sexta-feira, 30 de maio de 2025

Bruxinho - 2000

Aventuras de um feiticeiro atrapalhado, Bruxinho foi criado por Sérgio Martins e mostra as experências frustadas do personagem. Publicada no início dos anos 2000 em jornais de Campinas (SP) e região.

Sérgio é publicitário e cartunista, fez parte da APP-Sudeste (Associação dos Profissionais de Propaganda, Campinas - Capítulo Sudeste) juntamente com J. J. Tannus Jr, participou do Salão Internacional de Humor de Piracicaba e publicou quadrinhos em diversos jornais do interior do estado de São Paulo. 

sexta-feira, 23 de maio de 2025

Bruxinha - 1982

Em dezembro de 1981 a escritora e ilustradora Eva Funari iniciou sua colaboração com a Folhinha de São Paulo. Apresentando histórias em quadrinhos geralmente sem palavras. Destinadas às crianças em idade de alfabetização as historinhas eram muito divertidas e criativas, sem personagens fixos ou com Os Trapalhudinhos. Em março de 1982 ganharam o título fixo de Histórinha. Nesse mesmo ano estreia a personagem Bruxinha, que toma conta do título até se tornar ela mesma a titular do espaço. Bruxinha tornou-se a personagem mais famosa de Eva e ganhou várias compilações em livros como A Bruxinha Encantadora, Edições Paulinas, 1983, apresentada por Gregório, seu admirador secreto e A Bruxinha Atrapalhada, Global Editora, 1988. As publicações no jornal perduraram por três anos.

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Sobre a autora: Eva Furnari (Roma, 15 de novembro de 1948) é filha de Francesco Furnari, siciliano, e Irma Steinfatt, nativa do Tirol Austríaco, mudou-se para o Brasil em 1950, quando tinha apenas dois anos. Cresceu na nova pátria, formando-se em Arquitetura pela Universidade de São Paulo e eventualmente, naturalizando-se brasileira.

A partir de 1976 dedicou-se inicialmente a livros com ilustrações, sem texto.

"A Bruxinha, hoje famosa, foi um personagem que surgiu na Folhinha de São Paulo, de uma forma muito espontânea. A primeira história é uma pequena bruxa que encontra uma flor, transforma essa flor em bruxa e essa, que era originalmente flor, transforma a bruxinha anterior em flor. Então eu acho que a origem da bruxinha, é que ela já foi uma flor um dia!".

sexta-feira, 16 de maio de 2025

Rips - 1973

Com uma temática muito próxima à sua série, Leopoldo, o cartunista e hoje publicitário Márcio Pitliuk apresentou-nos outra tira: Rips.

Com um discurso ligado à contracultura, à crítica ao consumismo e à ecologia, Rips esbanjava bom humor e inteligência diariamente na Folha da Tarde (SP), em 1973.

Para saber mais sobre Pitliuk clique aqui e aqui.

sexta-feira, 9 de maio de 2025

Dom Ináfio - 2003

Inicialmente chamada de O Reino Encantado de Dom Ináfio Calamari da Filva I, a série Dom Ináfio foi uma das melhores criações do cartunista Ota (Otacílio Costa d'Assunção Barros, 1954 – 2021).

Sátira aos dois primeiros governos do presidente Lula (2003-2011), à moda das tiras de O Mago de Id, a série foi produzida no início de 2003 para O Pasquim 21 e chegou a ocupar uma página inteira do semanário no ano seguinte.

Como fim do tabloide, Dom Ináfio migra para o Jornal do Brasil, onde passa a sair diariamente, contabilizando cerca de mil tiras publicadas entre 2005 e 2008. 

Aliando seu humor afiado, sua compreensão do cenário político da época, apresentando a língua presa do Presidente, o publicitário Duda Mendonfa e o ministro Manteiga, e um domínio impecável da narrativa quadrinística, Ota produziu uma poderosa charge política diária em formato de tira de humor, isenta de discursos de ódio ou ressentimentos.

Para saber mais sobre Ota clique aqui e aqui.


sexta-feira, 2 de maio de 2025

Manoel Ferreira (1930 - 1998)

O relato acima, O Frade Misterioso, foi publicado na revista X-9, da RGE, em abril de 1959. Dezenas de histórias de mistério como essa, atribuídas aos leitores, foram publicadas na revista durante sua existência. Sua execução coube a Manoel Ferreira, um excepcional artista dos nossos quadrinhos, infelizmente e injustamente, um pouco esquecido em nossos dias.

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Abaixo uma entrevista concedida ao nosso blog por seu filho Eduardo Torres que nos conta um pouco mais sobre a vida deste grande autor.

Tiras Memory: Qual a data e o local de nascimento do Manoel?

Eduardo Torres: Rio de Janeiro, 23 de julho de 1930, batizado Manoel Antonio Ferreira.

TM: Seu pai gostava de quadrinhos quando jovem?

Eduardo Torres: Sim, da revista O Tico-Tico e do Suplemento Juvenil de O Globo. Lembro que citava HQs de Flash Gordon, Mandrake, Fantasma e Tarzan que lia quando criança e adolescente. 

TM: O Manoel teve algum estudo formal de desenho?  Em qual escola?

Eduardo Torres: Sim. Formado desenhista em nível médio pelo Liceu de Artes e Ofícios do Rio de Janeiro e depois formado em Desenho pela Escola Nacional de Belas Artes da Universidade do Brasil (hoje Escola de Belas Artes da UFRJ). Mas já exercia a profissão de desenhista freelancer quando ingressou na Escola Nacional de Belas Artes.

TM: Como ele começou a colaborar com as revistas da RGE.

Eduardo Torres: No primeiro quartel dos anos 50, após formado em Desenho pela ENBA, procurou emprego na RGE e foi contratado. Tinha uma prancheta lá na sede da RGE, no bairro do Rio Comprido, na Zona Norte do Rio de Janeiro. Entre outros trabalhos, desenhava HQs para a revista X-9 (com destaque para  a série "Assombrações") e a seção da terceira capa da revista (maravilhas da natureza, ciências, artes e arquitetura), que ele não só desenhava exclusivamente, como pesquisava o tema e escrevia o texto. Trabalhava com nanquin e guache de modo geral, mas também fazia aquarelas e desenhos a lápis e carvão. Foi amigo do Flávio Colin e seu colega na antiga Rio Gráfica Editora.

TM: Onde trabalhou após deixar a RGE?

Eduardo Torres: Atuou na RGE até o final dos anos 50, mas fazia, e continuou fazendo, trabalhos freelancer e foi contratado para ilustrar os livros didáticos  da serie A Mágica do Saber (das professoras Thereza Neves da Fonseca e Icles Marques Magalhães, editora Cadernos Didáticos), o que fez por alguns anos.

No final dos anos 50 fez concurso para trabalhar como ilustrador do SENAI-DN (Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial - Departamento Nacional), e não foi funcionário público, como alguns sites têm divulgado, o que lhe deu mais estabilidade financeira, mas continuou fazendo trabalhos de desenho freelancer por alguns anos.

Entre o final dos anos 60 e final dos 70 desenhou mais no SENAI,  reduzindo as atividades de desenho freelancer.

TM: Como foi a volta dele aos quadrinhos nos anos 1980? E depois disso, que outros trabalhos fez?

Eduardo Torres: Em 1977 a revista Spektro convocou vários desenhistas veteranos dos tempos da RGE e da X-9 para desenharem suas HQs. Meu pai foi um deles. Desenhou lá até o fim da revista em 1982. Enquanto trabalhava como freelancer pra Spektro ele continuava como ilustrador do SENAI, conciliando as duas atividades.

Aposentou-se do SENAI no início dos anos 90 e depois disso teve poucos trabalhos de desenho profissionais, mas gostava de desenhar em casa, com lápis e papel, como lazer.

Morreu em 11 de agosto de 1998, aos 68 anos, completados três semanas antes.

Manoel Ferreira no livro A Técnica do Desenho, de Jayme Cortez, editora Bentivegna, década de 1960.

Em 2016 foi feita uma exposição de originais em homenagem a Manoel Ferreira no corredor central da SIQ-UFRJ (Semana Internacional de Quadrinhos da Universidade Federal do Rio de Janeiro), em evento promovido por Octávio Aragão.