sexta-feira, 17 de agosto de 2018

Jacques Douglas - editora Vecchi - 1977

Jacques Douglas por Francisco Sampaio.

"Jacques Douglas era uma fotonovela italiana de grande sucesso. O autor desta série foi Stelio Rizzo, enquanto os diretores foram Sergio Cecconi, Luciano Francioli e Paolo Brunetti.

Jaques Douglas foi cancelado em 1976. No ano seguinte, foi transformado em história em quadrinhos pela editora Vecchi do Brasil: Mistério Jaques Douglas, criada pelo editor Otacílio D'Assunção, era uma revista com 132 páginas que trazia, além de uma aventura em quadrinhos completa do herói (com cerca de 32 páginas), contos policiais, reportagens e diversos outros atrativos para os leitores da época. As aventuras brazucas de Jacques Douglas eram produzidas por Hélio do Soveral e com desenhos Sampa (Francisco Sampaio) e Juarez odilon, no melhor estilo James Bond".

A revista teve 9 edições, mas a última não trouxe a aventura em quadrinhos.

Jacques Douglas por Juarez Odilon.

Sobre Hélio do Soveral: "Hélio do Soveral Rodrigues de Oliveira Trigo, mais conhecido como Hélio do Soveral (Setúbal, Portugal, 30 de setembro de 1918—Brasília, Brasil, 21 de março de 2001) foi um prolífico radialista e escritor infanto-juvenil e pulp brasileiro, publicou dezenas de livros que se tornaram muito populares nas décadas de 1970 e 1980. Usou os pseudônimos Alexeya Slovenskaia Rubenitch, Allan Doyle, Clarence Mason, Ell Sov, Frank Rougler, Gedeão Madureira, Hélio do Soveral, Irani de Castro, John Key, K.O. Durban, Louis Brent, Luiz de Santiago, Maruí Martins, Sigmund Gunther, Stanley Goldwin, Tony Manhattan, Yago Avenir dos Santos, W. Tell".
O Judoka por Francisco Sampaio.

Sobre Francisco Sampaio: "Francisco Ferreira Sampaio iniciou carreira de desenhista ao se mudar para o Rio para trabalhar na EBAL, fazendo "O Judoka" e outros.

Após esse período na EBAL, Sampa desenhou os quadrinhos do "Jacques Douglas", para a editora Vecchi. 

Sofrendo de problemas psicológicos e financeiros, suicidou ao pular da janela de seu apartamento, no bairro de Fátima". 

Antônio Luiz Ribeiro
Sampaio também criou Isolino, uma sátira aos super-heróis, para a editora Gorrion em 1973.

A respeito de Sampaio, o cartunista Flavio Almeida deu o seguinte depoimento: "Sampaio também era ilustrador do jornal O Dia. O Chagas Freitas, influente político do velho estado do Rio de Janeiro, onde tinha sido governador algumas vezes, era dono do jornal e gostava do Sampaio. bancou uma edição de um jornal tablóide chamado O Picho, que era todo feito pelo Sampaio na linha MAD. Só durou um número. Tempos depois, O Dia foi praticamente doado pelo Chagas Freitas ao Ary Carvalho, que era dono do Ultima Hora do Rio. Chagas Freitas estava no fim dos seus dias e sabia que a família ia detonar o jornal. Seu filho mais querido, o Ivan, morrera num acidente trágico e ele contava com o seu filho pra continuar o jornal. Com o novo dono, o Sampaio foi mandado embora do jornal e aí começaram os seus problemas psicológicos e financeiros".

Sobre Juarez Odilon a Enciclopédia dos Quadrinhos (Goida/André Kleinert - L&PM - 2011) destaca: 

"Odilon, Juarez - Brasil

Capista, ilustrador e quadrinista, Juarez Odilon tem mais histórias anônimas que com a sua assinatura. Trabalhando para a Rio Gráfica Editora, em fins de 1950 e início de 1960, ele muitas vezes supriu a falta de material original de séries como "O Cavaleiro Negro" e até do "Fantasma". Em 1961, chegou a desenhar o Capitão Estrela, de curta duração, e o Capitão 7 nas revistas da editora Continental/Outubro. Para a EBAL, ele trabalhou principalmente como ilustrador e capista, mas chegou a desenhar também algumas histórias da série nacional "Judoka" (1969). Fez também algumas aventuras de O Anjo (RGE), personagem ilustrado na sua primeira fase por Flávio Colin".
O Judoka por Juarez Odilon em 1973.

2 comentários:

Antônio Salles disse...

Detalhes que enriquecem nosso conhecimento sobre a história das HQs no Brasil.

Gustavo Machado disse...

Grato por mais este grande resgate, Luigi! Não tinha conhecimento sobre esse material do Jacques Douglas, muito menos da versão nacional. Que triste fim para o talentoso Sampaio...
Gustavo Machado