo um ser poderoso que os incumbe de doze trabalhos dificílimos, como se eles fossem Hércules do cosmo. Eram acompanhados por Diógenes, um cãozinho desaforado, que sempre aprontava das suas. Criados por Nilo Costa e Silva e João Carlos Pacheco.
Anúncio na revista Almanaque Tio Patinhas nº 55, fevereiro de 1970, editora Abril.

Anúncio em revista e plástico automotivo com os personagens.

Sobre esse trabalho, o livro Os Insaciáveis e Cia (gráfica Copy Star, 2000) esclarece: "Depois do surpreendente sucesso dos INSACIÁVEIS, com a utilização das histórias em quadrinhos como forma de vender seus produtos, a SAMRIG S.A., fabricante dos produtos Primor, resolveu investir mais nos quadrinhos para vender a margarina Primor, escolhendo como alvo o público infanto juvenil. A MPM Propaganda, agência que atendia a conta da SAMRIG, criou XENO E MEG.

DIÓGENES, o cãozinho do espaço, acompanhava a dupla nas trepidantes viagens às galáxias e planetas distantes, cheios de perigos e imprevistos, dando um toque de humor às aventuras. Com o formato de 1/4 de página e impressão em duas cores (preto e amarelo).

Aparecia duas vezes por semana no Jornal ZERO HORA, de Porto Alegre, em página par. Além dos quadrinhos foram criadas campanhas de anúncios, cartazes, outdoors e seis desenhos animados veiculados nos principais canais de TV.


Xeno, Meg e Diógenes no brinde promocional Mini-Memó Delícia.

Os desenhos ficaram a cargo de NILO COSTA E SILVA, então Diretor de Arte da MPM Propaganda. JOÃO CARLOS PACHECO, considerado um dos mais criativos redatores da MPM na época, foi o autor dos textos".

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Nilo Costa e Silva na revista Sesinho, 1949.

Nilo Costa e Silva nasceu no Rio de Janeiro em 1935, vindo a falecer em 2014, em Porto Alegre. Pai de de quatro filhos, interessou-se muito cedo pelos quadrinhos. Teve trabalhos publicados na Sesinho, no Almanaque de Vida Juvenil e  na revista Biriba-Shazam. Posteriormente seguiu a carreira de publicitário, obtendo grande sucesso.
Almanaque Vida Juvenil, 1956.

Biriba-Shazam, número 73, janeiro/fevereiro de 1955, Rio Gráfica Editora.

quinta-feira, 12 de março de 2020

Crioulo e Baianinho - Placar - 1974

Em 1974, para a revista Placar, da editora Abril, a cartunista Laerte criou uma tira centrada em dois personagens, Crioulo e Baianinho

A série falava de assuntos genéricos de futebol mas, eventualmente, tratava de algum tema específico da semana, como a vitória de um time ou satirizando algum dirigente ou técnico.

Laerte produzia também, simultaneamente, charges esportivas para a revista, geralmente publicadas na seção Camisa 12, no final da edição.
Na revista Expressa nº 1, setembro de 2019, Laerte comentou sobre isso: "A Placar já era um pouco mais acessível, era futebol, uma linguagem que eu dominava um pouco mais. Cheguei a ter uma tira na Placar. Foi lá que eu comecei a fazer uma linguagem mais pessoal mesmo.

Eu criei dois personagens para essa tira, o Crioulo e o Baianinho. Eram um pouco baseados em uma literatura uruguaia que eu conheci numa viagem para lá, que era o Pelo Duro. O Pelo Duro era um personagem muito popular nos anos 1940, 1950. Já não existia mais, mas eu adorei aquilo, aquela ideia de um personagem muito popular falando uma linguagem popular e jogando bola. Então eu pensei em fazer uma equivalência, que era o Criolo, um homem alto, negro, calmo, com o Baianinho, que era baixinho e espoleta. Trabalhar na Placar foi uma coisa que durou até os anos 1980...".

Charge esportiva de Laerte, Placar, 1976.

quinta-feira, 5 de março de 2020

Raça e Coragem - Sesinho - 1948

Raça e Coragem. Uma novela gráfica que mistura romance e conto policial publicada na revista Sesinho a partir de 1948.

No mundo do turfe, entre jóqueis e corridas de cavalo, o Sr. Martins, seus filhos Sílvio e Helena e o treinador Arno treinam a égua Sultana para ser uma campeã.

O sucesso do animal, entretanto, levanta a cobiça de outro milionário envolvido em corridas, o Sr. Aníbal Rocha, que, mediante sabotagem praticada por seu capanga Filipe, inutiliza Sultana, levando a família Martins à ruína.

Para complicar as coisas, Helena cai de amores por Arno e Cristina, filha de Aníbal, se apaixona por Sílvio.

No meio de espancamentos e raptos, a história prossegue até 1953, sempre em capítulos mensais de duas páginas.

A saga foi concebida por Gil Brandão, que viria a se tornar um dos maiores estilistas de moda do Brasil. No traço de Brandão podemos notar influências de Alex Raymond e Frank Godwin.
Sobre Gil Brandão, encontramos esta biografia na Wikipedia: "Gilberto Machado Brandão (Pernambuco, 1924 - Rio de Janeiro, 12 de dezembro de 1983), conhecido como Gil Brandão, foi um médico, arquiteto e modelista brasileiro.

Formou-se em Medicina pela antiga Universidade do Brasil, em 1958, com pós-graduação em Psiquiatria.

Antes de se dedicar à moda, foi criador da história em quadrinhos "Raça e Coragem", ambientada no meio rural brasileiro e publicada na revista Sesinho.

Gil Brandão inovou a moda brasileira ao criar e publicar moldes para confecção de roupas em jornais e revistas. Por meio de suas publicações, traduzia as tendências internacionais adaptando-as ao nosso clima e realidade de mercado.

Foi ilustrador de moda e modelista da Revista Fon Fon a partir de 1951. Também foi o primeiro modelista da revista Manequim, a partir de 1965. Também colaborou com o Jornal do Brasil.

Ainda foi autor de vários livros, dentre eles "Aprenda a costurar" (1967), ainda usado como bibliografia em cursos de graduação em Moda no Brasil. Outras obras incluem a série "Faça você mesma" e "Acabamentos de costura". Seus livros são utilizados para o estudo de modelagem e interpretação de modelos, por serem precisos e detalhados, facilitando a confecção das peças de vestuário.

Faleceu na cidade do Rio de Janeiro, em 12 de dezembro de 1983, assassinado em sua residência.

Uma rua no bairro de Pirituba, em São Paulo, leva seu nome.

Gil Brandão na revista Fon Fon, 1956.

Gil Brandão na revista Figurino Moderno, editora Vecchi.

Gil Brandão na capa da revista Fon Fon, 1951 e 1953.