terça-feira, 31 de março de 2015

Ivan, o incrível - Folha de São Paulo - 1976


Ivan, o incrível mostrava o cotidiano de um garoto e Bruno, seu pato de estimação.

Criada por Hugo Tristão, foi publicada no suplemento Quadrinhos, da Folha de São Paulo, em 1976.

Nos anos 1980, Tristão desenhou várias histórias com temas históricos e de natureza para a revista Nosso Amiguinho, da Casa Publicadora Brasileira, que posteriormente foram reunidas em pelo menos dois livros pela própria editora (A Natureza em Quadrinhos, 1989 e Heróis de Verdade, 1984).

Publicou também algumas sátiras em quadrinhos, na revista Piadas do Bocage, da editora Saber (abaixo).




A seguir um depoimento do desenhista Osnei, amigo pessoal de Tristão para o blog: 

"Hugo Tristão foi meu mestre. Conheci ele em 1969 (eu tinha 15 anos na época), quando fui morar em Barretos

Ele morava e trabalhava em Colina, a 20 km de Barretos. Também nasceu em Colina, SP. Ele faleceu a uns 5 ou 6 anos atrás. 

Quando fui convidado pelo Mauricio de Souza para fazer as histórias do Hipinho no suplemento, pensei logo no Hugo e fui eu que o levou para o jornal.

Hugo criou o Ivan, o terrível. Fez o maior sucesso na época, pois era o único personagem meio "caipira" do suplemento. Os estúdios do Mauricio que supervisionavam esse suplemento Quadrinhos, da Folha. Foi muito legal, íamos nós dois para a Folha, toda semana, com nossos originais embaixo do braço, entregar nos estúdios do M.S.P e esperar a publicação no domingo. 

Uma coisa que poucos sabem, é que o Mauricio gostava muito do Tristão e seus desenhos, daí convidou ele pra desenhar algumas histórias do Chico Bento. E assim ele ficou por 1 ou 2 anos fazendo os lápis do Chico".

Hugo Tristão nasceu em 10 de setembro de 1933 e faleceu dia 03 de junho de 2007. Segundo sua neta Camila, era autodidata e apreciava Uderzo, Hergé, Hal Foster, Alex Raymond, Will Eisner, Stan Lee e Norman Rockwell, a quem admirava muito.


Hugo Tristão em 1962 na revista Clássicos de Terror, editora Outubro.

12 comentários:

nivdel disse...

Conheci os trabalhos do Tristão quando trabalhei em Araraquara para o Wilson Fernandes por volta dos anos 69/70. O Wilson me mostrou uns desenhos a lápis de um desenhista que vivia em Colina, de cara me apaixonei. As figuras eram construídas a partir de vários traços bem finos, tudo em grafite preto. O Wilson possuía também vários dos originais que saíram no livro A Técnica do Desenho do Jayme Cortez. Alguns eram do Eduardo Teixeira Coelho (O Wilson disse que ele foi o mestre do Jayme Cortez), eram desenhos fantásticos a nankin e praticamente não tinham retoques de guache e pouquíssimos sinais de lápiz.

Luigi Rocco disse...

Olá, Nivdel, obrigado pela visita. Você pode falar mais sobre o Wilson Fernandes? abs

Fada de Pano disse...

Hugo Martins Tristão, meu grande amigo e mestre do desenho! Foi ele que me ensinou o "Be-A-Bá" do desenho entre 1969 e 1971. Eu tinha 15 anos, morava em Barretos e ia todo final de semana pra Colina, tomar aulas com esse grande desenhista.
Em 1974 reencontrei Hugo em São Paulo, trabalhamos e moramos juntos no nosso "apartamento-estúdio", rsrsrs... Em 1976 passamos a publicar H.Qs semanais no suplemento Quadrinhos. "Ivan - o terrivel" é um personagem que deixou saudades nos leitores!!
Saudades deste grande artista e amigo querido!

Luigi Rocco disse...

Oi, Fada de Pano (Adriana?). Obrigado pelo lindo depoimento. Abs

Unknown disse...

Conhecí O Hugo Tristão aqui em Bebedouro, acho que era o ano de 1980, 82 ele trabalhava com outro desenhista e professor o Sergio na Avenida do Shopping em Bebedouro, ele é de Colina, SP, ele fez uma charge sobre a política Bebedourense onde Sergio Sessa Stamato era o líder natural, dava-me ensinamentos sobre algumas técnicas de desenho principalmente como a ter um boneco modelo, ele era profundo conhecedor de fauna, flora e anatomia humana de animais e insetos, eu o admirava.

Unknown disse...

Eu fui um felizardo de poder entrar no estúdio de trabalho desse grande ilustrador brasileiro chamado Hugo Tristão. Desde criança adorava acompanhar as visitas que meu pai e irmão gêmeo do Hugo, fazia ao seu estúdio que ficava no fundo da sua casa. Pra mim era um mundo mágico acompanhar meu tio nos seus desenhos a lápis, na sua técnica conseguida com muita perseverança, vontade, trabalho e amor pelo que fazia. Aprendi a ter um olhar diferenciado para o mundo da ilustração e o mundo dos ilustradores de gibis da época. Fantástico tio Hugo.

Luigi Rocco disse...

Olá, sobrinho do Hugo Tristão, muito obrigado pelo depoimento e pela visita. abs

Unknown disse...

Olá, sou filha do Hugo Tristão e, hoje tive a felicidade de conhecer o seu blog e seu trabalho de recuperação e reconhecimentos de tiras históricas e de grandes ilustradores. Meu pai foi um grande artista, vivia e respirava a arte. Sinto até hoje o cheiro de tinta e nanquim de seu estúdio. Nasci, cresci e vivi em meio a arte e como sou grata por isto. A satisfação hoje é imensurável em ver o trabalho de meu pai reconhecido.

Luigi Rocco disse...

Olá, filha do Hugo. Se puder me envie alguns dados biográficos de seu pai, como: data e local de nascimento, data de falecimento, onde estudou, formação artística, quais artistas ele admirava, gostava de ler quadrinhos? quais? Onde começou a trabalhar com desenho, e coisas assim, ligadas à carreira artística dele. Abs

Unknown disse...

Nossa, sou a Camila, Neta do Hugo, nossa que legal encontrar este blog e tanta história sobre meu avô, gostaria muito de ter xeretado mais nas historias de meu avô... Realmente a vida dele era a arte. Muito linda homenagem! Caso precise de dados ou algo mais para colocar pode entrar em contato comigo por whatsapp (11) 97239-1319, estou à disposição pois o seu blog me deixou muito feliz hoje com essas memórias lindas!!

nivdel disse...

Olá, Luigi, hoje estava outra vez procurando algo sobre o Hugo Tristão e vi sua pergunta, desculpe responder tão tardiamente.
Não sei muito sobre a vida do Wilson Fernandes, apenas o conheci naquela ocasião, e na verdade nem lembro como foi isso. Ele dizia que possuía uma editôra de quadrinhos, a Sol de Ouro, que era uma sala com umas duas ou tres pranchetas. Não sei se tinha registro comercial de editôra, mas ele vendia para editôras da capital, La Selva, Outubro entre outras menores.
Fiz algum trabalho para ele, assim como fez o Roberto Bartist, mas nunca vimos a cor do dinheiro. Se bem que a gente nem ligava pra dinheiro, o prazer era desenhar.
O método de trabalho do Wilson era ir falando o que fazer, o que vinha na cabeça dele, e dava pra gente algum material de referência, estórias já publicadas de HQ americanas, ou seja, era tudo cópia... Não tinha dinheiro, porém era bom para aprender. Se bem que o material acabava publicado, né...
Uma coisa nociva no Wilson é que ele bebia mais do que o necessário e isso criava uma disruptura no seu trabalho e no nosso, deixando tudo muito inconstante. Depois de alguns meses eu cansei daquela vida sem rumo, e depois de passar até fome, resolvi sair. Dinheiro, nenhum...
Anos atrás procurei na internet por ele e vi que tinha falecido. O Roberto Barbist também faleceu, muitos anos antes. Enfim, sobrei para contar isso.
Nota: seria interessante conseguir e publicar alguns esboços do Hugo, foram os esboços mais inspiradores que vi.
Abraços.

Luigi Rocco disse...

Olá, nivdel. Obrigado pelo comentário. Você chegou a assinar algum trabalho que fez para o Wilson? Você ainda desenha? Podemos ver algum desenho seu na rede? abs