Por Franco e Seabra
"Conheci o Franco de Rosa na Livraria do Gibi, propriedade do Ademário de Mattos, nos famosos encontros aos sábados, de colecionadores, aficionados e desenhistas de quadrinhos. O Franco já era um “empreendedor”; éramos muitos jovens, mas ele já editava sozinho um fanzine... Tinha até seu super-herói: O Mocho (algo assim, não me recordo bem), que ele escrevia. Sabíamos que o jornal Notícias Populares publicava tiras de quadrinhos de brasileiros, ou mais exatamente de iniciantes e resolvemos fazer uma tira e levar até lá...
Curtíamos super-herói, mas na hora de fazer alguma coisa o nacionalismo falou mais alto e o Franco tascou um cangaceiro e o batizou de “Capitão Caatinga”. Na verdade ele já tinha várias tiras prontas, mas achando que meu traço seria melhor me pediu que dessa seqüência na sua história, e foi feito.
Chegando ao primeiro andar do edifício Folha da Manhã, onde então existia o jornal Notícias Populares entramos e fomos atendidos e de pronto o editor Ebrahim Ramadan aceitou publicar nossa tira e de quebra até pagou um salário mínimo por mês. Foi tudo tão simples e fácil que às vezes até areditamos em “destino”.
Meses depois, caminhando pela avenida Barão de Rio Branco, paramos numa banca de jornal onde o exemplar do dia do Notícias Populares estava aberto e exposto (como é tão comum em São Paulo – ou era) numa das laterais da banca e lá está a nossa tira, bem no centro da primeira página do jornal, rodeada de fotos de supostos “terroristas” procurados. Era 1974, plenos anos de chumbo da história brasileira.
O texto abaixo da tiradizia: “começam hoje as aventuras de Capitão Caatinga”
Estudo inicial do Capitão Caatinga por Franco de Rosa.
Um comentário:
muito bem desenhado.
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