sexta-feira, 1 de julho de 2022

X-Man - 1967

Publicado uma única vez em 1967 no terceiro número do Suplemento em Quadrinhos (editora Linografica), X-Man, o super-herói criado por Eugênio Colonnese, sem super poderes, usando apenas sua astúcia e suas habilidades físicas, desbarata a quadrilha de um professor maluco que, aprisionando vários cientistas, pretende criar um robô controlado eletronicamente.

X-Man usa um uniforme encapuzado e, obviamente, conquista o coração das mulheres.

Sobre o X-Man, o desenhista e editor franco de Rosa declarou: "O Colonnese me falou sobre o X-Man, que o projeto foi criado como GALAXY, mas daí lançaram o carro e o projeto foi descontinuado. 

Disse que era um projeto grande, para o Paulo Marti, e que seria colorido. Que ele desenhou várias histórias que ele criou e o Luis Meri fez os roteiros, não o (Rodolfo) Zalla. 

E o projeto foi feito no Estúdio D-Arte, mas foi remontado no formato de tiras coloridas para o Suplemento em Quadrinhos (inclusive há um anúncio da revista do X-Man no número dois do Suplemento). O Colonnese disse que desenhou em formato de gibi umas cinco ou seis histórias no formato do Mylar. Para a Fleetway acredito que não tenha sido feito, pois Colonnese brigou com a editora inglesa, que publicava HQs de guerra em formatinho com dois quadrinhos por página".

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Sobre o autor: Eugênio COLONNESE, Itália (1929-2008).

Nascido em Cosenza, sul da Itália, Eugênio Colonnese tornou-se um reconhecido mestre do quadrinhos em três países, Argentina, Brasil e Inglaterra, já que colaborou por algum tempo com a Fleetway londrina. Seus pais imigraram quando ele tinha apenas dois anos. A família passou pelo Brasil e pelo Uruguai, até fixar-se, no começo de 1940, em Buenos Aires. Em 1949, o jovem Colonnese começava a colaborar na famosa revista (então semanária) El Tony, da Editoral Columba. Depois vieram Fantasia, Intervalo, Rayo Rojo, Frontera e Hora Cero, as duas últimas de propriedade de Hector Oesterheld, um dos mais importantes nomes dos quadrinhos argentinos. Durante a década de 50, os comics argentinos viveram o seu momento de ouro, e Colonnese tinha, como companheiros de ofício, Breccia (uruguaio), Del Castillo (chileno), Hugo Pratt (italiano), João Mottini (brasileiro), além de “cobras” do país, como José Luis Salinas, Solano López, Roume, Cortinas, Walter Ciocca e Casalla. Colonnese contribuía para o período desenhando personagens como Ernie Pike (roteiros de Oesterheld), Paco Almiral, Rock Dalmon, Black Hood e Walter Bravo. Em 1955, de férias no Brasil, Colonnese coneceu Jayme Cortez, que ficou impressionado com o nível de seus trabalhos. Apresentado a Adolfo Aizen da Ebal, logo passou a colaborar com aquela editora, desenhando obras didático-históricas: O Navio Negreiro (baseado em Castro Alves), A libertação dos escravos, A proclamação da República, A fantástica aventura (sobre a travessia aérea do Atlântico por Sacadura Cabral e Gago Coutinho, em 1922) e muitas outras. Colonnese mudou-se para o Brasil em 1964, vendendo suas histórias - aventuras, terror, westerns, tudo - para editoras paulistas e cariocas. Criou em 1967 Mirza, a mulher vampiro, que muitos pensam erroneamente ser uma cópia da Vampirella norte-americana, que só apareceu em 1974. Além de continuar sua carreira de HQs, principalmente nas revistas da D-Arte (Calafrio e Mestres do Terror), Colonnese realizou trabalhos de ilustração em livros didáticos. Em 1987, a Catânia Editora publicou a Antologia Brasileira de Terror, só com histórias dele.

Depois de 1990: Mirza, a mulher vampiro (Catânia Editora, 1990), O espírito da guerra (Opera Graphica, 2001), Mirza, a vampira (Opera Graphica, 2002), Colonnese: a arte exuberante de desenhar mulheres (Opera Graphica, 2002), Curso prático de desenho - edição superespecial (Ed. Escala, 2002), War, histórias de guerra (Opera Graphica, 2003), Cangaceiros, homens de couro (Cluq - Clube dos Quadrinhos, 2004 - roteiro de Wilson Vieira), Bruuna (Opera Graphica, 2004) e A vida de Jesus (Mythos, 2009 - roteiro de Osvaldo Talo).

Enciclopédia dos Quadrinhos, Goida e André Kleinert, editora L&PM, 2011)

4 comentários:

Sebastião Seabra disse...

Luigi, esse material efêmero e saboroso do X-Mam do Colonnese parece coisa de uma Terra Paralela, que não vivemos, rsss...
Aliás, Parabéns pelo seu aniversário hoje!
Grande abraço!

Luigi Rocco disse...

Obrigado, Seabra!

Dyel disse...

Opa,parabéns,Luigi!
FELIZ ANIVERSÁRIO!! fiquei sabendo hoje!
Valeu por mais uma postagem. Espero que a Editora Criativo republique esse material futuramente. Eles vêm fazendo um trabalho heroico de resgate de HQs brasileiras clássicas e /ou obscuras ou esquecidas. Eles já lançaram,por exemplo, FANTASTIC, de Osvaldo Talo; ABA LARGA,de Getúlio Defim; CHICO DE OGUM, de Carlos Cunha e Nico Rosso; PELE DE COBRA, de Rivaldo Macedo,Eugênio Colonesse e Rubens Cordeiro; SIBELE,A ESPIÃ DE VENUS,de Fernando Ikoma,VISG,de Mário Cândia e AGATHA, de Paulo Hamasaki, entre outros.

Luigi Rocco disse...

Salve, Dyel. Apesar do Colonnese ter declarado que desenhou 4 ou 5 histórias do personagem X-Man, há apenas uma história curta disponível, as restantes permanecem, aparentemente, perdidas. Acho bem difícil que a Criativo ou qualquer outra editora lance uma edição com esse material. Forte abraço!