sexta-feira, 11 de novembro de 2022

Armação Ilimitada - 1986

Aproveitando o nome da série de grande sucesso da Rede Globo, Armação Ilimitada fazia uma crítica contundente à política social e econômica do governo do presidente José Sarney (1985-1990).

Foi publicada no jornal Sindiluta, do Sindicato dos Químicos e Farmacêuticos de São Paulo. Sempre em tom de denúncia, mas nunca esquecendo o bom humor, os personagens Navalha, Baiano, Zenaide, Fuinha e Seu Otávio representavam um microcosmo do ambiente operário da época.

A série foi produzida pelos cartunistas Bira Dantas e Francisco Marcatti.

Sobre sua experiência na imprensa sindical Bira Dantas escreveu: "Desde 1980 eu exercia a atividade de chargista em paralelo à de quadrinhista. Em abril de 1982 fui contratado pelo Sindicato dos Químicos e Farmacêuticos de SP. Na época eu ainda era desenhista do Gibi dos Trapalhões da Bloch produzido no estúdio Ely Barbosa em SP. Em 1980 eu havia produzido charges e quadrinhos para a Chapa de Oposição Sindical. Os boletins eram redigidos pelo jornalista Valdeci Verdelho. Quando ganharam a eleição no sindicato, convidaram o Valdeci a montar um departamento de imprensa. Ele convidou Joaquim de Carvalho para diagramação e projetos gráficos, Maria Módolo para digitação e eu como chargista. De cara, criou o Sindiluta, um boletim informativo diário formato A4, frente e verso, 2 cores, com tiragem de 8 mil exemplares. Depois o departamento foi ampliado com a contratação do diagramador Dimaz Pimenta e mais a jornalista Eliane. Em 1983, Marcatti cobriu minhas férias fazendo as charges do Sindiluta (escreveu um depoimento com esta experiência pro Fanzine Quadrix de Worney). Em 1984, Valdeci saiu e foram contratados os jornalistas Rui Costa Pimenta, César Nogueira, o diagramador Wagner Pinto de Rocha e o quadrinhista Francisco Marcatti, que produziu ilustrações e cartazes pro Sindicato. Em 1985 Marcatti editou a coletânea "Bira, quem diria, você é um subversivo!" com charges publicadas no Sindiluta, onde publicamos duas séries em Quadrinhos "Armação Ilimitada" e "Arrocho Salarial", roteirizada por mim e desenhadas por nós dois. Marcatti foi trabalhar no departamento de imprensa da CUT SP e acabou nos deixando. Logo depois foi contratada a jornalista Elizete e o cartunista Paulo Monteiro que criou a série de tiras da Mimi (personagem que ele publicava como "Mimi a metaleira" no Sindicato dos Metalúrgicos de Santo André), Meia-Noite, entre outros. Paulo Monteiro saiu e o Sindicato contratou o cartunista Custódio. Deixei o Sindicato em 1988".

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