sexta-feira, 16 de dezembro de 2022

Ensaio Sobre a Bobeira - 2010

Em 22 de janeiro de 2010, uma sexta-feira, estreava no jornal O Estado de S. Paulo a série Ensaio Sobre a Bobeira, de Lourenço Mutarelli.

Afastado dos quadrinhos por quase 5 anos, Mutarelli, que já era um artista multimídia nessa época, retomava sua produção justamente com uma tira de jornal. No dia anterior à publicação o jornal declarou: "uma experiência gráfica cheia de non-sense e estranhamento, um tipo de comentário visual sobre a natureza humana". 

Usando o personagem Bob, "uma brincadeira com bobo", que mudava de aparência a cada aparição, o autor explicou assim o processo criativo do material: "Às vezes faço um desenho e, a partir do desenho, crio algum diálogo, algum texto, que é o processo inverso de você fazer um roteiro de quadrinhos. Você cria uma imagem e vê o que essa imagem quer dizer, complementa ela com alguma frase". "E tem esse ensaio, uma homenagem ao Zéfiro, essas mulheres com bifes sobre o rosto, que é só para eu ser perseguido pelas feministas (risos)".

A série teve curta duração, sobrevivendo por poucas semanas, mas foi reunida no livro Sequelas da editora Comix Zone em 2023.

....................................................

Sobre o autor, na Wikipedia:

"Lourenço Mutarelli (São Paulo, 18 de abril de 1964) é escritor, ator, professor, dramaturgo e autor de histórias em quadrinhos brasileiro. Forçado pelo seu pai, cursou a Faculdade de Belas Artes. Durante três anos, trabalhou na Maurício de Sousa Produções, no começo como intervalador e depois como cenarista.

Entusiasmado pelo grande número de revistas que surgiram na década de 1980, tentou publicar suas histórias sem sucesso - foram consideradas muito "estranhas". Também fez humor criando o personagem "Cãozinho sem pernas" que ainda hoje, é lembrado com saudade por seus leitores. 

Iniciou sua produção em histórias em quadrinhos por meio dos fanzines, distribuídos pelo próprio autor. Seus dois títulos, Over-12 (1988) e Solúvel (1989) tiveram 500 exemplares impressos pela extinta Editora Pro-C, de Francisco Marcatti, importante nome nos quadrinhos underground na década de 80, e hoje são raridades.

Publicou ainda tirinhas e histórias de uma página na revista Animal – publicação mensal sob a editoração de Rogério de Campos, Fabio Zimbres, Priscila Farias e Newton Foot que publicava, entre materiais nacionais, um leque de autores europeus – e em outros títulos da Editora Vidente – de Gilberto Firmino. Com Marcatti e Glauco Mattoso editou dois números da revista "Tralha", também publicada pela Vidente.

Recebeu vários prêmios e é aclamado por sua participação no cinema e no teatro. Criador da arte do filme Nina, dirigido por Heitor Dhalia, autor do romance O Cheiro do Ralo, adaptado para o cinema, dirigido por Heitor Dhalia e estrelado por Selton Mello. O protagonista, que tem o nome velado no romance, no cinema recebe a alcunha do autor do livro.

Seu romance O Natimorto foi adaptado para o teatro pelo dramaturgo Mário Bortolotto e ganhou as telas em 2011 com Mutarelli no elenco.

A maior parte de suas publicações aconteceram por intermédio da Devir Editora e pela Companhia das Letras. Compartilhou seu cotidiano no seu blog (durante 2007) e na revista Piauí Nº 35 em uma matéria desenhada.


Nenhum comentário: