sexta-feira, 19 de abril de 2019

Grandes Guerras - Diário da Noite - 1964

Grandes Guerras - Série histórica contando o desenrolar das grandes guerras do século XX, era publicada todos os dias no Diário da Noite à partir de agosto de 1964. Produzida por Rivaldo A. Macedo e Rubens Cordeiro sob o selo da Baeta Produções, perdurou até 1965. Concluída a fase da 1ª Grande Guerra, a dupla de autores executou uma nova etapa com a história da 2ª Guerra Mundial. Ambas foram trabalhos notáveis e de grande fôlego.
Sobre os artistas:

Rivaldo Macedo é bastante conhecido por ser um dos criadores do super-heróis da editora  GEP e Graúna, tais como SuperargoMístyko, lendo o catálogo da exposição Caricaturistas - Paço das Artes (Secretaria de Cultura do Estado - SP - 1971), ficamos sabendo: 
 
"Rivaldo de Amorim Macedo, nasceu em Catende, Pernambuco, em 12 de maio de 1939. Participou de uma coletiva na Galeria das Folhas em 1965 e trabalha exclusivamente no Jornal da Tarde, desde 1968. Colabora com as revistas Claudia, Veja e Quatro Rodas da Editora Abril. Tem uma historieta em quadrinhos no Jornal da Tarde, 'Zé Latinha'. Está participando da Exposição de Histórias em Quadrinhos no Museu de Arte 'Assis Chateaubriand', em São Paulo".

E no site Guia dos Quadrinhos podemos ler: 
 
"Era creditado tanto como “Rivaldo Amorim” quanto “Rivaldo Macedo”, o que causava confusão entre leitores e pesquisadores, que acreditavam serem dois desenhistas diferentes.

Rivaldo era jornalista, humorista, diretor de arte e ilustrador. Trabalhou para o “Jornal da Tarde” e também para a Abril. Ele fazia parte da turma que se reunia no estúdio que Rodolfo Zalla dividia com Eugenio Colonnese para papear sobre diversos assuntos, sobretudo quadrinhos. Além do tempo em que dividiu a direção editorial da editora Taíka com Zalla, Rivaldo se associou com Ulisses Tavares de Souza e Reinaldo de Oliveira na Editora Graúna. Ele foi se afastando gradativamente do grupo depois de 1971 e, apesar de ainda ter publicado as tiras de “SOS Brasil” por volta de 1975, abandonou os quadrinhos". 
 
Na verdade, Rivaldo produziu páginas de quadrinhos para a revista Pancada, da editora Abril, entre 1978 e 1979 e também páginas com o personagem Caubói Pixote para a revista Johnny Pecos, da editora D’Arte, em 1981.

Rivaldo n'O Cruzeiro em 1968 e no catálogo da exposição do Paço das Artes em 1971.

Sobre Rubens Cordeiro, em seu site pessoal, podemos ler: 

"O paulistano Rubens Cordeiro é um dos principais desenhistas e quadrinistas brasileiros em atividade.

Reconhecido como mestre do P&B, foi pela sua refinada técnica do pincel e do bico de pena embebidos em nanquim preto que ele contribuiu, ao longo de cinco décadas, com a arte da HQ no Brasil. Em 2002 ganhou o Prêmio Angelo Agostini, na categoria Mestre do Quadrinho Nacional.

Com apenas cinco anos de idade, Rubens revelava o talento para desenhar. Incentivado pelos pais Anna Ribeiro Cordeiro e José Franscisco Cordeiro, cedo ele começou a desenvolver seus traços, primeiro interpretando figuras e fotografias que via nas revistas e jornais que o pai lhe trazia.

Autodidata, Rubens aprendeu as técnicas do pincel e do bico de pena observando os desenhos de mestres da HQ na sua infância e juventude, quando reproduzia as imagens de personagens criados por Alex Raymond (Flash Gordon, Secret Agent X-9, Rip Kirby), Hal Foster (Prince Valiant, Tarzan), Will Eisner (The Spirit).

Todavia, foi Milton Caniff (Terry and the Pirates, Steve Canyon), aquele em que Rubens encontraria uma fonte expressiva de maior influência para os seus estudos do P&B. Os amigos artistas assim o consideram um legítimo caniffiano! Outros mestres, tais como Eugenio Colonnese, Hugo Pratt, Guido Crepax e Milo Manara, foram referências importantes em sua trajetória artística. E a busca por uma síntese imagética no uso do P&B o levou a desenvolver suas pinceladas em nanquim preto, técnica que domina.

Golden Guitar por Luiz Carlos (Luscar) e Rubens Cordeiro (editora Graúna, 1967).

Primeiras HQs

Nos anos 1960, ele conheceu artistas com quem atuou nas principais revistas de HQ publicadas no Brasil. Criou personagens tais como Golden Guitar (em parceria com Rivaldo Macedo e Benedito Aparecido da Silva, o ‘Apa’), Super Argo (em parceria com Eugenio Colonnese), Mystiko (em parceria com Percival de Souza), Patrulheiro Fantasma, Homem-Fera (em parceria com Apa e Carlos M. Vaya).

Personagens

Nas décadas de 1970 e 80, chamado por Primaggio Mantovi como artista da Abril, desenhou diversos personagens e super-heróis, tais como o Homem Aranha, Homem de Ferro, Fantasma, Homem Pássaro, Herculóides, Pantera Negra, Batman, entre outros. Em especial, o Zorro foi um dos personagens para o qual o desenho de Rubens imprimiu grande expressividade, sendo reconhecido por isto entre os colegas desenhistas.

Noir

Rubens aprimorou o clima noir de suas imagens, sobretudo em HQs de horror, desenhando para as duas principais revistas de HQ brasileira dos anos 1980 – Calafrio e Mestres do Terror – ambas publicadas pela D’Arte, editora do amigo artista Rodolfo Zalla.

Séries em Preto & Branco

A partir dos anos 1990, Rubens Cordeiro iniciou várias séries de imagens, produzindo-as até hoje, principalmente retratos de personagens, cenas de filmes e paisagens, todas elas na técnica do pincel e nanquim sobre papel. Como diz, tais séries são feitas para estudar o P&B.

Rubens desenha todos os dias em sua velha prancheta, a mesma que o acompanha desde os tempos em que se dedicou profissionalmente à arte da HQ, 50 anos atrás".

Agradecimentos ao amigo João Antonio Buhrer pela imagem do catálogo do Paço das Artes.

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