terça-feira, 22 de setembro de 2020

Jim Trovão - A Gazeta Juvenil - 1948

Em 1948, após um período suspensa em virtude da 2ª Guerra Mundial, a Gazeta Juvenil, antes chamada de A Gazetinha, volta às bancas trazendo várias novidades. Entre elas encontramos a série Jim Trovão, um repórter aventureiro e valentão que resolvia com suas próprias mãos, ou com o auxílio de sua noiva Marina, casos policiais, e era produzida por Zaé Júnior.

Jim Trovão era uma história autenticamente interativa, num período em que esse termo sequer era usado, pois o último quadrinho era apagado e a conclusão da história ficava por conta do leitor, que deveria enviar sua sugestão ao jornal. A melhor solução recebia um prêmio em dinheiro de Cr$ 100,00; algo em torno de R$ 146,00 em valores atuais. Para termos uma noção de preço, cada exemplar da Gazeta Juvenil era vendido a Cr$ 2,00.

Zaé era muito jovem nessa época e a maior parte de sua produção para a Gazeta Juvenil eram textos e contos sobre a fauna e o folclore brasileiros.

 
Apesar de desenhar relativamente pouco na Gazeta, Zaé fez a bela ilustração acima para a radionovela Perdidos no Igapó, (adaptação de Os Náufragos do Igapó ("Afloat in the Forest" ou "A Voyage among the Tree-Tops" no original, de Maine Reid publicada na Coleção Terramarear da Companhia Editora Nacional) da Rádio Gazeta. A quadrinização da obra no jornal foi realizada por Messias de Mello, um dos seus mais assíduos colaboradores. Para saber mais clique aqui.

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Sobre o autor, no site Pró-TV encontramos a seguinte biografia:

Zaé Mariano Carvalho de Nascimento Júnior é o nome inteiro de Zaé Júnior.

Nascido em Botucatu, interior de São Paulo, sempre sentiu muito orgulho de suas origens e sempre se considerou um “caipira”. Nasceu em 8 de junho de 1929 e desde os 10 anos fazia sonetos a 4 mãos com seu pai. Gostava também de desenhar e com isso ganhava uns “trocados”, para ir ao cinema ou algum passeio. Fazia “caricaturas”.

Adorava desenhar, mas trabalho prá valer foi na Serviços Holerit, desenhando letras muito miúdas, para pagamento de funcionários públicos. Zaé estava com 14 anos. Passou depois a fazer “histórias em quadrinhos”, pequenos trabalhos em revistas. Em seguida foi para a Rádio Cosmos, e depois para a Rádio Gazeta. Ao mesmo tempo cursava Filosofia na USP( Universidade de São Paulo). Casou-se cedo, com uma colega de faculdade e tiveram duas filhas: Cibele e Cilena. Aí já estava na televisão. Esteve na Tupi, na Excelsior, na Record, indo em seguida para uma agência de publicidade.

E foi aí que o rapaz eclético encontrou seu grande campo: no departamento de criação de várias agências. Sua vida sempre foi inteiramente louca: dava aulas à noite, trabalhava em mais de um jornal ao mesmo tempo, escrevia para revistas, trabalhava em rádio, em televisão e em agências de publicidade. Cinema de propaganda criou e dirigiu mais de 2000 trabalhos. Dentre eles alguns ficaram famosos e permaneceram anos no ar.

Fez também muitos roteiros para televisão, inclusive para a TV Globo. Criou e dirige sua própria agência: a Promark Propaganda e Marketing, que existe desde 1973. Zaé Junior também compôs músicas, sendo que uma delas, gravada pela Odeon, foi o disco mais vendido em 1965. Livros também escreveu. Um deles “O homem e seu quintal” recebeu muitos elogios de Vinícius de Moraes, que sobre ele disse: “Zaé é poeta inteiro, dos grandes”. Sempre esteve na cúpula intelectual das emissoras de televisão e das agências de publicidade em que trabalhou. Escolheu grandes astros e estrelas, entre eles Regina Duarte que lançou na novela “A Deusa Vencida”. Zaé Júnior é claro, e ainda elegante. E ele diz que deve isso ao fato de gostar sempre de coisas simples, como “bom caipira” que é.

Zaé veio a falecer recentemente, em 20 de agosto de 2020.

Ilustrações para o livro A gruta misteriosa, do próprio Zaé, para a Editora do Brasil.

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