sexta-feira, 23 de outubro de 2020

Simplício - Visão Brasileira - 1948

Simplício, como já diz o próprio nome, era um sujeito simplório que se deixava envolver pelas aparências e pelos fatos ao seu redor.


Personagem de vida curtíssima, foi criado pelo cartunista Appe em 1948 para a revista Visão Brasileira, publicação ligada ao D.I.P. (Departamento de Imprensa e Propaganda) do governo Getúlio Vargas e que circulou durante toda a década de 1940.


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Appe foi um dos grandes expoentes da charge brasileira e um dos principais colaboradores da revista O Cruzeiro. Sobre ele, em fevereiro de 2011, o jornalista Ediel Ribeiro escreveu ao site O Folha de Minas:

Amilde Pedrosa, o Appe, foi um dos mais consagrados cartunistas da “O Cruzeiro”.

Começou a trabalhar  na revista como paginador,  ilustrador e chargista político, em 1952. Na década de 70, ganha duas páginas na revista, onde cria a coluna Blow-Appe, que manteria até pouco antes do fechamento da revista, em 1975.

O cartunista que se chamava Anilde e não Amilde, não gostava do seu verdadeiro nome que lhe valeu o apelido indesejado de “Anil” - um produto usado para clarear roupa - dado pelos colegas, nasceu no Acre, em 20 de maio de 1920.

Começou a trabalhar como repórter colaborador e, mais tarde, como ilustrador em jornais de Manaus.

Publicou sua primeira charge em 1940 e realizou a sua primeira exposição individual de caricaturas em 46.

Um ano depois, transferiu-se para o Rio, onde, já com o apelido acróstico de Appe, criou suas primeiras charges políticas no “Diário da Noite”.

Trabalhou nos jornais “A Manhã”, “A Vanguarda” e em “O Jornal”: “O pessoal me achava cara-de-pau porque eu fazia charges anticomunistas, disse numa entrevista. Mas sou um profissional, nunca tive cor ideológica”.

No início dos anos 60, passa a viver com Neusa, que seria sua companheira por toda a vida.

Em 1977, grava um depoimento para o Museu da Imagem e do Som, no Rio de Janeiro.

No ano seguinte, muda-se para Versailles, na França. Retorna ao Brasil em 1980.

Volta a colaborar com vários jornais e revistas e tem algumas de suas charges censuradas, como a que mostrava Papai Noel levando ao Congresso Nacional um saco onde se lia a inscrição “Cassações”.

Dedica-se à pintura em seu novo ateliê, em Teresópolis, no Rio de Janeiro.

Em 2004, por motivos de saúde, procura um local de clima mais ameno. Vai morar em São Pedro da Aldeia, região litorânea do estado do Rio de Janeiro.

Appe morreu de problemas cardíacos e pulmonares, em 4 de agosto de 2006, aos 86 anos de idade, no município fluminense de São Pedro da Aldeia.

Appe no Diário da Noite (RJ), 1952.

 

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