sexta-feira, 25 de janeiro de 2019

P.3014 - Notícias Populares - 1974

Criado por Airon e Marcelo (Verde) Barreto em 1974 e publicado no jornal Notícias Populares, P.3014 é um extraterrestre tentando entender como funcionam as coisas na Terra. Muito associado ao movimento hippie, em voga na época, e com um traço ainda em experimentação, P.3014 teve poucas tiras lançadas nesse jornal.


Em 1975, P.3014 estreou no Suplemento Quadrinhos da Folha de S. Paulo, em cores e já com um traço mais amadurecido.

Suplemento Quadrinhos, Folha de S. Paulo, 1975.

A partir de 1979, o extraterrestre foi reformulado para servir de personagem principal da série O Saturniano, distribuída pelo Projeto Tiras, da editora Abril. Para conhecer essa fase, clique aqui.

O Saturniano.

Segundo Verde: "O P é de policial e o 3014 seria o número do registro dele como policial de Saturno. As duas primeiras tiras foram desenhadas por mim. O tabloide e o desenho do Saturniano foram feitas pelo Airon!".

sexta-feira, 18 de janeiro de 2019

Paola - A Gazeta - 1974

Paola, tira contando as sacadas bem humoradas de duas irmãs, geralmente com uma abordagem poético filosófica. 
Criada por Cassiano J. Roda, a série era publicada em 1974 no jornal A Gazeta, da Fundação Casper Líbero
Nesse período, Cassiano passava por um período de grande ebulição criativa, pois publicava ainda a série Bolibicho no jornal Folha da Tarde e Vush na Folha de S. Paulo, ambos do Grupo Folha.

sexta-feira, 11 de janeiro de 2019

Jojóca e Rabicó - Gazeta Infantil - 1930

Jojóca e Rabicó, ainda sem nome, são apresentados aos leitores.

Jojóca e Rabicó foram criados em 1930 por Nino Borges para o semanário A Gazeta Infantil, mais tarde A Gazetinha, de São Paulo.

Caídos da cauda de um cometa, um garotinho e seu cachorro de orelhas compridas são adotados pelo veterinário Saramatta e sua esposa, quando andavam a esmo por uma estrada. A partir daí começam suas aventuras.
Jojóca e Rabicó em sua primeira aventura.

O nome da dupla foi escolhido por meio de um concurso promovido pelo jornal entre os seus leitores, com prêmio em dinheiro!

Em 1934 Jojoca e Rabicó são transferidos para o semanário carioca O Tico-Tico e ganham a companhia do garoto Jibimba.

Jojóca, Rabicó e Jibimba n'O Tico-Tico em 1934.

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Autocaricatura de Nino para o Dom Casmurro.

O jornal carioca Dom Casmurro publica em 1943 a seguinte biografia de Nino Borges:

"NINO - À BOA MANEIRA DOS leaders de sua classe, o caricaturista Nino começou o ser conhecido no Rio através d'O Malho, d'O Tico-Tico e do Almanach d'O Tico-Tico.

Para biografá-lo cabalmente, porém, é preciso escrever assim: Sebastião de Camargo Borges nasceu na cidade de S. Paulo, a 7 de abril de 1897, sendo filho de Cesar Augusto Borges e D. Euclesia de Camargo Borges.

Em seguida aos estudos primários, fez, na capital onde nasceu, um curso de desenho com o professor Benjamin Constant Mello.

Sua primeira charge na imprensa apareceu na Cigarra, quando o artista completava os 23 anos de idade.

Colaborou algum tempo na revista de Gelásio Pimenta, depois na Vida Moderna e mais tarde no D. Quixote, carioca.

Realizou uma exposição, em S. Paulo, no ano de 1923, no salão da Cigarra.

É hoje caricaturista n'A Gazeta e foi redator artístico d'A Gazeta-Magazine, edição semanal do grande vespertino paulistano.

N'A Gazeta-Magazine, Nino, que criou um tipo do protagonista de historietas cômicas, Alcoolino, atuou apreciavelmente também, como ilustrador, decorando páginas literárias de Viriato Correia e outras, encarregando-se muitas vezes da primeira página da modelar publicação que obedecia à direção de M. de Arco e Flexa, J. B. de Souza Filho e Marcolino de Carvalho e onde colaborou João Brito".

Ilustrações de Nino Borges para o livro "Jesus e as andorinhas" de Elos Sand, editora martins, 1962.

Agradecimentos ao amigo Francisco Dourado.

sexta-feira, 4 de janeiro de 2019

Bolinha e Bolonha - A Gazeta Infantil - 1930


Criados por Nino Borges para as páginas do semanário A Gazeta Infantil em 1930, Bolinha e Bolonha eram uma dupla de malandros (dois pobres coitados, segundo o autor) no melhor estilo O Gordo e o Magro que viviam aprontando das suas, às vezes bancando os detetives, mas sempre se dando mal no final.


Em 1934, passam a ser publicados em O Tico-Tico, mantendo as mesmas característica.

Bolinha e Bolonha n'O Tico-Tico, 1934.

Bolinha e Bolonha no Almanaque Tico-Tico 1939.

Nino apresentou também no Tico-Tico Jojoca e Jibimba e a dupla de meninas Miloca e Clarinha.
Jojoca e Jibimba e Miloca e Clarinha em 1934 no Tico-Tico.

Sobre Nino, Herman Lima, em sua monumental obra A História da Caricatura no Brasil, de 1963, escreveu: "NINO (Sebastião de Camargo Borges) nasceu na cidade de S. Paulo a 7 de abril de 1897, filho de César Augusto Borges e Euclésia de Camargo Borges. Estudou desenho com o professor Benjamin Constant Melo.

Colaborou em S. Paulo na Vida Moderna e, no Rio, n'O Malho e no D. Quixote.

Realizou uma exposição em S. Paulo em 1922.

Caricaturista efetivo da Gazeta, dedicou-se a fazer caricaturas dos ases do futebol paulista, com o que se tornou muito popular, através das páginas da Gazeta Esportiva.

Muito influenciado pelos desenhos de Walt Disney, há, todavia, no seu traço, vivo e nervoso, uma verve natural, que, apesar daquela filiação artística, nem por isso lhe diminui a originalidade das charges situadas em plano muito superior ao da generalidade das publicações daquela categoria.
Nino Borges na Gazeta Esportiva.

Os tipos que escolheu para representarem os clubes de futebol local são muito engraçados e destinados a grande êxito entre os seus partidários, como acontece com o “Mosqueteiro”, o "Vovô", o "Santo", o “Periquito”, representando, pitorescamente, o Corinthians, o Ipiranga, o S. Paulo F. C. e o Palmeiras. As oscilações dos campeonatos dão à movimentação dessas figuras uma excelente oportunidade para a mostra da autêntica vocação de Nino Borges para o desenho cômico em qualquer campo que não fosse esse das canchas da pelota.

Quanto aos seus portraits-charges dos craques paulistanos são de vários níveis artísticos. Vão do simples retrato a bico de pena, sem qualquer aproveitamento intencional de particularidades fisionômicas, à melhor transfiguração grotesca do modelo".

Em seu livro Shazam!, editora perspectiva - 1972, Álvaro de Moya escreveu que Nino Borges saiu dos quadrinhos para a "Publicidade Sem Rival". Pelo anúncio abaixo, publicado no jornal Estado de S. Paulo em 1929, podemos ver que Nino já trabalhava em publicidade desde esse período.

Agradecimentos ao amigo Francisco Dourado.