Criados por Nino Borges para as páginas do semanário A Gazeta Infantil em 1930, Bolinha e Bolonha eram uma dupla de malandros (dois pobres coitados, segundo o autor) no melhor estilo O Gordo e o Magro que viviam aprontando das suas, às vezes bancando os detetives, mas sempre se dando mal no final.
Em 1934, passam a ser publicados em O Tico-Tico, mantendo as mesmas característica.
Bolinha e Bolonha n'O Tico-Tico, 1934.
Bolinha e Bolonha no Almanaque Tico-Tico 1939.
Nino apresentou também no Tico-Tico Jojoca e Jibimba e a dupla de meninas Miloca e Clarinha.
Jojoca e Jibimba e Miloca e Clarinha em 1934 no Tico-Tico.
Sobre Nino, Herman Lima, em sua monumental obra A História da Caricatura no Brasil, de 1963, escreveu: "NINO (Sebastião de Camargo Borges) nasceu na cidade de S. Paulo a 7 de abril de 1897, filho de César Augusto Borges e Euclésia de Camargo Borges. Estudou desenho com o professor Benjamin Constant Melo.
Colaborou em S. Paulo na Vida Moderna e, no Rio, n'O Malho e no D. Quixote.
Realizou uma exposição em S. Paulo em 1922.
Caricaturista efetivo da Gazeta, dedicou-se a fazer caricaturas dos ases do futebol paulista, com o que se tornou muito popular, através das páginas da Gazeta Esportiva.
Muito influenciado pelos desenhos de Walt Disney, há, todavia, no seu traço, vivo e nervoso, uma verve natural, que, apesar daquela filiação artística, nem por isso lhe diminui a originalidade das charges situadas em plano muito superior ao da generalidade das publicações daquela categoria.
Nino Borges na Gazeta Esportiva.
Os tipos que escolheu para representarem os clubes de futebol local são muito engraçados e destinados a grande êxito entre os seus partidários, como acontece com o “Mosqueteiro”, o "Vovô", o "Santo", o “Periquito”, representando, pitorescamente, o Corinthians, o Ipiranga, o S. Paulo F. C. e o Palmeiras. As oscilações dos campeonatos dão à movimentação dessas figuras uma excelente oportunidade para a mostra da autêntica vocação de Nino Borges para o desenho cômico em qualquer campo que não fosse esse das canchas da pelota.
Quanto aos seus portraits-charges dos craques paulistanos são de vários níveis artísticos. Vão do simples retrato a bico de pena, sem qualquer aproveitamento intencional de particularidades fisionômicas, à melhor transfiguração grotesca do modelo".
Em seu livro Shazam!, editora perspectiva - 1972, Álvaro de Moya escreveu que Nino Borges saiu dos quadrinhos para a "Publicidade Sem Rival". Pelo anúncio abaixo, publicado no jornal Estado de S. Paulo em 1929, podemos ver que Nino já trabalhava em publicidade desde esse período.
Agradecimentos ao amigo Francisco Dourado.
9 comentários:
Luigi,
ótimo Blog, só faltou um campo de pesquisa, mas no mais tudo em ordem, obrigado.
já inclui na lista do meu Blog. (http://jotaranha.blogspot.com/)
Abraços
Existe um campo de pesquisa no canto superior à esquerda. abs
Galera, queria que alguém me ajudasse a encontrar um tesouro perdido da minha infância. De 2002 pra baixo quando eu não estava em idade escolar, me lembro de minha mãe dar a mim e meus outros dois irmãos- que áquela altura também não sabiam ler - uma revista em quadrinhos que falava da historia de uma mulher cuja filha foi sequestrada pelo que parecia ser uma bruxa. Eu lembro que todos os personagens eram negros e na última página aparecia o que parecia ser eu não tenho certeza, talvez a mãe da crianças enquanto na janela aparecia a silhueta da bruxa. Eu tenho certeza de que se soubesse o nome da revista encontraria ela em algum lugar da internet mas infelizmente eu não tenho lembrança nenhuma a não ser de algumas figuras. Se alguém na época tinha mais idade e leu a história por favor me a desenterar esse tesouro pwrdido de minha remota infância.
Por favor, amigo, dê mais detalhes: colorida ou preto e branco? Formatinho ou formato americano? Desenho humoristico ou sério?
olá,
em A Gazetinha edições 44 54 55 57 etc ele também marcou presença com Piolin, Jojoca, Rabicó e Gamellera...
http://memoria.bn.br/DocReader/764507/865
isso em 1930
ainda em 1930 ed 52 51 50 ... 38 ... 32 ...
na edição 25 a tira do piolin é assinada por um certo "Gomiz Diaz"
ediçao 23 tira de novo deste Gomis Diaz (?)
edição 19 ainda de 1930 outra tira do Piolin assinada (com a assinatura bem legível no canto inferior direito) desse Gomiz Diaz - seria o Nino? com o traço um pouco diferente...
encontrei tiras dele em o tico-tico até 1942 (ed. 1882) mas pode ter havido mais...
Parabéns pelo blog, cara! Grande trabalho! Obrigado!
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