Criada inicialmente, por Paulo Caruso e Xalberto, para o jornal do teatro Lira Paulistana em 1981, As Mil e Uma Noites comentavam a cena cultural e noturna de São Paulo. O Jornal Lira Paulistana foi um periódico semanal, em formato tabloide, de aproximadamente 24 páginas, que circulou entre 1981 e 1982, produzido pelo Centro Cultural Lira Paulistana (1979-1986), na cidade de São Paulo. Periódico cultural idealizado pelo jornalista Fernando Alexandre, o semanário contou com colaborações de jornalistas como Caco Barcellos, Caio Fernando Abreu, Inimá Simões, Maria Rita Kehl, Paulo Caruso, entre outros.
No ano seguinte, já sob o comando exclusivo de Paulo, a série tornou-se uma sátira de costumes e passou a ser publicada no Jornal do Brasil e posteriormente, com distribuição da Agência Funarte, em jornais de todo o país, incluindo a Folha de São Paulo.
A tira saiu em livro pela editora Circo em 1985 e em 2007 pela L&PM.
A tira quando publicada no jornal Lira Paulistana.
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No livro Enciclopédia dos Quadrinhos (Goida/André Kleinert - editora L&PM, 2011), encontramos a seguinte biografia de Paulo:
CARUSO, Paulo - Brasil (1949)
Paulo José Hespanha Caruso é irmão gêmeo de Francisco Paulo Hespanha Caruso (o famoso Chico Caruso). A natureza não fez apenas semelhantes esses dois paulistas que nasceram no dia 6 de dezembro. Distribuiu também talento por igual. E tão igual que, muitas vezes, se colocarmos desenhos do Paulo e do Chico juntos, sem identificação, poucos serão os capazes de afirmar, este é do Chico, este é da Paulo. Até a carreira eles começaram juntos, ainda na década de 1960 em jornais paulistanos, depois na revista Balão. Paulo tinha uma tira chamada Pô! e, ao contrário do irmão, permaneceu nos quadrinhos e hoje é um dos grandes do Brasil nessa especialidade. Já em uma de suas primeiras séries, 'Capitão Bandeira' (história de típico malandro carioca, com roteiros de Rafic Jorge Farah), Paulo mostrava um talento que fugia ao convencional. A reunião das histórias do Capitão Bandeira publicadas em álbum (1983) mostra a evolução impressionante desse trabalho inicial de Paulo.
Paulo Caruso no jornal Popular da Tarde, 1970.
No início da década de 80 passou a colaborar para a grande imprensa: Veja, Isto É, Careta, Senhor. Utilizou sempre uma preciosa técnica que mistura charges políticas com as narrativas de quadrinhos, quase sempre com textos de Alex Solnik. Depois de algum tempo, fixou o título de Bar Brasil para essa sua especialidade. Seus trabalhos, junto com Alex, ganharam quatro álbuns: Ecos do Ipiranga (O grito que não houve..!); Bar Brasil; Bar Brasil na Nova República; e Avenida Brasil (A transição pela via das dúvidas). Nas páginas criadas por Paulo e Alex passaram figuras ligadas à realidade política, empresarial, cultural e social brasileira. Paulo ainda arranjou tempo para desenhar histórias avulsas para publicações tipo Circo, Chiclete com Banana e Geraldão. Não podemos deixar de mencionar uma tira que ele manteve em alguns jornais brasileiros, As mil e uma noites, marcada por uma imaginação surrealista, mas dentro de um humor tipicamente brasileiro.
Álbuns lançados depois de 1990: Avenida Brasil: A sucessão está nas ruas (Mil Folhas Edições, 1990), Avenida Brasil: o bonde da história (Mil Folhas Edições, 1991), Avenida Brasil: se meu fusca falasse (Globo, 1993), Avenida Brasil: o conjunto nacional (Globo, 1996), Avenida Brasil: se meu Rolls-Royce falasse (Devir, 2006), As mil e uma noites — reedição (L&PM, 2007) e Avenida Brasil: enfim um pais sério (Devir, 2010). Álbuns coletivos lançados depois de 1990: Brasil e Argentina (Fundação Memorial América Latina, 1990) e Os filhos da Dinda (Scripta, 1992), Na revista Bundas, junto com Lan, entre 1999/2000, Paulo Caruso desenhou as páginas Essas mulheres maravilhosas e suas máquinas de moer carne, com temas como Mulheres vestidas, Elas e o samba, Elas vão ao tango e outros".
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