quinta-feira, 30 de julho de 2015

A Caminho do Inferno - Notícias Populares - 1972


A Caminho do Inferno foi uma série de aventuras criada pelo cartunista Grillo em 1972 para o jornal Notícias Populares.

Grillo foi aluno do IADE (Instituto de Artes e Decoração) e contemporâneo de outros cartunistas da época que também cursavam a escola, como: Crau da Ilha, João Zero e Sizenando.

Para o mesmo jornal, Grillo desenhou uma outra tira chamada A Caveira dos Ossos de Ouro. O autor também publicou no Suplemento Quadrinhos da Folha de São Paulo.

Aparentemente Grillo abandonou os quadrinhos para se dedicar à publicidade.


 Grillo no Suplemento Quadrinhos da Folha de São Paulo em 1975.

terça-feira, 28 de julho de 2015

Cubinho - Diário do Grande ABC - 1975

Criação do cartunista Mário Mastrotti para o jornal Diário do Grande ABC em 1975, Cubinho trata de temas sociais e ecológicos.

"É um cachorro estilizado que vive no Brasil em nossa época,  fazendo constantes observações sobre nossa  política, questões sociais como cidadania, direitos humanos, ecologia e justiça social. Muitas vezes filosofa em relação a vida e se deprime com o ser humano e seu comportamento predador".

A tira foi distribuída para veículos de todo o Brasil pela ECAB (Editora Carneiro Bastos) em meados dos anos 1970.

Segundo o autor este personagem foi um dos primeiros a abordar o assunto ecologia desde sua criação. Logo após se transformou em uma tira/charge, abordando assuntos como anistia e direitos humanos em pleno regime militar.

Em declaração ao blog, Mastrotti ressalta: 

"Uma informação interessante sobre as tiras é que de julho de 1975 até outubro de 1978 elas foram publicadas no período do A.I.5.

Outra coisa, desde 1975 o personagem interage com os extraterrestres mas somente no ano de 2014 criei Tégico, o extraterrestre".



Cubinho contracena com outros personagens como: 

Bilú, amigo do Cubinho que o acompanha constantemente nas observações que ele faz sobre todos os assuntos. Funciona como “escada” perguntando o porque de cada colocação para que o personagem Cubinho possa fazer a piada.
As vezes Bilú tem uma tirada mais ingênua e purista, mas, na maioria das vezes, arma a situação para que o Cubinho passe sua mensagem com humor.

Bim, o irmão mais novo do Cubinho representa a visão da criança inteligente mas sem a malícia do adulto.
 

, amigo do Bim, aparece sempre para brincar, ajudar e questionar o amigo.

Obuc, o negativo da personalidade do Cubinho. Pessimista, misterioso e pouco confiável. Não acredita em mudanças e acha que as coisas ruins no país não têm mais jeito.


Em 1975, quando o personagem estreou no Diário do grande ABC, o jornal publicou a matéria a seguir:

Cubinho: visão da realidade

Com apenas quinze anos de idade (nascido em 21 de fevereiro de 1960), Mário Dimov Mastrotti tem uma visão global dos principais problemas do homem  contemporâneo. Ele se dedica ao desenho desde os nove anos, e aos quadrinhos desde o ano passado. Já criou muitos personagens e percorreu diversos jornais para editá-los. Mas sempre recebeu como resposta a “falta de espaço", por parte de editores que nem mesmo tiveram o prazer de observar seus desenhos.

Cubinho, um cachorro quadrado que Mário define como uma criança que sempre procura penetrar nas ações, começa a ser mostrado hoje através do Diário do Grande ABC. Para falar da vida de seu personagem, Mário volta ao passado, quando Cubinho era menos estilizado, usava óculos e franjinhas: “A personalidade era a mesma, mas acontece que eu usava muitos elementos de histórias em quadrinhos, e a ideia, no todo, ficava convencional. Atualmente, o Cubinho deixou de lado os óculos e as franjas e sua forma de apresentação foge no esquema habitual dos quadrinhos. Ele está mais preso às situações”.

Mário, como nasceu o Cubinho?

“Depois de ler muitas histórias em quadrinhos, eu percebi que a maior parte dos desenhistas não imprimem novas formas a seus personagens. Isto, quer dizer: um cão, sempre parece um cão, e um homem, sempre um homem. Por isso, resolvi tomar como ponto de partida uma figura geométrica muito conhecida, "que é o quadrado. À partir daí, pensei num cão, e a figura de Cubinho nasceu dessa união”.

Depois desse primeiro contato com seu personagem, Mário passou então à criação das histórias. Nelas procura retratar com fidelidade os principais problemas  de nossos dias, como por exemplo a poluição, que é vista em todos os seus aspectos. Ele, inclusive, faz uma observação: “As histórias em quadrinhos que habitualmente são lidas, geralmente fogem à realidade, principalmente em questão de paisagem. Nas histórias do Cubinho, pode-se ver as ruas como elas são. Isso quer dizer: cheias de lixo, buracos etc”.

Mário começou a desenhar quando tinha nove anos de idade. Naquela época, dedicava-se a retratar paisagens e naturezas mortas. Os estudos, iniciou em São Bernardo sob os cuidados da professora Diva, com a qual permaneceu durante dois anos. Depois foi para São Caetano, onde ingressou na Fundação das Artes. Na Fundação, foi aluno da gravurista Vânia Pereira, uma das premiadas do VIII Salão de Arte Contemporânea de São Caetano do Sul. Sobre Vania, Mário disse que aprendeu muito com a professora, que transmitia de maneira muito simples as matérias: “Vânia me deu uma ótima visão da arte, principalmente no que diz respeito à gravura e escultura”. No ano passado, depois de frequentar durante alguns meses um curso na Poliarte, em São Paulo, resolveu parar os estudos para dedicar-se às suas histórias. Além do Cubinho Mário tem outros personagens, alguns ainda em fase de criação. Entre eles, cita o Bilu, que acompanha o Cubinho na maior parte das histórias. Os outros, prendem-se mais à ficção-cientifica. São os super-heróis Universo, Titan, Dinamitador e Homem Vegetal, que atuam no mundo do futuro, destruído por uma guerra atômica.

Mário reside há dez anos em Santo André (Rua das Caneleiras, no Bairro Jardim). É neto de russos e italianos e diz que muitos dos problemas que preocupam os habitantes do Grande ABC são mostrados nas histórias do Cubinho: “O Importante é estar sempre atento e retratar a realidade".

quinta-feira, 23 de julho de 2015

Maneiras de Dizer - Diário da Noite - 1948



Criada pelos artistas F. Bruce e Martiniano e publicada na seção de esportes do jornal Diário da Noite, a série Maneiras de Dizer fazia humor utilizando os sentidos literais e figurados das frases, dos jargões do futebol e dos nomes e apelidos dos jogadores da época.

O chargista Martiniano (Martiniano Alves de Araújo Filho) nasceu em 1911, começou sua carreia na editora O Malho, tendo sido colaborador da revista O Tico-Tico, desenhando as Aventuras de Chiquinho.  A partir de 1930 passa a colaborar com O Globo e A Noite Ilustrada. Foi também colaborador do jornal A Manha, de Aparício Torelly, o Barão de Itararé. Martiniano faleceu em 1967.



Martiniano n'O Tico-Tico, 1931.

Pela semelhança de estilo com as ilustrações acima, podemos supor que este seja o Chiquinho de Martiniano, apesar da falta de assinatura. O Tico-Tico, 1930.

quarta-feira, 15 de julho de 2015

As aventuras do Agente Sapú - Notícias Populares - 1972

Criadas pelo cartunista Novaes mas desenhadas por seu pai, o cartunista Otávio, As aventuras do Agente Sapú foram publicadas pelo jornal Notícias Populares em 1972.

Agente Sapú era um policial totalmente sem noção, às voltas com o soro do Batu-Ke, do cientista louco, Dr. Phro Hença, candidato a dominador do mundo. Participavam das aventuras: Peremptória, namorada de Sapú; o pai dela, o sr. Lima Luso e Kid Bravo, capanga do Dr. Phro Hença.

Vejam a seguir o depoimento de Novaes sobre a obra: 

"Eu comecei a fazer as tiras no Notícias Populares mas logo depois servi o exército. Aí tive que parar de fazer as tiras. No começo eu desenhava e meu pai passava a tinta. Mas depois nem o desenho deu mais, então ele começou a fazer a própria tira, mas o espaço era meu e para não perdê-lo, ele assinava meu nome!!!

Nessas tiras ele colocava um monte de amigos. Na tira acima aparece o Agostinho dos Santos, que foi seu grande companheiro de baladas e essa mulher que era uma jornalista, mas não lembro seu nome".

Sobre Novaes, encontamos em seu blog: Caricaturista, ilustrador, cartunista, artista plástico, paulistano, budista, pisciano no zodíaco e cavalo no horóscopo chinês.

Sou filho de chargista, o Otávio, que trabalhou no jornal Última Hora do grande Samuel Wayner. Comecei no extinto jornal Notícias Populares em julho de 1972. Em 1976 meu primeiro registro em carteira, na Folha da Tarde, que mudou seu nome para  Agora. Saí em 1991 e tive uma rápida passagem pelo Jornal da Tarde. No mesmo ano fui para a Gazeta Mercantil que encerrou suas atividades em 2009. Paralelamente publicava charges no Jornal do Brasil até 2008 e uma página de humor na revista Forbes Brasil.

Ganhei o prêmio HQMix com um álbum de charges em forma de tiras diárias, chamado SIR NEY, que conta a história do mandato do presidente Sarney. No mesmo ano,1991, ganhei o prêmio Ângelo Agostini como melhor roteirista de tira cômica, pelo mesmo personagem e, em 2011, fui homenageado pela AQC recebendo a medalha Jayme Cortez como mestre do quadrinho nacional.

segunda-feira, 13 de julho de 2015

Dito, o Bendito - Jornal de Piracicaba - 1993


O criador de Dito, o Bendito, Érico San Juan, nos dá o seguinte depoimento sobre o seu personagem:

"A tira Dito, o Bendito nasceu no Jornal de Piracicaba, em 1993. Teve fases semanais e diárias de publicação, até ser encerrada em 2005.

Nesses doze anos de vida, e até depois deles, o personagem saiu em dois livros-solo da editora Marca de Fantasia, o último publicado em 2013.

Dito também teve exposição própria na Câmara de Vereadores de Piracicaba, foi selecionado para o Salão Internacional de Humor da cidade.

Outros livros de tiras acolheram o personagem, em companhia de outros autores: Os Quinze de Piracicaba (ed. Imprensa Oficial do Estado de SP), Central de Tiras (ed. Via Lettera) e Tiras de Letra Outra Vez (ed. Virgo).

Um livro didático de português da editora Saraiva escolheu uma das tiras para um exercício, que nem o autor é capaz de resolver... 

Dito, o Bendito teve fases fases sambísticas, gástrico-políticas, familiares e gastronômicas (trabalhou em restaurante). E teve a companhia de seus próximos: o filho Tião, o amigo Feijão, o colega de trabalho Zé das Carnes".