Junto com seus amigos Jubinha, Carpinha e Tip, Plóium fazia críticas sociais e políticas com os assuntos do momento.
Em 1979, Washington reuniu as tiras de Plóium em uma edição independente, da qual retiramos a seguinte explicação:
"PEQUENA HISTÓRIA DE UM AUTOR E SEU PERSONAGEM.
Plóium nasceu no ano de 1970, parto normal, presentes estavam: um pedaço de papel, um lápis e eu. Bem no meio daqueles números de matemática, para os exames de fim de ano, é que brotava, no meio dos rabiscos, aquela forma: sem barriga, (com as pernas saindo da cabeça, estatura baixa, com cabelo em forma de espanador meio usado, olhar matreiro, riso irônico, (característica do brasileiro) e uma cabeça cheia de... (que também é característica do brasileiro). Outro detalhe é o seu nome, que quase ninguém consegue pronunciar direito, e o autor morre de rir.
A BATALHA POR UM ESPAÇO.
Há uns cinco anos, procurei a redação dos jornais para mostrar os trabalhos. Achei que estava na hora de tirá-lo da gaveta. A primeira coisa que um desenhista faz quando cria alguma coisa é engavetar o trabalho até a ideia amadurecer, ou talvez por vergonha.
Não puderam atender-me por vários motivos: falta de espaço, clichês caros, contenção de despesas. E importar historinhas era mais barato, e era o que importava, (hoje também). E eis que neste marasmo todo, surge o Sérgio de Souza. Colocou anúncio no jornal pedindo colaboradores, escritores, poetas, desenhistas de HQ, (abreviatura de histórias em quadrinhos) e outros. Fui nessa, e no dia 1 de novembro de 74 e 17 de novembro do mesmo ano, saía a primeira página do HQ Ribeirão Pretana.
Os desenhistas eram: O Cássio (garoto de 7 anos), Carmo (estudante de odontologia) e eu. E como tudo que é bom, às vezes dura pouco, devido à contenção de despesas, a página de quadrinhos acabava, e o Plóium voltava pra gaveta.
No dia 17 de agosto de 75 comecei a publicá-lo no DN, ficando até 29 de agosto de 76. Foi um tempo bom, embora o Plóium de personagem infantil que era, passou para contestador social, político e religioso de linha (e ainda por cima em um jornal de arquidiocese). No dia 18 de novembro de 75 o Plóium muda de jornal, e cai no O DIÁRIO, (agora com off-set) e censura, ficando até 12 de fevereiro de 77, (sem cachê). Nesta época apareceram ótimos artistas, principalmente na área de cartum, vale aqui citar alguns nomes: Glauco, Pelicano, Cleido, Zé Luís, Arnaldo, Guilherme e outros, como o Zé Antonio que ainda estão escondidos por aí à espera de uma oportunidade.
Hoje os tempos são outros. Houve uma evolução, mas ainda falta a conscientização do empresário em acreditar em uma HQ Nacional e local. A finalidade principal desta revista, (além de divulgar o meu personagem), é apresentar uma seleção das melhores tiras publicadas nesses dois anos de imprensa, e ao mesmo tempo abrir campo para que outros desenhistas façam o mesmo, e que mostrem seu valor. Valor este que é um benefício para a própria coletividade. E tenho dito".
Agradecimentos ao amigo Floreal Andrade.
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