quinta-feira, 6 de fevereiro de 2020

Haroldo, o homem-relâmpago - Diário da Tarde - PR - 1938


Antes de tornar-se um dos maiores artistas plásticos e gravuristas de nosso país, Poty Lazzarotto, muito jovem, aos 14 anos, foi um dos pioneiros dos quadrinhos do Paraná.

Criou, em novembro de 1938 para o Diário da Tarde de Curitiba, Haroldo, o homem-relâmpago.

Haroldo, um bancário dono de excepcional agilidade, ajuda com seus poderes, a desvendar um assalto à agência do banco em que trabalhava. A história foi exibida em 6 capítulos durante o mês de novembro daquele ano.

Poty foi descoberto quando os proprietários do Diário da Tarde, procuraram o restaurante do pai de Poty, com pretensão de torná-lo ponto de venda do jornal e, ao conhecerem os desenhos do garoto, resolveram publicá-los com destaque.
Acima, a primeira publicação de Poty no Diário da tarde, em outubro de 1938.

....................................................................

Sobre Poty Lazzarotto, a Wikipedia fornece uma boa biografia: "Napoleon Potyguara Lazzarotto, conhecido artisticamente como Poty (Curitiba, 29 de março de 1924 — Curitiba, 8 de maio de 1998), foi um desenhista, gravurista, ceramista e muralista brasileiro.

Filho dos italianos Issac Lazzarotto e Julia Tortato Lazzarotto, começou a se interessar por desenho ainda bem criança. O seu pai era ferroviário e a sua mãe mantinha um restaurante na cidade, o "Vagão do Armistício", muito freqüentado por intelectuais paranaenses.

O pai de Poty perdeu um dos braços, devido a um acidente, e para ajudar no orçamento familiar procurava peças de alumínio que eram modeladas em quadros da Santa Ceia, para vender. Poty e seus amigos de infância frequentavam o barracão de seu pai, para ajudar a mover o fole. O barracão que o pai ergueu frente a sua casa, em Curitiba, passou a se chamar "Vagão do Armistício", tornando-se um restaurante desde 1937, sob os cuidados de sua mãe. O governador do Paraná, Manoel Ribas, frequentava o restaurante e, em 1942, premiou Poty com uma bolsa de estudos na Escola Nacional de Belas Artes, no Rio de Janeiro.

Em 1938, com 14 anos de idade, Poty publicou no jornal Diário da Tarde a história "Haroldo, o Homem Relâmpago", em 6 capítulos.

Em 1943, Hermínio da Cunha César convida Poty para ilustrar seu livro "Lenda da Herva Mate Sapecada", no Rio de Janeiro. Foi o primeiro livro ilustrado por Poty e publicado.

Em 1946, Dalton Trevisan cria a revista "Joaquim", e Poty participa de todos os números, seja com ilustrações, notícias do mundo das artes visuais e/ou comentários sobre arte enviadas da Europa. A "Joaquim", que é editada até 1948, representa uma revolução cultural no Estado do Paraná, tanto no sentido de transformação da literatura, via Dalton, quanto da sua linha editorial, crítica e renovadora como informação e como linguagem. A "Joaquim" representa a primeira conexão do Paraná com outros centros da federação, que publicam na revista seus textos críticos e ensaios, bem como autores estrangeiros nas mais diversas áreas do conhecimento.

Da Europa, graças a uma bolsa de estudos do francês, Poty tem contato com a técnica litográfica, em permanente contribuição à "Joaquim". Voltou ao Brasil em 1948, indo trabalhar no jornal Manhã, de Samuel Wainer, realizando ilustrações para vários jornais do Rio de Janeiro.

Ao longo de sua vida, trabalhou principalmente com desenhos, gravuras, murais, serigrafia, litografia".

Para saber mais sobre os quadrinhos no Paraná, visite a página de Fulvio Pacheco clicando aqui.

Um comentário:

Roger disse...

Mais uma raridade garimpada pelo nosso amigo Luigi!
Roger