terça-feira, 10 de outubro de 2017

Michel Formose, o navegador solitário - A Noite Ilustrada - 1939


Reportagem em quadrinhos, narrada semanalmente no suplemento A Noite Ilustrada em 1939, conta as aventuras do navegante inglês nascido em malta Michel Formose (ou Formosa). Michel tinha o sonho de percorrer o globo a bordo de um barco. Adquiriu uma pequena nave e saiu de sua terra natal, percorrendo várias partes do mundo.

Ao se aproximar dos rochedos de São Pedro e São Paulo, no litoral brasileiro, por falha de um farol nas ilhas, seu barco acaba naufragando. É recolhido dias depois pelo transatlântico italiano Conte Grande, torna-se uma celebridade instantânea dando entrevistas e aparecendo em várias reportagens. Ao chegar ao Rio de Janeiro, em meio à paranoia anticomunista da época, é suspeito de atividades subversivas e por pouco não vai preso.

Michel faleceu em 1941 quando o navio em que servia foi torpedeado por um submarino alemão durante a 2ª Grande Guerra.

Para saber mais sobre Formose, clique aqui.

A história foi desenhada por Carlos Arthur Thiré. Para ler a aventura completa, clique aqui.

Raffles - editora Ebal - 1987

Sobre o autor: "THlRÉ, Carlos Brasil (1917-1963)

Carlos Arthur Thiré, marido de Tônia Carrero e pai de Cecil Thiré, foi um dos nomes mais importantes dos quadrinhos brasileiros, entre 1936/42. Filho de um professor de matemática do Colégio Pedro Il e Colégio Militar, Carlos só queria desenhar, para desgosto do pai, que o desejava matemático ou engenheiro. Desde a infância tinha uma imagina­ção privilegiada e inventava histórias fantásticas, criativas, situadas em lugares distantes. Ganhou sua primeira oportunidade na imprensa carioca através do escritor Malba Tahan (pseudônimo de um outro professor de matemática, Julio Cesar de MeIo e Souza), grande amigo da família Thiré. Foi levado até o jornal A Noite, tornando-se ilustrador daquela publicação. Em 1936, começou sua consagração. Olhem o testemunhal de Adolfo Aizen:

"A essa época, em 1936, ainda publicávamos no Suplemento Juvenil os sucessos de Flash Gordon, Mandrake, Tim & Tok e outros. Carlos Arthur Thiré, franzino, muito jovem, mas convicto do que fazia, ofereceu-nos seus desenhos 'para concorrer' com os estrangeiros. Era o primeiro autor brasileiro que, espontaneamente, apareceu para ­mostrar suas histórias. Ele nos trazia o Gavião do Riff, passada no estrangeiro, e mais tarde As aventuras de Raffles. Aceitamos. Não queríamos desanimar um talento nacional. E publicamos ­seus trabalhos". Raffles alcançou muito sucesso no Suplemento ­Juvenil e teve como sequência A volta de Raffles, Raffles em Paris, Mr. Raffles vai a Itaipava e A maldição do faraó louco. Cada vez mais, Thiré aperfeiçoava seu estilo, moderno, dinâmico, melhor que de muitas tiras e histórias que vinham dos Estados Unidos. A Legião estrangeira, tema de O gavião do Riff, inspiraria a Thiré a criação de uma nova série, "Três Legionários de sorte" que apareceu em capítulos primeiro ­na revista Vamos Ler (mais tarde reunidos em álbum). A série teve continuidade em O Tico-Tico, entre 1941/42 com o título de A nova aventura dos legionários. 

Thiré ainda criaria histórias avulsas e uma série em continuação para a revista Vamos Ler, "Aí, Mocinho!", mescla de aventura e humor, onde o seu estilo adquiriu uma forma invejável. Thiré afastou-se dos quadrinhos para prosseguir sua carreira artística como ilustrador, ator, publicitário e, a partir de 1949, na Companhia Cinematográfica Vera Cruz, de São Paulo, cenógrafo, roteirista, diretor e codiretor. Ele participou dos filmes Angela, Luz Apagada e Nadando em Dinheiro. Antes do seu prematuro falecimento, também dirigiu programas de TV (Noite de Gala, Sem Censura e Times Square). O gavião do Riff  e Raffles foram republicados pela EBAL (edição fac-similada) e Três legionários de sorte teve relançamento pela  revista Historieta, de Oscar Kern".

Enciclopédia dos Quadrinhos - Goida e André Kleinert - L&PM - 2011

A nova aventura dos legionários - O Tico-Tico -1941

2 comentários:

Dourado disse...

Opa, fiz uma postagem sobre a HQ do Michel e nem sabia que você já havia mencionado este trabalho do Thiré - o Quiof me avisou.
abraço

Dourado disse...

opa, brigadão pelo link!
vi agora