sexta-feira, 20 de dezembro de 2024

Casal 20 - 2001


Antes do sucesso do personagem Edibar, nos jornais e nas redes sociais, o cartunista Lúcio Oliveira criou para a Tribuna do Norte (Apucarana - PR) o Casal 20. Já antevendo as dificuldades conjugais de Edibar e sua esposa Edimunda, o Casal 20 mostrava com humor e acidez os percalços da vida a dois.

Sobre o autor: Lúcio Fabiano de Oliveira nasceu em Apucarana em 1973. Trabalhando como desenhista desde 1986 passou por vários segmentos como cartunista, ilustrador e chargista. Ministrou aulas de desenho técnico de 1992 a 1997, no SESC e no SESI de Apucarana. Morou na Inglaterra, cursou arquitetura e foi tatuador. Hoje é cartunista e ilustrador da Folha de Londrina.


Charge para a Tribuna do Norte - 2001

sexta-feira, 13 de dezembro de 2024

Os Pleistocênicos - 2000

Tendo como personagens os animais do período pleistoceno brasileiro a cartunista Dadi (Ignez Apparecida de Castro) contava com muita delicadeza e bom humor a vida dos bichos há 10.000 anos. Além de divertidas, as aventuras de Bracinho, Cabelão, Boavista, Cabeça, Cheguei e Simpático, davam valiosas dicas de paleontologia e paleobiologia aos leitores do jornal Correio Popular, de Campinas (SP) a partir do ano 2000.

A série teve até título próprio na coleção Graphic Talents nº 15 da editora Escala.

Sobre a autora: Dadi é nascida em Jundiaí/SP.  Formou-se em Educação Artística pela Universidade Estadual de Campinas em 1987. Começou a trabalhar em 1990 no Estúdio de Animação Cigarra Inquietante, onde, entre outras atividades, foi intervaladora e finalizadora de traços em cenas da animação Fievel Vai Para o Oeste (continuação de Fievel, um Conto Americano).

Em 1992, publicou sua primeira coleção de livros ilustrados, Fauna das Cidades, pela editora FTD. A partir de 1994, começou a publicar histórias em quadrinhos autorais na editora Escala, como Gatas e Nuvens, O Grande Desaponte, Memocigus, Brigite, a Mulher-Dragão, Bichos do Mato e Os Pleistocênicos (este último, Entre 2000 e 2007, se tornou uma tira cômica publicada no jornal Correio Popular, de Campinas e foi publicada em uma edição da revista Graphic Talents da editora Escala).

O romance gráfico Bichos do Mato, de 1997, foi seu trabalho de maior destaque. A história, publicada em dois volumes, apresenta histórias em que ocorre o encontro de diferentes sociedades de animais, cada uma com sua própria cultura, crenças e objetivos, interferindo diretamente na vida umas das outras.

Por volta do início dos anos 2010, Dadí mudou-se para Jundiaí, onde começou a trabalhar como professora de arte e bibliotecária na Escola Estadual Siqueira de Moraes, além de dar aulas de desenho e trabalhar como ilustradora independente.

Em 2017, Dadí voltou a lançar uma nova HQ com "A Memória da Terra", publicada na revista Japy do coletivo Jundcomics, que trouxe uma coletânea de várias histórias curtas por diversos artistas. Em 2020, foi a vez de lançar o romance gráfico Coração de Pombo, no qual ficou responsável pelo roteiro e contou com desenhos de Debbie Garcia.

sexta-feira, 6 de dezembro de 2024

Deus e o Diabo -1990

Deus e o Diabo reúne os representantes do bem e do mal em uma mesma agência de criação publicitária. Deus é redator e o Diabo o diretor de arte. 

Segundo o autor Iotti (Carlos Henrique Iotti) essa dupla vive as contradições da criação publicitária desde que Deus disse: — faça-se a luz. E o diabo retrucou: — faça-se a conta de luz! 

Apesar das contradições a dupla tem uma relação cordial e hilária. A tira foi distribuída pela agência Pacatatu a partir de 1990.

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Carlos Henrique Iotti (Caxias do Sul, 27 de fevereiro de 1964), mais conhecido como Iotti, é um jornalista e cartunista brasileiro, criador do personagem Radicci. Neto de italianos, aos dezesseis anos procurou fazer carreira com o desenho e, depois de concluir o curso de Jornalismo na UFRGS, criou os primeiros personagens.

Para saber mais sobre Iotti clique aqui.

sexta-feira, 29 de novembro de 2024

Radicci - 1983

Em 1983, no jornal Pioneiro (RS), nasceu Radicci, talvez o mais popular dos personagens do cartunista Iotti.

Radicci (em italiano significa "raízes") é uma caricatura do colono italiano que aportou ao Sul do Brasil no final do século XIX. Verdadeiro anti-herói, faz um contraponto ao mito do italiano trabalhador, perseverante e culto: é um beberrão, vadio, grosso, machista e com péssimos hábitos de higiene. No entanto, Iotti, seu criador, consegue com Radicci um humor de costumes tão hilariante quanto refinado que faz dele um dos personagens mais queridos e carismáticos de nosso país.

Os outros personagens são:

Genoveva: Genoveva Marcon (nome de solteira, Genoveva Da Ré) é a mulher de Radicci e verdadeiro obstáculo, entre ele e o garrafão de vinho. Está sempre repreendendo o marido quando ele bebe demais.

Guilhermino: Guilherme Marcon é o filho hippie e naturalista de Radicci. Dá pouca importância aos estudos, demonstra muito interesse pelo rock'n'roll, tem o costume de denunciar o pai ao Ibama por caça ilegal.

Nôno: é o patriarca da família. Ex-combatente da Segunda Guerra Mundial, ele só não lembra para qual lado.

Tia Carmella: é a irmã do Radicci, viúva e religiosa fanática. Briga muito com o colono.

Brutto: cão de estimação do Radicci, costuma farejar animais para seu dono caçar.

Gigi: dono do bar que o Radicci frequenta.

Padre Domênico: o pároco da região.

As tiras de Radicci foram publicadas em vários jornais, como: Zero Hora, Diário de Santa Maria e Pioneiro (RS), Diário do Sudoeste, de Pato Branco (PR) e Jornal de Santa Catarina, de Blumenau (SC). 

O personagem esteve em rádios, televisão e até na Copa do Mundo e teve até revista própria: o Gibizon do Radicci, além de vários livros reunindo suas tiras, principalmente pela editora L&PM. Em 1997 Iotti ganhou o HQ Mix, prestigiado prêmio de quadrinhos brasileiro.

Acima, Radicci n'O Estado do Paraná, 9 de fevereiro de 2003.

sexta-feira, 22 de novembro de 2024

Anos 60 - 1990

Anos 60 do mineiro Alexandre Albuquerque (O. Anaya) é uma hilária visão dos anos dourados. Segundo o autor, os anos 1960 estão na moda no ano 1990, e só com sua tira os jornais podem ficar totalmente in.

As tiras não têm personagens centrais, sendo a época, seus costumes e os principais acontecimentos os ganchos das histórias.

Anos 60 foi distribuída pela agência Pacatatu a partir de 1990.

sexta-feira, 15 de novembro de 2024

Pato Branco, o repórter - 1990

Pato Branco, o repórtermostra os bastidores do universo jornalístico. O carioca Caco reúne, além do repórter policial Pato Branco, personagens como um editor irascível, um fotógrafo míope, um “foca”, uma secretária boazuda e um ascensorista sempre bem-informado. Além deles frequentam as tiras os políticos e celebridades, as personalidades-alvo do trabalho jornalístico.

Caco (Carlos Cesar Leal Xavier) foi bastante atuante como artista gráfico na década de 1990, chegando inclusive a ser premiado na categoria História em Quadrinhos no 22º Salão de Humor de Piracicaba, 1995. Imagem abaixo. É Doutor em Antropologia Social pelo Museu Nacional-UFRJ, graduado em Filosofia pela Universidade Federal do Rio de Janeiro, atua na Fundação Oswaldo Cruz nas áreas de Comunicação, Comunicação estratégica com ênfase em Novas Tecnologias da Informação e Comunicação.

sexta-feira, 8 de novembro de 2024

A Capivara - 1990

Ao assumir a Presidência da República, uma das primeiras medidas de Fernando Collor de Mello (1990-1992) foi acabar com a Funarte (Fundação Nacional de Artes). 

Com isso a Agência Funarte, uma das maiores distribuidoras de material para imprensa no Brasil, teve que paralisar a remessa de tiras para todo o país. Séries como Geraldão, de Glauco; Níquel Náusea, de Fernando Gonsales; Chiclete com Banana, de Angeli; Rango, de Edgar Vasquez e o Condomínio de Laerte, não estariam mais à disposição para a publicação. Para desempenhar esse papel foi criada a Pacatatu Projetos Culturais, que reuniu os maiores desenhistas do Brasil. Sob a coordenação de Richard Goodwin, ex-funcionário da Agência Funarte Ana Lúcia Pinta. Essa empresa privada passou a fazer o trabalho de distribuição de todos os quadrinhos.

Além de contar com todos os autores já participantes do projeto, a empresa ofereceu várias outras opções de autores novos, que que mostrariam seus talentos e novas opções para o leitor.

Uma dessas novas opções foi A Capivara, de Roger Mello, marcada pelos traços infantis que lembram os da equipe Disney, de quem o autor não escondia a admiração.

Além da Capivara, o personagem principal, os personagens da tira eram os outros animais da fauna brasileira.

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Roger Mello nasceu em Brasília, em 20 de novembro de 1965, e atualmente mora no Rio de Janeiro. É formado pela Escola Superior de Desenho Industrial da Universidade Estadual do Rio de Janeiro. No início de sua carreira, trabalhou ao lado de Ziraldo, na Zappin, e também se dedicou ao desenho animado. Vem se destacando como ilustrador e autor de livros infantis, sendo um dos nomes mais aclamados pela crítica e pelo público. Suas cores fortes e quentes preenchem traços carregados de dramaticidade e espírito lúdico, emprestando às obras de outros escritores um clima marcadamente brasileiro e alegre.

Esse também é o tempero essencial de muitos de seus livros, escrevendo principalmente recontos de lendas e histórias do folclore, revelando nuanças da alma e dos feitos do povo. Conquistou diversos prêmios por seus trabalhos como ilustrador, autor de livros de imagem e livros para criança, dramaturgo e produtor visual.  

Recebeu da Fundação Nacional do Livro Infantil e Juvenil os prêmios Malba Tahan, Luís Jardim, Ofélia Fontes, Melhor Ilustração e 15 prêmios Altamente Recomendável.

Outros prêmios conquistados foram: Prêmio Jabuti de Ilustração e de Melhor Livro Juvenil; Prêmio Especial Adolfo Aizen; Prêmio pelo Conjunto da Obra da UBE; Prêmio Monteiro Lobato; Prêmio Adolfo Bloch e da Fondation Espace Enfants (Suíça) o Grande Prêmio Internacional. Conquistou duas vezes o selo White Ravens da Biblioteca Internacional de Munique. Em razão dos seus vários trabalhos premiados, tornou-se hors-concours dos prêmios da Fundação Nacional do Livro Infantil e Juvenil (FNLIJ). Em 2014, ganhou o Prêmio Hans Christian Andersen, o mais importante prêmio infanto-juvenil do mundo.

sexta-feira, 1 de novembro de 2024

Elza - 1988

Em 1988 surgiu nas tiras de quadrinhos da Folha da Tarde (SP), Elzauma menininha de 5 ou 6 anos e seus dois inseparáveis companheiros, Bob: namorado e amigo de Elza e Robson: sua boneca, companheira e confidente.

Criada por Alexa (Alexandra Periscinoto, filha do publicitário Alex Periscinoto, falecida em 2011), durante oito meses mostrou o cotidiano do ponto de vista de uma criança. Segundo a autora a inspiração foi tirada de seus sobrinhos e alguns amigos seus.

A autora Alexa, desenhou durante muito tempo, quando tinha vários personagens de HQ, mas passou a se dedicar à sua outra profissão, a de Diretora do Departamento de Produção da ALMAP/BBDO, que entre outros, produziu filmes (propaganda) da Volkswagen, Kibon, Danone, Bradesco (Vida Nova).

Características da personagem e seus companheiros:

ELZA: 6 anos, gordinha, veste sempre camiseta e tênis, é viciada em Coca-Cola e Chiclete.

ROB: 5 anos, namorado e amigo de Elza.

ROBSON: Sua boneca, companheira inseparável e confidente.

PAIS DE ELZA: Não aparecem em desenho, só por balões.

ELZA PELA ELZA: Tudo normal, só acho chato ter que tomar banho todo dia, ir à escola e não ter mais tempo para ver a XUXA, mascar chiclete e tomar mais Coca-Cola.

ELZA PELA AUTORA: Sinto-a como uma criança normal de sua idade, que dentro da sua ingenuidade, muitas vezes deixa os adultos em maus lençóis. Não tem noção do perigo e consequências dos seus atos.

Elza foi lançada numa coletânea pela Editora Revan em 1990.

sexta-feira, 25 de outubro de 2024

Viver Outra Vez - 1953

"Martin Ferrera decidiu renunciar aos seus sonhos de gloria e empreende o regresso à casa paterna, de onde saíra um ano antes em busca de aventuras e fortuna. Mas a verdadeira aventura de Martin começa quando, em uma estrada deserta, salva de um assalto o milionário Ladoga. Linda Ladoga, a bela filha do milionário, fora raptada pelo bando do temível Salvador, que exigiu pelo resgate uma enorme quantia. A recusa de Ladoga em pagar, a caça da polícia fizeram com que Salvador, levado pelo medo, se escondesse em local completamente desconhecido. É isto que Ladoga comenta com Martin, em sua luxuosa casa. Comovido, o rapaz se compromete a descobrir o refúgio do bandido, e para isso, depois de receber dinheiro de Ladoga, faz-se amigo de Cruz, ex componente do famoso bando.

Ao mesmo tempo, Martin trava conhecimento com a jovem milionária Susan Dave quando esta, no exercício de sua função, como colaboradora de uma associação de caridade, entra mo infecto bar onde os dois homens conversam. Para convencer Cruz de que ele, Martin, é também um mau elemento, o rapaz dirige-se a Ladoga e pede-lhe que lhe compre um colar de valor. De posse da joia, Martin procura Cruz e lhe declara ter roubado o colar da casa de Susan Dave, afirmando, porém, que em troca do colar deverá receber a revelação do local onde se acha refugiado o bandido. Cruz confessa que ignora o esconderijo atual de Salvador, mas sabe que existe um intermediário a quem se pode dirigir para chegar ao bandido no momento oportuno"...

Assim começa a história Viver Outra Vez, de João Mottini. Mottini, grande ilustrador e desenhista gaúcho havia se mudado a pouco para a Argentina onde empreendeu uma carreira esplêndida e esse é um dos inúmeros romances ilustrados em aguada por ele nesse país e publicado em capítulos no Diário de Pernambuco e no Diário do Ceará a partir de 1953, se estendendo por várias semanas até 1954.

No Diário de Pernambuco a autor aparece grafado como João Montini, mas no Diário do Ceará a grafia está correta: João Mottini.

Para saber mais sobre o autor clique aqui.

sexta-feira, 18 de outubro de 2024

Deusinho - 2000

Em maio de 2000 se iniciavam as aventuras do Deusinho no suplemento Folhinha da Folha de S. Paulo.

Por obra do cartunista Henrique Kipper a série mostrava de forma divertida a infância do Deus cristão. Com o passar das semanas a tira mudou de nome para Escola de Deusinhos, ao incorporar as figuras supremas de outras religiões, como as de matriz africana e a hindu. Ah! O diabinho também participava das gags!

A tira não passou despercebida e fez ferver a sessão de cartas do jornal. Em meio à polêmica os leitores escreviam: "Gostaria que vocês retirassem a HQ Deusinho..."; "Não acho Deusinho uma afronta a Deus e à Bíblia..."; "Peço que tirem a HQ Deusinho, pois é muito chata..."; "Mando meus parabéns ao autor, que encontrou uma forma original de abordar o mundo religioso..."; "As ideias transmitidas na HQ Deusinho não são nada críticas e criativas e só servem para criar e reforçar a rebelião nas crianças..."; "além de parabenizá-los pela HQ do Deusinho, gostaria de fazer uma crítica aos leitores e pais que acham que as crianças só podem conhecer um deus único e verdadeiro..."; "A HQ Deusinho, de kipper, pode ser interessante para adultos, mas essa irreverência de valores estabelecidos é inadequada para a infância..." e assim se seguiu até abril de 2001 quando a série foi descontinuada.

Kipper tentou sem sucesso reunir suas tiras em forma de livro.

Acima, Kipper na revista Paranoia nº 02, Adventure Comics, 1991.

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sexta-feira, 11 de outubro de 2024

Ócios do Ofício - 1996

Em setembro de 1996, em substituição à tira Fábrica Faglianostra, que havia deixado de ser produzida desde 1992 e vivia apenas de republicações, o jornal Diário Popular passou a publicar a série Ócios do Ofício, do cartunista Gilmar, em sua página Diário Sindical.

A série, sem personagens fixos, com raras exceções em alguns arcos de histórias, tratava do mundo corporativo, do chão de fábrica à gerência. Mostrava com humor e sátira todos os problemas relativos às relações trabalhistas e à interação entre as diversas esferas do emprego, ou à falta dele. Salários, férias, relações pessoais, tudo era abarcado na obra. Assim sendo, Ócios do Ofício tornou-se uma das mais importantes tiras brasileira da virada do século, sendo publicada até em Portugal, no jornal Vida Económica e em diversos outros veículos de comunicação como: Diadema Jornal, jornal Profissional & Negócios e continuando em outros jornais (como a Tribuna de Vitória - ES em 2009) até meados dos anos 2000, quando o Diário Popular já passava por severa crise financeira e várias trocas de dono, o que culminaria com a mudança de seu nome para Diário de S. Paulo em 2001.

A série foi reunida em pelo menos três livros: Cartuns & Humor - Ócios do Ofício, editora Escala, 2002; Para ler quando o chefe não estiver olhando, editora Devir, 2004 e Pau Pra Toda Obra, editora Devir, 2005.

Sobre Gilmar: "Gilmar Machado Barbosa, mais conhecido apenas como Gilmar, é um cartunista baiano de Presidente Dutra, mora em São Paulo desde 1977. Começou sua carreira em 1984, no jornal A Voz de Mauá. Desde então tem publicado em diversos jornais e revistas, como Diário Popular, Folha de S. Paulo, Você S/A, O Pasquim 21 e Vida Económica (de Portugal) entre outros. Em 2003, foi eleito o melhor cartunista brasileiro pelo Troféu HQ Mix e Prêmio Vladimir Herzog, categoria artes. É autor de vários livros de cartuns e quadrinhos, 5 deles adotados pelo governo para distribuição em bibliotecas públicas". 

Gilmar, sempre atuante, lançou recentemente 4 livros da série Brasil em Charges e o livro Nem um Dia sem Sossego, comentando o cenário político atual.

Gilmar em Virou Brasil nº 06, independente, 1991.
Gilmar na revista Paranoya nº 02, editora Clefor, 1993.

Charge de Gilmar referente ao governo do presidente Fernando Collor de Mello (1990-1992).

sexta-feira, 4 de outubro de 2024

Boi Misterioso - 1984


A figura do boi que não se deixa pegar é um elemento recorrente no interior do Nordeste, ligado às histórias fantásticas de assombração, baseado nisso e nas indumentárias dos folguedos de Bumba meu Boi, o cartunista RAL, (Romildo Alves Lima), criou a figura do Boi Misterioso para as tiras veiculadas no jornal O Papa-Figo (PE). Atrevido e sarcástico, o Boi apronta das suas encarando o poder vigente.

Boi Misterioso ficou famoso nos cordéis de Leandro Gomes de Barros, natural da Paraíba, e que viveu durante o século XIX, sustentou uma família numerosa com a venda de folhetos. Foi o primeiro poeta popular a editar histórias versadas dessa maneira. Em "História do boi misterioso", em forma de versos, o leitor tem sete longos poemas sobre a vida com tratamento característico ao gênero: 

Leitor, vou narrar um fato 
De um boi da antiguidade
Como não se viu mais outro
Até a atualidade
Aparecendo hoje um desses
Será grande novidade...

Sobre Ral: "O cartunista nasceu na cidade de Arcoverde, sertão de Pernambuco. Em 1966, com sete anos, Ral se mudou com a família para o Recife. Influenciado pelo irmão, Rui, que já desenhava, Ral começou a desenhar os heróis das histórias em quadrinhos da época: Fantasma, Cavaleiro Negro, Tarzan.

Com 13 anos, fez um curso de desenho por correspondência da Escola Panamericana de Arte. O menino gostava, principalmente, das tirinhas, da coisa da sequência, da historinha. Era, o curso dos Famosos Artistas. Tinha entre os orientadores o cartunista Ziraldo. Ral queria ser desenhista de quadrinhos, começou a trabalhar em uma banca de jornal de um tio. Onde conheceu O Pasquim. O cartunista começou a publicar na página de cartas dos leitores. Um dia, veio para o Rio de Janeiro visitar a redação do jornal carioca. Com o material de quadrinhos embaixo do braço, pretendia publicar um livro de quadrinhos, com o título de 'Know-Ral'. Não conseguiu, mas conheceu parte da equipe do jornal, entre eles, Jaguar, Ziraldo e Millôr.

Um dia, Ral viu o anúncio de um concurso que selecionava artistas para colaborar nas revistas da Edrel, de São Paulo. Foi selecionado e começou a ganhar dinheiro com o cartum.

Em 1968, com 17 anos, começou como colaborador do Jornal do Commércio. Em 1995, entrou para o Diário de Pernambuco como ilustrador. De lá, foi para a Folha de Pernambuco e depois para a Gazeta Mercantil. Os jornais foram sua escola, já que em Pernambuco não havia escola de desenho.

Colaborou com o lendário O Pasquim, fundou o tabloide A Xepa, em 1973, e foi um dos fundadores do semanário pernambucano Papa-Figo que começou como uma página publicada no jornal Folha de Pernambuco e circulou durante 25 anos.

Em 2007, Ral foi homenageado na nona edição do Festival Internacional de Humor e Quadrinhos de Pernambuco (FIHQ)". Ral faleceu em 2023.

Ral no livro A Técnica Universal das Histórias em Quadrinhos, Fernando Ikoma, editora Edrel, 1972.

sexta-feira, 27 de setembro de 2024

Os Que Viram Jesus Nascer - 1978

Em novembro de 1978, a distribuidora ECAB (Editora Carneiro Bastos) encomendou a José Menezes (1934-2022) uma história sobre Jesus Cristo. Menezes criou, em 25 tiras, a série Os Que Viram Jesus Nascer, publicada em jornais como Diário do ABC e Diário de Borborema. A série, como faziam as produções para jornais norte-americanos, deveria ser publicada nos últimos dias de novembro para que o final coincidisse com o Dia de Natal, 25 de dezembro. 

Ainda para a ECAB, Menezes fez muitos outros trabalhos como atividades, passatempos, curiosidades, charadas, num caderno de jornal chamado Divertilândia.

Para saber mais sobre José Menezes clique aqui e aqui.

sexta-feira, 20 de setembro de 2024

Águia Branca - 1977

Águia Branca: série produzida por José Menezes (1934-2022) para a distribuidora ECAB (Editora Carneiro Bastos) em 1977.

Por volta de 1976, José Menezes (1934-2022) colaborou com a ECAB – Editora Carneiro Bastos, que tentava fazer uma agência distribuidora de material para os jornais. Menezes deu um depoimento sobre essa fase para José Salles, que reproduzimos a seguir: “Algum tempo depois da RGE ter desativado o estúdio de produção de revistas em quadrinhos, Menezes viu um anúncio de jornal procurando por desenhistas de HQs. Ele foi até o endereço e se tratava da Editora Carneiro Bastos (ECAB), então dirigida pela senhora Yvonne Amorim, que disse ao Menezes estar precisando de histórias de aventuras para serem publicadas no formato de tira de jornal. Menezes então lembrou-se que havia várias HQs do Flecha Ligeira feitas para a RGE e que não haviam sido utilizadas. 

Então ele adaptou aquelas histórias, originalmente feitas para o formato de comics, para o de tiras de jornal. Também os personagens deveriam ser modificados, por conta dos problemas de direitos autorais. Menezes então rebatizou Flecha Ligeira como Águia Branca, teve alguns retoques no visual, menos tatuagens e enfeites, e roupa mais simples. Águia Branca acabou sendo publicados em diversos jornais de várias cidades de norte a sul do Brasil, com boa aceitação dos leitores.

Segundo Menezes, essa adaptação de histórias, feitas por ele, de personagens estrangeiros, e não utilizadas pela RGE devido ao cancelamento das revistas (e cujos originais lhe foram devolvidos), foi feita com a ciência da ECAB. As tiras de Águia Branca saíram em jornais do interior como Diário de Borborema e A Gazeta do Norte, por um período de um ano e meio".

Para saber mais sobre menezes clique aqui.

sexta-feira, 13 de setembro de 2024

Kim - 1977

Kim, criado pelo desenhista José Menezes, é uma adaptação de algumas aventuras do Jim das Selvas, de Alex Raymond, produzidas por ele para a Rio Gráfica e Editora (RGE) no final dos anos 1960 e nunca utilizadas na revista do herói norte-americano. 

As histórias realizadas originalmente no formato de páginas de revista foram adaptadas para o formato tiras de jornal e os personagens levemente modificados: Jim das Selvas teve seu nome alterado para Kim e ganhou um pequeno bigode. O companheiro de aventuras do explorador das selvas africanas, Kolu, foi batizado de Janu, tudo para evitar problemas de direitos autorais.

Essas aventuras foram distribuídas para diversos jornais brasileiros pela ECAB (Editora Carneiro Bastos) entre 1977 e 1978.

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sexta-feira, 6 de setembro de 2024

Zoca, o Repórter - 1977

Zoca, o repórter. Criação de Orestes de Oliveira para a distribuidora ECAB (Editora Carneiro Bastos) em 1977. 

Em 8 de fevereiro desse mesmo ano o jornal A Gazeta, de Vitória - ES, publicou a seguinte sinopse da série: Segundo Orestes, seu personagem Zoca, ou Jorge Luiz Pimentel, é um jornalista formado pela PUC, repórter de polícia, nascido e criado perto do morro do Salgueiro. Não é muito bem visto pelo chefe de polícia. Talvez por inveja, pois Zoca está sempre desvendando os crimes à sua frente em sua coluna de jornal. Desfruta, no entanto, da amizade do delegado Pamplona e, por lutarem ambos por um mesmo objetivo, o combate ao crime, trocam informações, brigam e se xingam mutuamente. Embora combata crime na página policial, e desvende sempre complicados casos. Zoca não é muito chegado à violência. Está sempre acompanhado do fotógrafo 'Azul', um crioulo forte que sempre briga, bate e apanha, por ele. Mas não foge à luta. O delegado Pamplona, Amâncio Pamplona, é formado pela PUC em Direito. Colega de Zoca, ambos formados na mesma época. Quando as coisas não vão bem, extravasa seu mau-humor contra todos que encontrar pela frente. Vive, porém, sempre alegre e gozando muito o gordo, investigador 'Eterno', por causa de sua careca. Nas duas primeiras histórias, Zoca resolve crimes envolvendo tóxicos. É apenas uma coincidência, pois tóxico não será uma constante nas suas histórias, segundo Orestes de Oliveira".

Para saber mais sobre Orestes de Oliveira clique aqui.

sexta-feira, 30 de agosto de 2024

Lúcio Flávio, o Passageiro da Agonia - 1977

Baseada em livro do jornalista José Louzeiro, (1932-1917), autor do roteiro, a tira Lúcio Flávio, o Passageiro da Agonia, foi distribuída pela ECAB (Editora Carneiro Bastos) para vários jornais do Brasil com desenhos de Orestes de Oliveira.

A série relata a trajetória do criminoso Lúcio Flávio, famoso bandido da década de 70 que se tornou nacionalmente conhecido pelos roubos a banco e fugas espetaculares. Embora lançada pouco depois do filme homônimo de Hector Babenco a tira não baseia a fisionomia dos personagens nos atores da película, procurando retratar fielmente a aparência dos personagens da vida real.

A série Lúcio Flávio inclusive foi citada na edição de 1982 da Enciclopédia Barsa (imagem acima).

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Sobre Orestes de Oliveira: "Orestes de Oliveira Filho nasceu em 1941 em São Gonçalo, Rio de Janeiro, na época morando em Copacabana. Estudou em Niterói, em São Gonçalo e fez os cursos de contabilidade, básico de diagramação, de criação e de Propaganda. Trabalhou como freelancer em histórias em quadrinhos para a Rio Gráfica Editora entre 1958 e 1962, ao lado de Getúlio Delfin, Juarez Odilon e José Menezes. Entre 1963 e 1964 trabalhou como diagramador no Correio da Manhã; posteriormente, na Copacabana Publicidade Ltda., como layoutman, arte finalista e ilustrador; W. Leão Publicidade, sócio cotista e diretor de arte; Editora Vozes, ilustrador, diagramador, paginador e capista; Editora Expressão e Cultura, chefe do departamento de arte na confecção da Enciclopédia Século XX — Obras Gerais; Jornal do Brasil, diagramação; Revista Rodovia, ilustração e mapas-cartografia; Editora Brasil América Ltda., freelancer da história em quadrinhos Kung Fu e Enciclopédia Britânica-Editores, diagramação.

Dona Beija A Feiticeira do Araxá (Edição Extra de Cinemin) - Ebal, 1979, por José Menezes e Orestes de Oliveira.


sexta-feira, 23 de agosto de 2024

História da Independência - 1972

Em comemoração as sesquicentenário da Independência do Brasil, o jornal O Dia (RJ), publicou a série História da Independência.

Com roteiro do jornalista Heitor Moniz e desenhos de Francisco Sampaio, a série apresenta um caráter histórico bastante oficial, tendo o seu início a partir de 07 de julho e culminando o seu final em 7 de setembro de 1972.

As tiras forma compiladas e analisadas no livro O Dia a Dia da Independência, de Raquel F. Santos Ferreira, Leonardo C. Ferreira, Wellington Dantas do Amorim, Evelyn M. Oliveira e Souza e Carolina Menezes de Andrade, da editora Artêra.

Para saber mais sobre Francisco Sampaio, clique aqui.

sábado, 17 de agosto de 2024

As aventuras de James Jeans - 1993

James Jeans, em um trocadilho com o ator norte-americano James Dean (1931-1955) que personificava o jovem rebelde do pós-guerra e com quem era fisicamente parecido, foi criado pelo cartunista Henrique Kipper. 

O personagem transitava pelo ambiente universitário, morava em uma república na companhia do rato Gulliver, almoçava em bandejão e nos finais de semana ia de carona para a sua cidade natal. Dessas situações tirava sacadas críticas e bem humoradas, contando a história de um típico calouro de faculdade com todos os estereótipos a que tem direito, desde suas preocupações políticas até atitudes como sair de noite na chuva, telefonar para a mãe e perguntar quanto de óleo se usa para fritar um ovo.

Foi distribuído pela agência Pacatatu a partir de 1990 para vários periódicos e publicado em 1993 pela revista Dynamite - Underground Information, uma publicação bimestral de tiragem pequena e distribuição limitada que falava de todas as variantes do Rock, MPB e cultura jovem.

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Sobre o autor, encontramos em suas redes sociais: "Henrique Antonio Kipper nasceu no inverno de 1970, e fez carreira nas artes aplicadas e imprensa desde 1988 como ilustrador, cartunista e roteirista, publicando nas maiores revistas e jornais do Brasil e Portugal. Organizou coletivos artísticos como a revista FRONT e foi coeditor desta publicação (1998-2003), premiada série mix de HQ autoral e artes gráficas". Participou da revista Sport Gang e fez parte da primeira leva de autores a publicar nas editoras norte-americanas em meados dos anos 1990. É autor do livro A Salamanca do Jarau, pela editora Estronho, de 2015, baseado na obra de Simões Lopes Neto.

Acima, Kipper na revista Mondo Muerto 2, Via Lettera, 20016.

sexta-feira, 9 de agosto de 2024

Rick Shopp - 1981

Criado em 1979 e veiculado a partir de 1981 no jornal A Tribuna, de Santos (SP), Rick Shopp e seu cachorro Tody foi um trabalho de início de carreira do cartunista Ruy Jobim.

Praticamente um antecessor do cão Jarbas, Rick e Tody faziam um humor leve e divertido às voltas com o cotidiano de um garoto e seu mascote.

Para saber mais sobre o autor clique aqui e aqui.

sexta-feira, 26 de julho de 2024

P.I.B. - 1986

Criado pelo cartunista Ruy Jobim Neto, com a colaboração de Luiz Ibiúna, o P.I.B. (Pseudo-Intelectual Babaca) faz uma crítica feroz ao ambiente universitário e toda a afetação encontrada em alguns elementos do meio estudantil.

Com seu rosto quadrado e toda a sua fragilidade emocional, P.I.B. foi bastante veiculado na imprensa universitária nos anos 1985/1986, aparecendo nas revistas Brigitte (FAU-USP), Agaquê (ECA-USP) e no Jornal do Campus (USP-SP).

As teorias e opiniões do P.I.B. frequentemente se pautavam na leitura de um único jornal da grande imprensa e pelos articulistas do momento.

Para saber mais sobre Ruy, clique aqui.