sexta-feira, 9 de junho de 2017

Crimes que Abalaram São Paulo - Última Hora - 1960


Esta série relata crimes famosos da história de São Paulo. Escrita pelo jornalista M. A. Camacho, conhecido por suas reportagens policiais e romances históricos e desenhada pelo grande artista gráfico e pesquisador Ionaldo Cavalcanti, autor do clássico livro O Mundo dos Quadrinhos, aqui sob o pseudônimo de Ilo

Crimes que Abalaram São Paulo foi publicada entre 1960 e 1961 pelo jornal Última Hora e é composta de três relatos: O Crime da Paralítica Teresa Rank; o Crime da Mala e O Crime do Restaurante Chinês.



M. A. Camacho entrevistou o famoso bandido Meneghetti entre 1960 e 1961, e esse trabalho, além da edição em livro, foi publicado em capítulos no jornal Última Hora. Também escreveu diversas outras obras, todas de caráter sensacionalista.

Considerado pelos críticos da época como autor de subliteratura ou literatura marrom, a sua maior produção incide sobre personagens populares da história universal, que compõe a coleção Camacho, com mais de 20 títulos, dos quais se destacam: A pecadora Salomé no palácio do rei Heródes; Scarface, traficante de mulheres; Messalina, imperatriz do vício e do pecado e Aníbal Vieira, o lampião paulista. 

Na apresentação do livro Elisabel, Sol e Mel da editora Líder - 1975, podemos ler: “Camacho sempre foi um dos primeiros em História Universal nos colégios porque passou. Mais tarde romanceou-a com êxito. Escreve desde os 18 anos, tendo começado nas revistas “Carioca” e “Noite Ilustrada”, do Rio, onde viveu sua juventude. Fon-Fon, O Malho e Vamos Ler foram outras tantas revistas que publicaram seus artigos, sempre com vários pseudônimos. Em SP, foi repórter de Última Hora, deixando-a em 64. O total de livros seus, editados de 50 a 64, atingiu 500 mil distribuídos em diversos títulos, como Frinéia, Calígula, Meneghetti etc. 24 romances ao todo é o total de sua produção, incluindo Elisabel”. Portugal e Angola compram muito seus romances, e o editor Gallimard, de Paris, mostrou interesse em editá-los em francês, assunto que está em demarches”.

Por ocasião da morte de Ionaldo A. Cavalcanti (1933 - 2002) em 07 de maio de 2002 a Agência Estado noticiou: O pintor e artista gráfico Ionaldo Cavalcanti morreu ontem, no Instituto do Coração (Incor). Ionaldo trabalhou na Última Hora e na Editora Abril, onde foi chefe de arte de várias revistas. Escreveu Esses Incríveis Heróis de Papel, sobre personagens de histórias em quadrinhos.

6 comentários:

Unknown disse...

Oi, onde você consegue tantas informações e nomes? Quando eu tento pesquisar alguém citado por você, tipo o Roger (Rogerio Silva dos Reis), não consigo achar quase nada sobre.
Como você consegue?
Além disso, adoro seu blog, muito interessante e informativo, cheio de personagens/autores/cartunistas que eu não conhecia.

Luigi Rocco disse...

Salve, Corvo. A pesquisa é um trabalho de formiguinha. Tenho um bom acervo, que venho construindo desde pequeno e uso para divulgar os trabalhos. Aliás, é essa a função do Tiras Memory, divulgar a arte desses grandes artistas que ficaram esquecidos nas páginas dos antigos jornais e revistas, quando ainda não havia internet. Há também dois ou três amigos pesquisadores que me auxiliam frequentemente. Algumas informações estão disponíveis na rede e eu apenas organizo. No caso específico do Roger, o próprio autor entrou em contato com o blog e com muita atenção e boa vontade forneceu as informações postadas. Como pode ver, nada é muito fácil. abs

Unknown disse...

Gostaria de saber sobre o M A Camacho não consigo achar nenhuma biografia na internet, você poderia me ajudar ?

Luigi Rocco disse...

Realmente, não há biografias de M. A. Camacho na internet. Na apresentação do livro "Salomé" de 1959 podemos ler: Tendo o escritor Camacho - que residia no Rio e escrevia para
“A Noite Ilustrada” e a revista “Carioca” - herdado de seus parentes
uma fazenda no Triângulo Mineiro (Furna Grande), abandonou
seu trabalho profissional na imprensa carioca e retirou-se para sua
nova propriedade. Lá, porém, após tentar inutilmente administrar
a fazenda - coisa que nunca tinha visto -, conformou-se com a
pequena renda anual que as terras produziam e aos poucos foi
voltando seus olhos para a velha máquina de escrever que levara
junto consigo. Meditando (patrioticamente), após ter recebido
cartas dos filhos (um interno no Colégio Champagnat, de Franca,
e outro no Ginásio Diocesano, de Uberaba), resolveu tentar uma
série de romances históricos que “instruem divertindo”, isto é, uma
série de romances que ensinassem História Universal de um modo
ameno. E, durante quinze anos, vagarosamente e com verdadeiro
carinho, fez saltar das páginas da História Universal as personagens
mais fascinantes e os acontecimentos que mais impressionavam.
Assim produziu a série de romances, hoje conhecidíssimos, que
compõem a “Coleção Vidas Notáveis”, ou “Coleção Camacho”,
como é conhecida. Dois dos livros, enviados para o Rio em 1950,
foram devolvidos porque as firmas não se interessaram. Foi com
dificuldade que colocou os seus romances em vários editores
paulistas, que mesmo assim os arquivaram, porque nem siquer os
haviam lido com atenção, baseando-se mais pelos títulos. Só em
1957 a firma Editora Cacique editou o primeiro, que foi “Messalina”.
Diante do sucesso, que esgotou o livro rapidamente, os demais
editores voltaram os olhos para os outros e os publicaram, quase
que simultaneamente, em 1958 e 1959, estando muitos ainda no
prelo, em fase de lançamento. Esse super-lançamento, feito em dois
anos, fez o público e os profissionais do livro julgarem que haviam
sido escritos recentemente e que Camacho era um “fenômeno
literário”. Camacho tem, realmente, facilidade para escrever, mas
confessou sinceramente como as coisas se passaram.
OS EDITORES PAULISTAS.”

Prof. Lídia disse...

Ola muito feliz por essas informações , gostaria de entrar em contato com você

Luigi Rocco disse...

Oi, prof. Lídia, meu e-mail para contato é: luigirocco29@gmail.com. abs