O Boi foi o personagem de estreia do desenhista José Aguiar. Apesar de já ter sido publicado esporadicamente desde 1989, fez sua aparição oficial no Jornal do Estado (PR) em outubro de 1991. O Boi é um anti-herói que trabalha suas dúvidas existenciais sempre com muito bom humor. O Boi ainda teve uma sobrevida no mesmo Jornal do Estado por volta de 2000 como porteiro da série Pensão João.
Quando do lançamento, a redação noticiou:
"MAIS UM QUADRINHO - José Aguiar Oliveira Silva é um rapaz comum e tem este nome comum, um metro e oitenta de altura e sessenta quilos. trata-se do que se chamaria um pau de virar tripa, de tão magro. Só 16 anos. Estuda desenho industrial no Cefet, usa um sobretudo preto nos dias de chuva. Tem uns óculos de intelectual meio fora de moda.
Gosta de vôlei. Não tem namorada. Não usa perfume. É filho do senhor José Oliveira da Silva. Um comerciante. A mãe, Terezinha de jesus, é dona de casa. O prato que ela faz, que ele gosta, é arroz com feijão.
É tudo muito simples. Só falta saber o motivo desta apresentação. O que é que este sujeito tem de especial? O que o torna diferente das outras pessoas? Ora, ele desenha o Gordo Boi. Um magro que desenha um boi é pelo menos original. A partir de hoje ele está nas páginas do Jornal do Estado. Ria com ele. No Espaço 2.
É chargista. Faz tirinhas. Histórias em quadrinhos. São poucas as pessoas que conseguem fazer isto. Ele tem um personagem muito simpático".
Sobre José Aguiar, em 1997, no Guia da Associação Paranaense de Ilustradores e Quadrinistas foi registrado:
"José Aguiar começou a produzir histórias em quadrinhos aos 11 anos, editando o jornal do Boi, com duas páginas e manuscrito. O personagem Boi, posteriormente, foi transformado em tiras que foram publicadas no suplemento Gazetinha, da Gazeta do Povo, e no Jornal do Estado. José foi membro fundador do Núcleo de Quadrinhos de Curitiba e, como tal, participou das exposições Necrópsia Sequencial, Heróis Curitibanos, Star Trek e Tudo o Que Você Queria Saber Sobre Quadrinhos Mas Sua Mamãe Relutava em Lhe Responder. Participou dos fanzines Mamãe Não Lia Gibi (com HQ) e Sequência (com textos e quadrinhos) e Mondicoisa (resultado de uma oficina ministrada por ele durante o Erecon 96). Colaborou com a agenda Arte 1996/97. Atualmente trabalha com publicidade".
E na Enciclopédia dos Quadrinhos (Goida / André Kleinert - L&PM - 2011) está publicado:
"AGUIAR, José Brasil - (1975) - O curitibano José Aguiar, formado pela Faculdade de Artes do Paraná, é ilustrador e quadrinista. Sua vida profissional começou aos 16 anos, publicando tiras em jornais de sua cidade. Suas principais séries são Folhateen, que explora o universo adolescente, e Pensão João. Ajudou também a criar Gralha, um super-herói inspirado nas peculiaridades do folclore de Curitiba, junto com um grupo de autores locais. Colaborou com as revistas Metal Pesado, Front, Canalha e Wizard Brasil. Em 2006, venceu o Primeiro Concurso Internacional de Quadrinhos do SENAC-SP. Como prêmio, ganhou a publicação de Folhateen pela editora Devir. Seu trabalho mais conhecido é Quadrinhofilia, da HQ Maniacs Editora, uma reunião de treze histórias avulsas, com um estilo bem diferente cada uma. Marko Adjaric, na contracapa da obra, diz: "Falar de Aguiar é falar de extensões... Exatamente esta extensão de seu engenho e empenho que você tem nas mãos agora. Assim o artista ganha mais uma. A sua mente".
A partir de um roteiro de André Diniz, Aguiar desenhou para a a Escala Educacional, na série "História do Brasil em Quadrinhos", uma excelente versão de A Guerra dos Canudos (2008). Participou igualmente do álbum coletivo MSP + 50 artistas (Panini, 2009), homenagem aos cinquenta anos de Maurício de Sousa nas HQs".
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