sexta-feira, 29 de novembro de 2024

Radicci - 1983

Em 1983, no jornal Pioneiro (RS), nasceu Radicci, talvez o mais popular dos personagens do cartunista Iotti.

Radicci (em italiano significa "raízes") é uma caricatura do colono italiano que aportou ao Sul do Brasil no final do século XIX. Verdadeiro anti-herói, faz um contraponto ao mito do italiano trabalhador, perseverante e culto: é um beberrão, vadio, grosso, machista e com péssimos hábitos de higiene. No entanto, Iotti, seu criador, consegue com Radicci um humor de costumes tão hilariante quanto refinado que faz dele um dos personagens mais queridos e carismáticos de nosso país.

Os outros personagens são:

Genoveva: Genoveva Marcon (nome de solteira, Genoveva Da Ré) é a mulher de Radicci e verdadeiro obstáculo, entre ele e o garrafão de vinho. Está sempre repreendendo o marido quando ele bebe demais.

Guilhermino: Guilherme Marcon é o filho hippie e naturalista de Radicci. Dá pouca importância aos estudos, demonstra muito interesse pelo rock'n'roll, tem o costume de denunciar o pai ao Ibama por caça ilegal.

Nôno: é o patriarca da família. Ex-combatente da Segunda Guerra Mundial, ele só não lembra para qual lado.

Tia Carmella: é a irmã do Radicci, viúva e religiosa fanática. Briga muito com o colono.

Brutto: cão de estimação do Radicci, costuma farejar animais para seu dono caçar.

Gigi: dono do bar que o Radicci frequenta.

Padre Domênico: o pároco da região.

As tiras de Radicci foram publicadas em vários jornais, como: Zero Hora, Diário de Santa Maria e Pioneiro (RS), Diário do Sudoeste, de Pato Branco (PR) e Jornal de Santa Catarina, de Blumenau (SC). 

O personagem esteve em rádios, televisão e até na Copa do Mundo e teve até revista própria: o Gibizon do Radicci, além de vários livros reunindo suas tiras, principalmente pela editora L&PM. Em 1997 Iotti ganhou o HQ Mix, prestigiado prêmio de quadrinhos brasileiro.

Acima, Radicci n'O Estado do Paraná, 9 de fevereiro de 2003.

sexta-feira, 22 de novembro de 2024

Anos 60 - 1990

Anos 60 do mineiro Alexandre Albuquerque (O. Anaya) é uma hilária visão dos anos dourados. Segundo o autor, os anos 1960 estão na moda no ano 1990, e só com sua tira os jornais podem ficar totalmente in.

As tiras não têm personagens centrais, sendo a época, seus costumes e os principais acontecimentos os ganchos das histórias.

Anos 60 foi distribuída pela agência Pacatatu a partir de 1990.

sexta-feira, 15 de novembro de 2024

Pato Branco, o repórter - 1990

Pato Branco, o repórtermostra os bastidores do universo jornalístico. O carioca Caco reúne, além do repórter policial Pato Branco, personagens como um editor irascível, um fotógrafo míope, um “foca”, uma secretária boazuda e um ascensorista sempre bem-informado. Além deles frequentam as tiras os políticos e celebridades, as personalidades-alvo do trabalho jornalístico.

Caco (Carlos Cesar Leal Xavier) foi bastante atuante como artista gráfico na década de 1990, chegando inclusive a ser premiado na categoria História em Quadrinhos no 22º Salão de Humor de Piracicaba, 1995. Imagem abaixo. É Doutor em Antropologia Social pelo Museu Nacional-UFRJ, graduado em Filosofia pela Universidade Federal do Rio de Janeiro, atua na Fundação Oswaldo Cruz nas áreas de Comunicação, Comunicação estratégica com ênfase em Novas Tecnologias da Informação e Comunicação.

sexta-feira, 8 de novembro de 2024

A Capivara - 1990

Ao assumir a Presidência da República, uma das primeiras medidas de Fernando Collor de Mello (1990-1992) foi acabar com a Funarte (Fundação Nacional de Artes). 

Com isso a Agência Funarte, uma das maiores distribuidoras de material para imprensa no Brasil, teve que paralisar a remessa de tiras para todo o país. Séries como Geraldão, de Glauco; Níquel Náusea, de Fernando Gonsales; Chiclete com Banana, de Angeli; Rango, de Edgar Vasquez e o Condomínio de Laerte, não estariam mais à disposição para a publicação. Para desempenhar esse papel foi criada a Pacatatu Projetos Culturais, que reuniu os maiores desenhistas do Brasil. Sob a coordenação de Richard Goodwin, ex-funcionário da Agência Funarte Ana Lúcia Pinta. Essa empresa privada passou a fazer o trabalho de distribuição de todos os quadrinhos.

Além de contar com todos os autores já participantes do projeto, a empresa ofereceu várias outras opções de autores novos, que que mostrariam seus talentos e novas opções para o leitor.

Uma dessas novas opções foi A Capivara, de Roger Mello, marcada pelos traços infantis que lembram os da equipe Disney, de quem o autor não escondia a admiração.

Além da Capivara, o personagem principal, os personagens da tira eram os outros animais da fauna brasileira.

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Roger Mello nasceu em Brasília, em 20 de novembro de 1965, e atualmente mora no Rio de Janeiro. É formado pela Escola Superior de Desenho Industrial da Universidade Estadual do Rio de Janeiro. No início de sua carreira, trabalhou ao lado de Ziraldo, na Zappin, e também se dedicou ao desenho animado. Vem se destacando como ilustrador e autor de livros infantis, sendo um dos nomes mais aclamados pela crítica e pelo público. Suas cores fortes e quentes preenchem traços carregados de dramaticidade e espírito lúdico, emprestando às obras de outros escritores um clima marcadamente brasileiro e alegre.

Esse também é o tempero essencial de muitos de seus livros, escrevendo principalmente recontos de lendas e histórias do folclore, revelando nuanças da alma e dos feitos do povo. Conquistou diversos prêmios por seus trabalhos como ilustrador, autor de livros de imagem e livros para criança, dramaturgo e produtor visual.  

Recebeu da Fundação Nacional do Livro Infantil e Juvenil os prêmios Malba Tahan, Luís Jardim, Ofélia Fontes, Melhor Ilustração e 15 prêmios Altamente Recomendável.

Outros prêmios conquistados foram: Prêmio Jabuti de Ilustração e de Melhor Livro Juvenil; Prêmio Especial Adolfo Aizen; Prêmio pelo Conjunto da Obra da UBE; Prêmio Monteiro Lobato; Prêmio Adolfo Bloch e da Fondation Espace Enfants (Suíça) o Grande Prêmio Internacional. Conquistou duas vezes o selo White Ravens da Biblioteca Internacional de Munique. Em razão dos seus vários trabalhos premiados, tornou-se hors-concours dos prêmios da Fundação Nacional do Livro Infantil e Juvenil (FNLIJ). Em 2014, ganhou o Prêmio Hans Christian Andersen, o mais importante prêmio infanto-juvenil do mundo.

sexta-feira, 1 de novembro de 2024

Elza - 1988

Em 1988 surgiu nas tiras de quadrinhos da Folha da Tarde (SP), Elzauma menininha de 5 ou 6 anos e seus dois inseparáveis companheiros, Bob: namorado e amigo de Elza e Robson: sua boneca, companheira e confidente.

Criada por Alexa (Alexandra Periscinoto, filha do publicitário Alex Periscinoto, falecida em 2011), durante oito meses mostrou o cotidiano do ponto de vista de uma criança. Segundo a autora a inspiração foi tirada de seus sobrinhos e alguns amigos seus.

A autora Alexa, desenhou durante muito tempo, quando tinha vários personagens de HQ, mas passou a se dedicar à sua outra profissão, a de Diretora do Departamento de Produção da ALMAP/BBDO, que entre outros, produziu filmes (propaganda) da Volkswagen, Kibon, Danone, Bradesco (Vida Nova).

Características da personagem e seus companheiros:

ELZA: 6 anos, gordinha, veste sempre camiseta e tênis, é viciada em Coca-Cola e Chiclete.

ROB: 5 anos, namorado e amigo de Elza.

ROBSON: Sua boneca, companheira inseparável e confidente.

PAIS DE ELZA: Não aparecem em desenho, só por balões.

ELZA PELA ELZA: Tudo normal, só acho chato ter que tomar banho todo dia, ir à escola e não ter mais tempo para ver a XUXA, mascar chiclete e tomar mais Coca-Cola.

ELZA PELA AUTORA: Sinto-a como uma criança normal de sua idade, que dentro da sua ingenuidade, muitas vezes deixa os adultos em maus lençóis. Não tem noção do perigo e consequências dos seus atos.

Elza foi lançada numa coletânea pela Editora Revan em 1990.