sexta-feira, 15 de outubro de 2021

Telê X Tevê

No início da década de 1970 a televisão começava a se popularizar, atingindo todas as regiões do país. Os velhos tubos em preto e branco começavam a ser substituídos por aparelhos em cores. Nessa tremenda expansão comunicacional surgiam também as críticas à massificação das informações proporcionadas pela TV.

Foi nesse clima de ebulição de opiniões que surgiu a série Telê X Tevê do desenhista Maurício Moura. Telê era, obviamente, o telespectador e Tevê, quase um membro da família, o aparelho de televisão que dialogava com seu dono.

A série foi publicada aos domingos, em cores, no ano de 1974 no Suplemento Quadrinhos da Folha de S. Paulo. Seu criador Maurício Moura, havia começado a publicar seus trabalhos na lendária revista alternativa Balão, da Faculdade de Arquitetura e Urbanismo da Universidade de São Paulo, assinando Kou-Rah, a partir do nº 5, em 1973 ao lado dos irmãos Caruso, Laerte, Luiz Gê e muitos outros artistas, e de lá para cá, o seu traço evoluiu enormemente. 

Em novembro de 1974 houve uma espécie de crossover entre a série Telê X Tevê e a série Olimpo, do desenhista Xalberto (para saber mais sobre Olimpo clique aqui).

Maurício publicou também a HQ O Jardim em Crás! nº 4, da editora Abril, em 1975.

Maurício Moura é mais um dos artistas do Suplemento Quadrinhos que sumiram sem deixar rastros. Durante anos o pesquisador Gualberto Costa, da dupla Jal & Gual, procurou, sem sucesso, o paradeiro do autor para entrevistá-lo para o seu livro sobre a revista Balão. Nunca encontrou. Foi o único desenhista que ficou sem um depoimento no livro, ainda inédito.

Abaixo, Moura na revista Balão nº 6.


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