TIRAS Memory
Blog de Luigi Rocco dedicado à recuperação histórica das tiras no Brasil.
sexta-feira, 15 de novembro de 2024
Pato Branco, o repórter - 1990
sexta-feira, 8 de novembro de 2024
A Capivara - 1990
Com isso a Agência Funarte, uma das maiores distribuidoras de material para imprensa no Brasil, teve que paralisar a remessa de tiras para todo o país. Séries como Geraldão, de Glauco; Níquel Náusea, de Fernando Gonsales; Chiclete com Banana, de Angeli; Rango, de Edgar Vasquez e o Condomínio de Laerte, não estariam mais à disposição para a publicação. Para desempenhar esse papel foi criada a Pacatatu Projetos Culturais, que reuniu os maiores desenhistas do Brasil. Sob a coordenação de Richard Goodwin, ex-funcionário da Agência Funarte e Ana Lúcia Pinta. Essa empresa privada passou a fazer o trabalho de distribuição de todos os quadrinhos.
Além de contar com todos os autores já participantes do projeto, a empresa ofereceu várias outras opções de autores novos, que que mostrariam seus talentos e novas opções para o leitor.
Uma dessas novas opções foi A Capivara, de Roger Mello, marcada pelos traços infantis que lembram os da equipe Disney, de quem o autor não escondia a admiração.
Além da Capivara, o personagem principal, os personagens da tira eram os outros animais da fauna brasileira.
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Roger Mello nasceu em Brasília, em 20 de novembro de 1965, e atualmente mora no Rio de Janeiro. É formado pela Escola Superior de Desenho Industrial da Universidade Estadual do Rio de Janeiro. No início de sua carreira, trabalhou ao lado de Ziraldo, na Zappin, e também se dedicou ao desenho animado. Vem se destacando como ilustrador e autor de livros infantis, sendo um dos nomes mais aclamados pela crítica e pelo público. Suas cores fortes e quentes preenchem traços carregados de dramaticidade e espírito lúdico, emprestando às obras de outros escritores um clima marcadamente brasileiro e alegre.
Esse também é o tempero essencial de muitos de seus livros, escrevendo principalmente recontos de lendas e histórias do folclore, revelando nuanças da alma e dos feitos do povo. Conquistou diversos prêmios por seus trabalhos como ilustrador, autor de livros de imagem e livros para criança, dramaturgo e produtor visual.
Recebeu da Fundação Nacional do Livro Infantil e Juvenil os prêmios Malba Tahan, Luís Jardim, Ofélia Fontes, Melhor Ilustração e 15 prêmios Altamente Recomendável.
Outros prêmios conquistados foram: Prêmio Jabuti de Ilustração e de Melhor Livro Juvenil; Prêmio Especial Adolfo Aizen; Prêmio pelo Conjunto da Obra da UBE; Prêmio Monteiro Lobato; Prêmio Adolfo Bloch e da Fondation Espace Enfants (Suíça) o Grande Prêmio Internacional. Conquistou duas vezes o selo White Ravens da Biblioteca Internacional de Munique. Em razão dos seus vários trabalhos premiados, tornou-se hors-concours dos prêmios da Fundação Nacional do Livro Infantil e Juvenil (FNLIJ). Em 2014, ganhou o Prêmio Hans Christian Andersen, o mais importante prêmio infanto-juvenil do mundo.
sexta-feira, 1 de novembro de 2024
Elza - 1988
Em 1988 surgiu nas tiras de quadrinhos da Folha da Tarde (SP), Elza, uma menininha de 5 ou 6 anos e seus dois inseparáveis companheiros, Bob: namorado e amigo de Elza e Robson: sua boneca, companheira e confidente.
Criada por Alexa (Alexandra Periscinoto, filha do publicitário Alex Periscinoto, falecida em 2011), durante oito meses mostrou o cotidiano do ponto de vista de uma criança. Segundo a autora a inspiração foi tirada de seus sobrinhos e alguns amigos seus.
A autora Alexa, desenhou durante muito tempo, quando tinha vários personagens de HQ, mas passou a se dedicar à sua outra profissão, a de Diretora do Departamento de Produção da ALMAP/BBDO, que entre outros, produziu filmes (propaganda) da Volkswagen, Kibon, Danone, Bradesco (Vida Nova).
Características da personagem e seus companheiros:
ELZA: 6 anos, gordinha, veste sempre camiseta e tênis, é viciada em Coca-Cola e Chiclete.
ROB: 5 anos, namorado e amigo de Elza.
ROBSON: Sua boneca, companheira inseparável e confidente.
PAIS DE ELZA: Não aparecem em desenho, só por balões.
ELZA PELA ELZA: Tudo normal, só acho chato ter que tomar banho todo dia, ir à escola e não ter mais tempo para ver a XUXA, mascar chiclete e tomar mais Coca-Cola.
ELZA PELA AUTORA: Sinto-a como uma criança normal de sua idade, que dentro da sua ingenuidade, muitas vezes deixa os adultos em maus lençóis. Não tem noção do perigo e consequências dos seus atos.
Elza foi lançada numa coletânea pela Editora Revan em 1990.
sexta-feira, 25 de outubro de 2024
Viver Outra Vez - 1953
Ao mesmo tempo, Martin trava conhecimento com a jovem milionária Susan Dave quando esta, no exercício de sua função, como colaboradora de uma associação de caridade, entra mo infecto bar onde os dois homens conversam. Para convencer Cruz de que ele, Martin, é também um mau elemento, o rapaz dirige-se a Ladoga e pede-lhe que lhe compre um colar de valor. De posse da joia, Martin procura Cruz e lhe declara ter roubado o colar da casa de Susan Dave, afirmando, porém, que em troca do colar deverá receber a revelação do local onde se acha refugiado o bandido. Cruz confessa que ignora o esconderijo atual de Salvador, mas sabe que existe um intermediário a quem se pode dirigir para chegar ao bandido no momento oportuno"...
Assim começa a história Viver Outra Vez, de João Mottini. Mottini, grande ilustrador e desenhista gaúcho havia se mudado a pouco para a Argentina onde empreendeu uma carreira esplêndida e esse é um dos inúmeros romances ilustrados em aguada por ele nesse país e publicado em capítulos no Diário de Pernambuco e no Diário do Ceará a partir de 1953, se estendendo por várias semanas até 1954.
No Diário de Pernambuco a autor aparece grafado como João Montini, mas no Diário do Ceará a grafia está correta: João Mottini.
Para saber mais sobre o autor clique aqui.
sexta-feira, 18 de outubro de 2024
Deusinho - 2000
Em maio de 2000 se iniciavam as aventuras do Deusinho no suplemento Folhinha da Folha de S. Paulo.
Por obra do cartunista Henrique Kipper a série mostrava de forma divertida a infância do Deus cristão. Com o passar das semanas a tira mudou de nome para Escola de Deusinhos, ao incorporar as figuras supremas de outras religiões, como as de matriz africana e a hindu. Ah! O diabinho também participava das gags!
A tira não passou despercebida e fez ferver a sessão de cartas do jornal. Em meio à polêmica os leitores escreviam: "Gostaria que vocês retirassem a HQ Deusinho..."; "Não acho Deusinho uma afronta a Deus e à Bíblia..."; "Peço que tirem a HQ Deusinho, pois é muito chata..."; "Mando meus parabéns ao autor, que encontrou uma forma original de abordar o mundo religioso..."; "As ideias transmitidas na HQ Deusinho não são nada críticas e criativas e só servem para criar e reforçar a rebelião nas crianças..."; "além de parabenizá-los pela HQ do Deusinho, gostaria de fazer uma crítica aos leitores e pais que acham que as crianças só podem conhecer um deus único e verdadeiro..."; "A HQ Deusinho, de kipper, pode ser interessante para adultos, mas essa irreverência de valores estabelecidos é inadequada para a infância..." e assim se seguiu até abril de 2001 quando a série foi descontinuada.
Kipper tentou sem sucesso reunir suas tiras em forma de livro.
Para saber mais sobre o autor clique aqui.
sexta-feira, 11 de outubro de 2024
Ócios do Ofício - 1996
A série, sem personagens fixos, com raras exceções em alguns arcos de histórias, tratava do mundo corporativo, do chão de fábrica à gerência. Mostrava com humor e sátira todos os problemas relativos às relações trabalhistas e à interação entre as diversas esferas do emprego, ou à falta dele. Salários, férias, relações pessoais, tudo era abarcado na obra. Assim sendo, Ócios do Ofício tornou-se uma das mais importantes tiras brasileira da virada do século, sendo publicada até em Portugal, no jornal Vida Económica e em diversos outros veículos de comunicação como: Diadema Jornal, jornal Profissional & Negócios e continuando em outros jornais (como a Tribuna de Vitória - ES em 2009) até meados dos anos 2000, quando o Diário Popular já passava por severa crise financeira e várias trocas de dono, o que culminaria com a mudança de seu nome para Diário de S. Paulo em 2001.
A série foi reunida em pelo menos três livros: Cartuns & Humor - Ócios do Ofício, editora Escala, 2002; Para ler quando o chefe não estiver olhando, editora Devir, 2004 e Pau Pra Toda Obra, editora Devir, 2005.
Sobre Gilmar: "Gilmar Machado Barbosa, mais conhecido apenas como Gilmar, é um cartunista baiano de Presidente Dutra, mora em São Paulo desde 1977. Começou sua carreira em 1984, no jornal A Voz de Mauá. Desde então tem publicado em diversos jornais e revistas, como Diário Popular, Folha de S. Paulo, Você S/A, O Pasquim 21 e Vida Económica (de Portugal) entre outros. Em 2003, foi eleito o melhor cartunista brasileiro pelo Troféu HQ Mix e Prêmio Vladimir Herzog, categoria artes. É autor de vários livros de cartuns e quadrinhos, 5 deles adotados pelo governo para distribuição em bibliotecas públicas".
Gilmar, sempre atuante, lançou recentemente 4 livros da série Brasil em Charges e o livro Nem um Dia sem Sossego, comentando o cenário político atual.
sexta-feira, 4 de outubro de 2024
Boi Misterioso - 1984
Leitor, vou narrar um fatoDe um boi da antiguidadeComo não se viu mais outroAté a atualidadeAparecendo hoje um dessesSerá grande novidade...