Novela radiofônica de Luiz Gê e Tacus, com trilha sonora do Premeditando o Breque. Levada ao ar pela Bandeirantes FM no programa Noite Alta, de Geraldo Leite.
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quarta-feira, 27 de julho de 2016
quarta-feira, 1 de junho de 2016
Canarinho, o super-herói de Otávio
Essa edição é muito especial! Resgata um grande tesouro; tratam-se de três aventuras em formato de tiras de jornal criadas pelo grande cartunista, caricaturista e chargista Otávio Câmara de Oliveira ou simplesmente Otávio. Um excepcional artista e jornalista do traço.
Em 1967, Mauricio de Sousa começa uma nova empreitada. Reuniu quase uma dezena de quadrinhistas nacionais e ocupou por alguns meses meia página do jornal “Última Hora” de São Paulo, com tiras diárias, algumas com aventuras continuadas e outras com piadas avulsas. Essa verdadeira aventura durou de 12 de dezembro de 1966 a 25 de maio de 1967. Mauricio de Sousa, através de sua distribuidora, publicou trabalhos de Osvaldo Talo, Zezo, Luscar, Alvarez, Vilmar e seus próprios personagens, como o Mug.
Um desses trabalhos foi muito especial, foi a primeira tira publicada pelo chargista e cartunista Otávio. Ele era desenhista do jornal e diariamente publicava ilustrações caricaturas, charges e dezenas de comentários gráficos dos fatos do dia. Ao que parece Otávio foi convidado por Mauricio de Sousa para ocupar um dos espaços disponíveis; Otávio optou por um super-herói; o Canarinho, que para se transformar num valente uniformizado comia alpiste. Otávio foi um dos profissionais mais constantes que publicaram tiras no jornal, foram quase cinco meses, o resultado impresso era de muito boa qualidade, com situações inusitadas e roteiro bem amarrado. Os desenhos eram ao estilo de Otávio: traços simples, caricaturais, muito bem delineados, com muita segurança e habilidade. Canarinho foi um personagem com argumentação muito diferente do que Otávio já produzia e do que ele publicou com o passar dos anos, especialmente nos jornais “Folha da Tarde” e “Notícias Populares”. Um trabalho vigoroso e muito divertido.
Canarinho só saiu nas páginas do jornal e nunca mais foi publicado, injustamente esquecido e pronto para ser redescoberto, o super-herói é uma pequena, mas preciosa, demonstração do talento único de Otávio.
A edição também traz uma biografia de Otávio contando toda a sua trajetória artística e jornalística, uma entrevista com Maurício de Sousa comentando seus primeiros anos de produção, a distribuidora de tiras e sua inserção nos jornais, especialmente na “Folha de São Paulo” e na “Folhinha”. A publicação traz ainda uma análise de cada aventura do Canarinho e a capa realizada pelo filho de Otávio, também caricaturista, ilustrador, cartunista e artista plástico, Novaes.
“Canarinho” é uma edição conjunta das Edições WAZ com a Inumanos Agrupados associadas à editora Laços. (36 pgs., tamanho: 16,5 x 26,5 cm., p&b, lombada canoa, R$ 26,00).
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quinta-feira, 17 de março de 2016
Pesquisa Sobre Quadrinhos - 1978
Pesquisa relativa ao panorama dos quadrinhos no Brasil conduzida pela ECAB (Editora Carneiro Bastos) no ano de 1978, onde se observa a tentativa de organização de uma associação de autores.
LEVANTAMENTO FElTO NO
RIO DE JANEIRO JUNTO A DIVERSOS DESENHISTAS
Daniel Azulay
Fortuna
Caulos
Miriam Monteiro
Guidacci
Mollica
Coentro
Rico Lins
Reinaldo
Todos os acima citados
trabalham eventualmente com H. Q. sem condlções, na maioria dos
casos, de sobreviver apenas como profissionais de H.Q.
Do que foi conversado e
tratado, deu pra trazer as seguintes reivindicações e ideias:
1 - Formação de urn
grupo que atuasse junto ao governo, defendendo os interesses da
classe.
2 - Lei de porcentagem:
para jornais, uma parte das tiras nacional. Para editoras,
percentagem nas páginas, percentagem nas publicações.
3 – revisão da
cessão do direitos. Abolição de recibos com cessão de direitos
obrigatória.
4 - Taxação e
tabelamento nas bancas para igualar os preços de capa.
5 - Criação de um
tabelamento básico para cobrança de cada setor.
6 - Obrigatoriedade de
contrato.
7 - Criação de um
centro de distribuição.
8 - Solicitação de
incentivos fiscais.
Num levantamento feito
junto à Rio Gráfica, temos os seguintes dados:
Uma revista estrangeira
de H.Q., digamos O Fantasma por exemplo, custa para ser feita, no
máximo 10 mil cruzeiros, isso incluindo direitos, tradutor,
letrista, material de reprodução, cor e editoração, em 64
páginas.
O Picapau Amarelo,
revista que a Rio Gráfica está editando, sai mais ou menos 80
mil, em 48 páginas. São 8 mil por roteiro, 5 por cento do preço
de capa pelos direitos, 5600 por desenhista (são 4 desenhistas),
mais outros salários, chegam a 40 mil ao todo de salários. Mais
encargos e custo operacional. Isso fora o material de desenho,
papel, tinta etc, e fora o custo de implantação. A parte
industrial é equivalente.
segunda-feira, 15 de fevereiro de 2016
Marcio Sidnei - Entrevista - 1978
Matéria/entrevista inédita realizada pela ECAB (Editora Carneiro Bastos) em 1978 com o desenhista e editor Marcio Sidnei Ehrlich, colaborador da revista O Bicho da editora Codecri.
Marcio Sidnei –
Entrevista - 1978
O problema da
regulamentação das histórias em quadrinhos na imprensa brasileira
é um assunto que preocupa sobretudo o artista nacional cujos
trabalhos sofrem as maiores restrições impostas pelo cartum
estrangeiro, com a conivência dos editores nacionais. Embora tenha
sido regulamentado por decreto-lei assinado em 1963, a matéria
continua sendo até hoje o grande "fantasma" que representa
a importação de personagens do exterior simplesmente porque as
empresas editoras não cumprem a sua obrigatoriedade.
Por Marcio Correia Lima
A Editora Carneiro
Bastos - ECAB, especializada na distribuição de cartuns genuinamente
brasileiros e que luta há mais de três anos para impor o artista
nacional no hostil mercado local, estrangulado pela maciça
importação de nomes estrangeiros, reuniu em mesa redonda dois
grandes desenhistas do quadrinho nacional - José Menezes (entrevista no post anterior) e Marcio
Sidnei Ehrlich - para debater a situação e de quebra ouviu o
jornalista Henrique Caban, chefe da redação de um dos maiores
jornais brasileiros (O GLOBO), em cujas páginas abrigam os mais
famosos nomes do "cartoon" internacional, em detrimento do
produto nacional.
O QUE DIZ A LEI E O QUE
NÃO CUMPREM OS EDITORES
No dia 23 de setembro
de 1963, o então presidente João Goulart assinava o decreto-lei
52.497 que foi submetido ao Ministério da Educação de Paulo de
Tarso, o qual disciplinava (e a partir dessa data nacionalizava) a
publicação de histórias em quadrinhos. Segundo o decreto, as
empresas editoras deveriam publicar, no conjunto de suas edições,
30 por cento de histórias nacionais a contar de 12 de janeiro do ano
seguinte. A percentagem que visava diminuir o afluxo de temas
estrangeiros nas histórias em quadrinhos, seria aumentada para 40
por cento em 1965 e 60 por cento em 1966, sendo que os desenhos
humorísticos e as ilustrações seriam exclusivamente nacionais a
partir do próximo ano.
Mas, apesar dessas
imposições, de lá para cá, parece que a lei não surtiu nenhum
efeito ou não entrou totalmente em vigor, pois o que se vê
publicado em quase todos os veículos nacionais, com raras exceções,
é a maioria esmagadora de desenhos estrangeiros.
Marcio Sidnei Ehrlich editor de histórias em quadrinhos de O GLOBO, além de ser crítico
especializado na matéria e um estudioso da comunicação, fala do
custo de uma tira de quadrinhos americanos.
— Para nós que
recebemos o produto já manufaturado e produzido em série, esse
custo é relativamente barato. Mas para o "syndicate", que
contratou o desenhista, esse mesmo custo sai muito mais caro. Em
alguns casos, de desenhistas famosos, as vezes a tira fica por 10 mil
cruzeiros.
Para a maioria dos
cartunistas brasileiros, as portas dos principais veículos estão
fechadas, as chances são mínimas de verem seus trabalhos publicados
e os incentivos quase não existem.
Sobre esse tema Márcio
Sidnei explica que não são muito boas as perspectivas de abertura
para o artista nacional, e que isso decorre sobretudo, da situação
acima exposta. Isto é, o fator econômico.
Como autor de
quadrinhos que também é, e já tendo publicado inclusive durante
alguns anos a série “Sir Lancelot", na Tribuna da Imprensa, e
atual colaborador junto com o desenhista Adail da série "Aristeu,
o Juiz", Marcio comenta que sempre defendeu a criação de uma
cooperativa que cuidasse dos problemas de produção e distribuição.
Segundo o editor de quadrinhos de O GLOBO, na realidade, tem sido
muito difícil conseguir a união dos desenhistas, cujas principais
causas ele próprio desconhece. Mesmo assim, ainda espero que a ideia
venha a se concretizar. Interrogado sobre o que se tem feito em prol
do desenhista brasileiro, responde:
Marcio Sidnei e seu personagem Sir Lancelot em 1975 na revista O Bicho.
— Sou a favor da
criação de um sindicato nos moldes do existente nos Estados Unidos
como única saída viável para regulamentação da situação do
profissional no Brasil.
Marcio Sidnei Ehrlich
acha que o desenhista brasileiro carece de uma melhor formação
técnica, principalmente no campo das artes visuais e gráficas para
que este possa entrar num mercado cada vez mais competitivo e
exigente. É preciso ser muito profissional.
Quanto a não devida
divulgação do artista e de seus trabalhos, Sidnei Ehrlich é da
opinião de que se deve montar um esquema perfeito de distribuição
de âmbito nacional, que permita o barateamento nos custos para os
jornais interessados na compra das histórias. É praticamente
impossível, afirma Marcio, para os veículos nacionais, pagar a
exclusividade dos desenhistas, enquanto nos Estados Unidos existe a
fórmula do "syndicate", que cuida da produção e distribuição das
histórias para o mercado local e externo.
Entre os profissionais
brasileiros, ele destaca Luiz Fernando Veríssimo, Jaguar, Chico
Caruso, Ziraldo e Jô Oliveira, entre outros. Do lado internacional,
aponta o Recruta Zero, no original, Beetle Bailey e Hagar; e os
desenhistas Feiffer, Moebius e Quino, entre os melhores.
O jornal O GLOBO do Rio
de Janeiro é o único veículo brasileiro que não publica uma só
tira diária de artistas nacionais; por outro lado, em suas páginas
diárias, como no suplemento dominical, são editadas 19 histórias
estrangeiras, para uma nacional representada pelo "Sitio do
Pica-Pau Amarelo".
Para o jornalista
Henrique Caban, chefe da redação de O GLOBO e ferrenho defensor do
"cartoon" importado, o desenhista nacional não existe, ou
melhor, diz que só pode citar um: Mauricio de Sousa.
Com esse ponto de vista
radical, Caban vai mais além e afirma que o artista nacional não
tem mesmo chance. E acrescenta que esta só virá quando todos se
unirem em torno de um órgão de classe, porque a união faz a força.
Embora sustentando a
afirmação negativa de que o mercado vai continuar fechado para o
desenhista brasileiro, Henrique Caban se contradiz e declara que tem
tentado abrir as portas para os profissionais de casa, e que sim
continuará fazendo.
Contra a argumentação
de que o que se vê todos os dias nos jornais brasileiros só são
historietas americanas, meio embaraçado responde que isso e apenas
uma questão de preço.
Enquanto o custo for
mais barato para o jornal, continuaremos dando preferência ao
produto importado, afirma Caban.
(C) ECAB
Outubro/1978
sábado, 16 de janeiro de 2016
José Menezes - Entrevista - 1978
Matéria/entrevista com o desenhista José Menezes produzida em 1978 pela distribuidora ECAB (Editora Carneiro Bastos) e que permaneceu inédita até os dias de hoje. Menezes nasceu em 06 de agosto 1933 e faleceu em 24 de junho de 2022.
QUADRINHOS: PROBLEMA DE ARTISTAS NACIONAIS
O desenhista José Menezes disseca em entrevista a luta do artista
nacional contra o “fantasma” que representa a importação de
personagens do exterior. Sua ideia para a formação de um sindicato,
a exemplo do que é feito na França, parece a solução ideal.
Reportagem de YVONNE AMORIM
O leitor pega na banca uma revista de histórias em quadrinhos e
jamais imagina os processos por quais passou até que a publicação
fosse elaborada e finalmente impressa.
O público conhece os heróis e muito pouco dos heróis autênticos,
aqueles cuja cuca foi fundida para a criação das figuras tão
populares como O Fantasma, Robin Hood, Mandrake ou Jim das Selvas.
Originalmente importados, principalmente dos Estados Unidos, os
personagens em quadrinhos têm uma história curiosa que é aqui
contada por um artista de inegáveis méritos – José Menezes. O
desenhista experiente e de imaginação fértil, capaz de manter a
qualidade do trabalho, sem a qual o leitor se desinteressa pelos
personagens.
O ARTISTA E SUA VIDA
Com 40 anos de idade, José Menezes já fez de tudo diante de um
cavalete. Na Rio Gráfica Editora, ao atrasarem os norte-americanos a
remessa do Fantasma ou Jim das selvas, tinha ele que passar horas e
horas criando e desenhando a sequencia das aventuras dos conhecidos
personagens. Isto porque as revistas têm dias certos para circular e
o capital empregado em publicações do gênero não comportam
atrasos. Mesmo porque são aos milhares os compradores habituados a
tal tipo de leitura e a aquisição de revistas, em dias certos, faz
parte dos hábitos dos fregueses. Eles ficam aborrecidos se lhes
falta aquilo que procuram e o editor corre o risco de ver seus
leitores serem atraídos por outros personagens, de firmas
concorrentes.
Disso tudo o ponto central é o artista, no Brasil muito mal
remunerado.
HISTÓRIAS IMPORTADAS – HISTÓRIAS NACIONAIS
Há muitos anos tentam os autores brasileiros quebrar a resistência
dos editores, lançando personagens genuinamente brasileiros,
sobretudo de nosso folclore. Porém, destronar o mágico ou o Tio
Patinhas, já impregnados no mercado graças à hábil divulgação,
não é tarefa das mais fáceis. José Menezes no entanto obteve
êxito ao criar para a SURSAN, do antigo estado da Guanabara,
quadrinhos sobre um tema profundamente humano: as favelas.
As dificuldades de mercado no entanto, não podem ser atribuídas
somente aos editores, os quais já tentaram vencer o problema. O
leitor – este sim – não aceita em sua grande maioria os
personagens legitimamente brasileiros. Aqui vai um exemplo dado por
José Menezes. Suas declarações são textuais:
“Falarei de Kim e Águia Branca e vou referir-me a histórias
nitidamente brasileiras. Trata-se de distribuição de material
nacional, distribuído para jornais e revistas brasileiras. O
argumento de histórias brasileiras ainda é um problema difícil e
isso nos leva à opção de ter que desenhar coisas semelhantes aos
enlatados tradicionais, exatamente porque o nosso leitor que,
durante anos e anos foi habituado a ler e ver as escolas de heróis
de fora, não aceita de pronto uma ideia oposta ao tradicional.
Seria bom que o leitor aceitasse melhor as nossas lendas e o nosso
folclore, tão ricos e importantes. Há tempos criei para uma editora
uma história quadrinizada sobre a invasão holandesa, onde eu
focalizava a resistência do Forte de Rio Formoso por um grupo de 13
brasileiros, durante cinco horas, frente a 300 ou mais holandeses.
Procurei, em meu argumento, ser o mais autêntico possível,
inclusive estudando trajes, costumes e fatos. Para minha decepção,
consideraram o assunto não comercial...
O que anima ultimamente é ter encontrado uma editora como a Carneiro
Bastos, que edita, investe e lança produções gráficas nos moldes
americanos tudo o que produzimos.
A Carneiro Bastos nos dá uma participação na base de percentual
fixado em contrato, por cada venda de nossa produção, em relação
às vendas para jornais e revistas do Brasil, com opção para o
exterior. Isso é muito bom porque essa editora, lutando
tremendamente há vários anos, está, aos poucos, vencendo a
resistência das empresas jornalísticas, já tendo aberto brechas no
exterior.
Infelizmente são poucas as empresas compreensivas. Elas não
imaginam a importância não só intelectual da divulgação daquilo
que é nosso. E, também é necessário, que entendam sobre o aspecto
econômico em relação às divisas despendidas com tal
comercialização.
Tenho sido convidado com frequência para participar de debates sobre
o quadrinho nacional e não nego que tem sido grande a minha
decepção.
A SOLUÇÃO DO PROBLEMA
Perguntamos a José Menezes se existe solução para o problema. Eis
o que nos afirmou:
“Acho que seria importante a criação de um sindicato, a exemplo
do que é feito na França. Ali os desenhistas revendem seus
trabalhos para o Socerlit, que os distribui para toda a Europa. Se
alguma história de fora é pretendida por um jornal ou revista
francesa, o comprador é obrigado a adquirir um similar francês. É
uma forma salutar de “dá cá e toma lá”. Ninguém fica
perdendo. Ninguém fica de fora”.
Com sua larga experiência,
Menezes prossegue discorrendo sobre a luta que está desenvolvendo:
“Tenho muita vontade de produzir um livro sobre quadrinhos e a
ideia nasceu quando iniciei minha coleção de originais de tirinhas.
Minha correspondência com desenhistas de outros países e também
com os nacionais. Esse trabalho de cooperação sobre os quais
debatemos estilos, didáticas e problemas, não apenas nos aproxima,
mas acaba por nos dar luz em busca de uma solução.
Moacyr Cirne, meu particular amigo, ao publicar seu livro “A
Explosão Criativa dos Quadrinhos”, teve ás suas ordens todo o meu
arquivo de gibis. De qualquer forma, é um passo à frente. Ainda não
tenho, pelo menos de imediato, solução à vista”.
E AS COMPENSAÇÕES?
José Menezes é um lutador e suas palavras revelam a esperança de
dias melhores. Isto ele revelou quando lhe perguntamos sobre as
compensações da luta desenvolvida:
“Tenho tido momentos de compensação. Não direi que se trata de
compensação material, mas o lado moral e espiritual. Isto a partir
da edição de “Kung-Fu” para a Ebal. Passei a receber cartas;
muitas cartas dos leitores, me incentivando. Isso é um conforto.
Meus colegas, argumentistas e desenhistas me apoiaram inteiramente.
Primaggio, (criador de Sacarrolha), Orestes Oliveira, também
desenhista de “Kung-Fu”; Hélio do Soveral, argumentista e
numerosos outros me apoiaram e incentivaram. Isto já representa
alguma coisa”.
José Menezes em 1975 na revista Kung-Fu da editora Ebal.
E A LUTA PROSSEGUIRÁ
José Menezes reside em Petrópolis. Ali ele imagina e cria suas
histórias, dando continuidade à vida do fantasma ou de qualquer
outro personagem, desde que lhe seja encomendado. Se o escritor
americano está de pileque e não entregou a história. Se o
desenhista de Tio Sam não deu conta do recado, por qualquer motivo,
dos quadrinhos de Jim da Selvas, Menezes vai para o estúdio e um
novo capítulo dentro em breve está nas bancas.
Ele é otimista, embora desapontado pela resistência às histórias
nacionais. Para encerrar a presente entrevista, afirmou:
“Tenho de lutar e acho não estar muito longe uma vitória. Se nos
arregimentarmos e, a exemplo do que fazem os franceses, nos unirmos,
acredito ser possível atingir o objetivo. Porque, de uma coisa podem
estar certos: a luta prosseguirá!”.
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