quinta-feira, 9 de outubro de 2025

Niko-Niko - 1977

Niko-Niko foi criado em 1977 pelo cartunista Jal (José Alberto Lovetro - 1955) em 1977. 

Sobre o personagem o próprio Jal explica:

"De 1975 a 1977 trabalhei na revista Arigatô editada pelo Jornal Paulista da colônia japonesa. Eu estava na faculdade de jornalismo e na revista fazia alguma reportagem na área de quadrinhos e era crítico de cinema. Ilustrava as páginas da revista e criei este personagem Niko-Niko (Sorridente) para a última página da revista. Sorridente porque ele nasceu quando caiu a bomba atômica em Hiroshima. Ao invés de chorar riu. Desde então começou a questionar a desinteligência humana.

Quando criamos eu, o Gual e a Januária Cristina a turminha Sport Gang no final dos anos 90, fiz um novo desenho do personagem com o mesmo nome.

Quando foi lançado o Senninha em 1994 tinha um japonezinho também chamado Niko na turminha. Eu pedi para o Ridaut mudar e ele me atendeu".

O Jornal Paulista foi fundado com o objetivo de se posicionar contra as ideias “vitoristas”, que não aceitavam a derrota do Japãp na 2ª Guerra Mundial, e esclarecer a população sobre os acontecimentos da guerra, mostrando-se mais incisivo em suas colocações. O editorial da primeira edição do Jornal Paulista, publicado em 1º de janeiro de 1947 e intitulado “Começando...”, deixa clara a sua posição e a nova dinâmica que conduziria a imprensa nipo-brasileira. Esclarece que a ideia é que o Jornal Paulista servisse aos interesses da colônia japonesa para que, posteriormente, pudesse “integrar-se na grande família da imprensa brasileira”.

Para saber mais sobre o Jornal Paulista clique aqui.

Para saber mais sobre o Jal clique aqui.

terça-feira, 30 de setembro de 2025

Humor - 1988

Contrastando com seu desenho anatomizado, a série Humor, de Adrovando Claro, caracteriza-se pelo seu texto humorado, cheio de chistes e situações engraçadas. A série fez parte da iniciativa Contra Ataque, de Natal - RN, que tinha por objetivo distribuir tiras em quadrinhos de artistas nordestinos para todos os jornais do Brasil.

Sobre a iniciativa Contra Ataque o folheto promocional esclarecia: 

"O CONTRA ATAQUE é uma iniciativa de alguns desenhistas Nordestinos que se organizam, numa experiência de comercialização de seus trabalhos. Este catálogo vem mostrando as mais diversificadas séries de tiras de histórias em quadrinhos, são criações tropicalistas, simples, baratas e surgidas da própria cultura regional contemporânea, com muita imaginação e bom gosto.

Nossos lançamentos reunem trabalhos inéditos com ingredientes proporcionais ao gênero, acrescentando algumas surpresas na variação de temas ou personagens, pois cada autor é livre para explorar sua criatividade. Todo o material é oferecido por remessa postal, impresso o em papel couchê no formato original para ser adaptado a qualquer tamanho de publicações e impressos em geral.

Nosso sincero desejo é que você, amigo cliente, ofereça oportunidades as nossas criações, ficando inteiramente a vontade para escolher e combinar os trabalhos que mais lhe agradam. Enfim, tirar o máximo de proveito para enriquecer o espaço de lazer, atraente do público, no seu veículo impresso".

Atualmente Adrovando dedica-se à fotografia.

Sobre o autor: "Adrovando Claro é desenhista ilustrador, professor de Artes formado pela UFRN e repórter-fotográfico da Assessoria de Imprensa da Secretaria Municipal de Educação de Natal. A partir de 1991, concluiu o curso de artes na UFRN e entra na área de fotografia, colaborando com o jornal Gazeta de Macau(RN), do qual ajudou a fundar, tornando-se repórter-fotográfico filiado a Fenaj três anos depois. Criou o jornal de fotografia O Foco com o jornalista e fotografo Fernando Pereira e o repórter fotográfico Canindé Soares, que circulou impresso de julho de 1992 a janeiro de 1997. Com a fotografia participou de várias exposições e articulou a oficina de fotografia do Sesc/RN em 1994, que se transformou num curso anual por mais de dez anos. Em 1999, recebeu uma menção honrosa no II Salão Nacional de Fotografia de Sorocaba(SP), Primeiro Lugar no concurso “Um olhar sobre a gente de Natal”(fotos publicadas) em comemoração aos 400 anos de Natal(RN) e o Terceiro Lugar no II Prêmio Euzébio Rocha do Sindpetro/RN. Em 2000, participou do projeto “Redescobrindo o Brasil” da Ong TerrAmar, produzindo fotos em Salvador(BA), Recife(PE), Olinda(PE), Baía da Traição(PB) e Natal(RN) para o livro de mesmo título, em comemoração aos 500 anos do Brasil, incluindo uma mostra fotográfica. Em 2002, realizou a oficina de fotografia do Unicef/Terramar no bairro de Felipe Camarão, zona leste de Natal e as fotos do livro “Um olhar sobre o CEDUC” com 50 alunos da rede publica de ensino. Ainda publicou fotos nas revistas potiguares da Rede Andi (A Criança e o adolescente na mídia potiguar-2002; Jovens na construção do futuro, no presente-2003; A criança e o adolescente na mídia potiguar – 2004) organizadas pela Terramar. Tomou parte da diretoria da Associação Potiguar de Fotografia da qual ajudou a fundar em 2008. Fez parte da monitoria em cursos básicos periódicos de fotografia do Sesc-RN de 1994 até 2005. Participou da diretoria do Sindicato dos Jornalistas do Rio Grande do Norte.

 

É fundador do banco de imagem Prisma Stock Photo (www.prismastockphoto.com), arquivo fotográfico  com fotos de Natal e do Rio Grande do Norte".

Sobre sua retirada do mundo dos quadrinhos Adrovando declarou:

“Em 1989, através do contato com o escritor e roteirista Júlio Emilio Braz (RJ), tomei conhecimento que havia um agente belga, chamado Piet de Lombardi, selecionando desenhistas para publicar no mercado europeu e principalmente divulgando esses autores nas feiras de quadrinhos da França, Itália e Espanha. Como já tinha material publicado a nível nacional por pequenas editoras de São Paulo, me dispus a fazer um portfólio do material de terror, policial e erótico que já havia publicado e enviei ao Júlio para que o agente avaliasse o nível de desenho. Recebi resposta positiva quanto ao quadrinho erótico porque havia demanda pra esse mercado editorial europeu e o retorno seria mais rápido financeiramente. Criei dois álbuns em 1990, com contos eróticos de minha autoria, utilizando temas como futebol, carnaval e paisagens típicas do litoral do Rio Grande do Norte onde moro. 

Desenhei o Ibiza em quatro meses em pranchas enormes (que até hoje guardo como relíquia, pois foram os únicos originais que tive de volta) em 45 paginas. Foi publicado na Holanda e recebi na época US$ 2.500,00 pelo trabalho. Alem desta HQ, criei outra com 11 paginas intitulada Fim de festa (La fin du plaisir) publicada na Bede X na França, recebi mais US$ 1.000,00 parcelados. E só, nunca mais recebi direitos autorais pelo material. Depois os colaboradores brasileiros descobriram que houve má fé do agente que vendia o material pelo dobro e embolsava tudo, dando apenas uma pequena quantia, que aparentemente era os 50% de representação da venda para editoras europeias. Isso já me deixou bastante frustrado. 

Como o contrato com o belga já tinha sido anulado pelas condições de vendas que não davam retorno, conseguir ainda publicar o Ibiza na Eros Comics (EUA) e recebi até certo tempo os direitos autorais sobre a venda. Depois o editor mudou e nunca mais recebi nada pelas vendas. Inclusive, através do roteirista e escritor Luiz Antonio Aguiar vendemos ainda uma outra HQ erótica, mas também sofremos calote, recebemos uma parte dos direitos autorais e nada mais. Quem me forneceu as revistas impressas foi o Flávio Calazans, porque na época “IBIZA” só chegava apenas ao mercado das livrarias de São Paulo. Pelos dois materiais cheguei a receber pouco mais de 500 dólares e nada mais. 

Depois destas experiências já em 1993, desisti de continuar na área de quadrinhos. Passei para o fotojornalismo do qual estou trabalhando até hoje. Faço esporadicamente uma ilustração vez por outra para ilustrar livros de amigos, mais nada. Decepcionei-me com os quadrinhos, principalmente por essa questão do mercado editorial passar por cima do autor. E hoje ainda esta pior, com advento da internet vejo meu material ser vendido na internet, sem receber nada de direitos autorais".  

(Cartilha de Direito Autoral da AQC-SP - Segunda edição atualizada e ampliada - 2018 - © Dr. Flávio Mário de Alcântara Calazans).

Carnaval in Rio, Scala Erotic collection, Holanda, 1990, por Adrovando.

quinta-feira, 25 de setembro de 2025

Mutant's - 1986

"Um grupo de policiais persegue mafiosos se envolvendo com criaturas do século XXI, que são obstáculos em sua busca. Uma aventura no ano 2015 D.C.". Esta é a premissa de Mutant's, criada pelo jovem desenhista Carlos Alberto de Oliveira, de Natal - RN em 1986, que na época contava apenas 16 de idade (1967) e cursava o segundo grau.

Nesse período, Carlos Alberto fazia parte do chamado Grupehq (Grupo de Pesquisa em História em Quadrinhos), publicava Epopeia Potiguar e participava da revista  Maturi, referência dos quadrinhos potiguares.

A tira fez parte da iniciativa Contra Ataque, de 1988, que visava distribuir material nordestino de quadrinhos para jornais de todo país.

Para saber mais clique aquiaqui e aqui.

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sexta-feira, 29 de agosto de 2025

Histórias da História do Rio - 1956

Série didática publicada na versão carioca de jornal Última Hora durante o ano de 1956, Histórias da História do Rio contava casos curiosos da História do estado fluminense. 

Produzida por Eduardo Barbosa em seu estilo realista, era composta por quadros desenhados com textos inseridos nos rodapés. Publicada em destaque no jornal, ocupava toda a largura da página do periódico

Para saber mais sobre Eduardo Barbosa clique aqui.

sexta-feira, 22 de agosto de 2025

Pedro Paulo - 1962

Provavelmente inspirado por seu trabalho na revista Enciclopédia em Quadrinhos da RGE, Rio Gráfica e Editora, que circulou por 16 números entre abril de 1956 e julho de 1957, Gutenberg Monteiro criou em novembro de 1962 a tira do repórter Pedro Paulo para O Jornal (RJ). Com um viés didático, a série dava noções de física, matemática, história e das últimas descobertas científicas da astronomia, enquanto acompanhava as aventuras do repórter Pedro Paulo.

Inicialmente sem assinatura, com o passar dos capítulos Gutenberg passa a assinar as tiras.

Na história, o jornalista namorava Lina, neta do dono do jornal. Lamentavelmente, a garota estava nas tiras apenas como contraponto cômico devido à sua ingenuidade e pouca inteligência.

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sexta-feira, 15 de agosto de 2025

Diz, Logotipo! - 1977

Diz, Logotipo!, foi lançada em 1977 no suplemento Folhetim, da Folha de São Paulo, criada pelo cartunista Fortuna (Reginaldo José Azevedo Fortuna, São Luís, 21 de agosto de 1931 — São Paulo, 5 de setembro de 1994). 

Segundo o autor, o que deu origem à Diz, Logotipo! "foi quando vi uma seta indicada para cima, contendo uma seta indicando para baixo. Quando bati os olhos lembrei da famosa frase de porta de elevador: 'Sobe? Não, desce', respondem. Bem, naquela seta vi a a essência da seção que eu iria criar, aplicando o cotidiano geral, as frases, as expressões que herdamos, outras da cultura popular, frases feitas. Tudo em confronto com essa arte tão olímpica, tão perfeccionista, tão significante no sentio semiótico, e ao mesmo tempo tão hermética para os olhos dos que detêm esse acervo cultural de nossas frases do dia-a-dia."

Diz, Logotipo!, depois de dois anos de Folhetim (onde teve forte colaboração dos leitores), foi para a página Gol e depois passou a semanal. Em 06 de janeiro de 1983 ganhou sua publicação diária, junto com a versão diária de Chiclete com Banana do cartunista Angeli. 

Fortuna previa “uma espécie de seção de horóscopo ou palavras-cruzadas, atemporal, que vai continuar existindo até epois que eu morrer”. Planejada para três símbolos em média, por dia, apresentando logotipos variados, nacionais ou estrangeiros.

“Fiz uma pesquisa em livros especializados em design e, no dia-a-dia, estarei funcionando como o cartola do time, que dá o pontapé inicial, contando que os leitores entrem em campo. O Diz, logotipo! é um filão inesgotável, funciona como uma espécie de 'Teste de Roscharch' (teste psicológico realizado a partir da interpretação de manchas), feito com régua e compasso. Para seu criador, o segredo da durabilidade da série está na renovação dos leitores, pois nunça ninguém lê a mesma coisa num logotipo. Fortuna dá o exemplo da Caderneta de Poupança Delfin: “Ele não diz nada do que está acontecendo com a Delfin, mas eu posso, com o logotipo, dar um toque do que aconteceu lá."

Os tipos possíveis de exploração no “Diz, Logotipo!” foram desde os primitivos até os acadêmicos pois, como afirmava, “em qualquer manitestação formal há sempre brecha para tirar um sarro, uma vez que nunca são o que são e sim algo que pretendem ser”.

Diz, Logotipo! saiu também em O Pasquim em 1990 e foi reunida em livro pela editora Kraft no mesmo ano.

Fortuna foi um das grandes expoentes do cartum brasileiro. Começou bastante cedo a desenhar e aos quinze anos, ao se mudar para o Rio de Janeiro, teve desenhos impressos na revista Sesinho, publicação do Serviço Social da Indústria sob o pseudônimo de Ricardo Forte. Durante os primeiros anos de ditadura militar, tornou-se conhecido por suas charges políticas no jornal Correio da Manhã. Algumas dessas charges foram publicadas no livro "Hay Gobierno?" com Jaguar e Claudius.

Passou por publicações da grande imprensa e imprensa alternativa, dentre as quais A Cigarra, O Cruzeiro, Pif-Paf e Revista da Semana. Foi um dos fundadores do jornal Pasquim. Editou e dirigiu a revista de "cartuns e quadrinhos não enlatados" O Bicho. Foi o responsável pelo projeto gráfico do suplemento Folhetim, do jornal Folha de S. Paulo, editado por Tarso de Castro. Com Tarso também revisitou a revista "Careta". Fez capas para livros, para a revista "Veja" e participou de antologias de humor. 

Criou a personagem de quadrinhos nonsense "Madame e Seu Bicho Muito Louco". Lançou três livros solos: "Aberto Para Balanço" (charges do Correio da Manhã), "Diz, Logotipo!" (legendas sobre logotipos existentes) e "Acho Tudo Muito Estranho (já o prof. Reginaldo, não) - (textos de humor e ilustrações). Fortuna morreu de infarto aos 63 anos.

quinta-feira, 17 de julho de 2025

Julieta, a descasada - 1987

Na mesma época em que emplacou seu personagem Romeu, o descasado, Gilberto Maringoni criou para a revista Claudia, da editora Abril, a sua contraparte feminina, Julieta, a descasada.

Abordando as dificuldades da mulher contemporânea, como os desafios no trabalho, a dupla jornada e a criação dos filhos, praticamente sozinha, Julieta conseguia tirar humor dessa difícil situação.

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