Um candango do humor
Aterrisou na minha mesa um envelope vindo de Brasília, mas não continha nenhuma Medida Provisória, muito pelo contrário, me parece que é uma coisa definitiva: uma autêntica vocação de humorista.
Com a palavra o autor: “Meu nome é Humberto, sou goiano, tenho 26 anos (11 de Brasília) e há quase quatro anos publico no segundo caderno do “Correio Braziliense" a minha tira “Eixinho, o Monumental", a única tipicamente Candanga. Como o próprio nome indica, é um personagem totalmente brasiliense, com todas as neuras e características de quem vive nesta cidade.
O Eixinho vive sozinho em um ninho em cima do Congresso Nacional, de onde tem uma visão privilegiada de tudo o que acontece na cidade e no poder. Para ele, os congressistas são apenas vizinhos de prédio.
Contracenando com o Eixinho estão um sapo antipático e egoísta que vive no Lago Paranoá (área nobre daqui) e uma tartaruga simplória e sempre crédula que veio tentar a vida na capital federal. Com este trio tento mostrar o dia a dia de Brasília visto por quem está dentro dela, passando não só o seu lado político, como também o relacionamento das pessoas, suas neuras, seus problemas e os da cidade”.
Em seu livro A Nova Republicada (Editora do Autor, 1986) podemos ler a seguinte biografia do cartunista:
Humberto de Araújo Pereira Filho há 25 anos que é pernambucano e natural de Itambé, uma pacata cidade que faz divisa com o município paraibano de Pedras de Fogo, convivendo as duas prefeituras, por força das circunstâncias geográficas, numa interminável "aliança democrática".
Em 1976, já familiarizado com as paranoias da capital, inicia a publicação de charges esportivas no Diário de Pernambuco. No Correio de Pernambuco, em 1979, começa a publicar charges políticas e, no ano seguinte, cria a seção "A Careta da Semana", no Diário de Pernambuco.
Em 81, participa das exposições "Criaturas 11" - Funarte, Brasília; 1ª Mostra de Humor do Recife - "Humor em 3 Traços"; 1ª Mostra de Humor em Outdoor - Humor ao Ar Livre"; I Salão Nacional de Humor de Goiânia e VIII Salão Internacional de Humor de Piracicaba.
Em 1983, lança o livro "Na Boca do Gol" - a história do nosso futebol em charges publicadas de 78 a 82; participa do I Salão Nacional de Humor de Pernambuco (premiado) e 2º Salão Internacional de Humor, Canadá. Participa do II Salão Nacional de Humor de Pernambuco (premiado) e da exposição "O Traço da História" - Fundação Joaquim Nabuco, em 1984.
Em 85, participa do 3º Salão de Humor de Niterói (Menção Honrosa); I Salão Nacional de Humor de Alagoas; IV Salão de Humor do Piauí, 22º Salão Internacional de Humor, Canadá, e da exposição "A Favorita do Imperador" - uma visão bem-humorada. Realiza a 1ª Mostra Individual de Humor "RIR PRA NÃO CHORAR".
Atualmente, publica charges no Diário de Pernambuco, Tabloide e está concluindo o curso de Arquitetura (que parece nunca terminar!).
Agradecimentos ao amigo João Antonio Buhrer.
3 comentários:
Ola Luigi, saberia de alguma fonte onde acessar demais tirinhas do "Eixinho"? Obrigada.
Oi, Raquel, as tiras podem ser acessadas aqui: http://memoria.bn.br/DocReader/docreader.aspx?bib=028274_03&pasta=ano%20198&pesq=eixinho&pagfis=104700
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